1 de julho de 2017

O mundo pós guerra fria - A Nova Ordem Mundial


Geopolítica


Na época da guerra fria, o cenário mundial estruturava-se em torno de duas grandes potências: Estados Unidos e União Soviética.

O fim da guerra fria aconteceu entre 1989/1991. Se considerarmos o fim com o desmoronamento do muro de Berlim, a data será 1989. Porém, se considerarmos o fim da guerra fria com o fim da União Soviética, então a data será 1991. Então qualquer que seja a data, foi com o fim da guerra fria que teve início um novo período, que vamos estudar agora.

Como é esse novo ordenamento político? Como é hoje em dia depois do fim da guerra fria? Como está esse tabuleiro geopolítico nos dias atuais? Como você interpreta o mundo de hoje?

A primeira coisa que temos que entender é que durante o período da guerra fria sabíamos o que nos esperava. Era Estados Unidos contra a União Soviética e vice versa. Era o mundo capitalista contra o socialista, era o Oeste contra o Leste. O mundo era mais estável. Embora a guerra fria fosse uma guerra não declarada entre Estados Unidos e União Soviética e não tenha havido um conflito armado direto entre os dois países, houve conflitos armados apoiados pelos dois lados: Revolução Chinesa, Guerra da Coreia, Revolução Cubana, Guerra do Vietnã. Mesmo assim o mundo era mais estável porque esperava-se isso dos dois países, apoiar o lado da doutrina política que defendiam.

E hoje? Hoje o mundo está instável, porque não temos mais a certeza e sim dúvidas. Então como podemos falar em uma nova ordem mundial? Primeiro, temos que entender que somos protagonistas desse período, segundo o qual não existe um caminho único para definir essa nova ordem geopolítica do mundo atual. E se existe de fato uma ordem geopolítica clara. Quem comanda o mundo, quem manipula os protagonistas desse mundo atual ao qual fazemos parte e somos protagonistas? Que forças estão por trás dos acontecimentos atuais?

Temos hoje três principais caminhos, três principais visões defendidas por teóricos, pesquisadores e por pessoas que estudam mais a fundo essa questão geopolítica da atualidade, temos três possibilidades sobre como é o mundo hoje em dia. Poderão haver outras possibilidades, mas vamos fazer a análise dessas três. Se você, colega, aluno, tiver uma outra visão dê a sua opinião.

Multipolaridade


Essa é a mais famosa visão de mundo, a mais clássica forma de classificar o mundo de hoje do ponto de vista geopolítico. Essa teoria surge logo no início da década de 1990 e ela basicamente interpreta o mundo dividido em três principais áreas de influência, de poder geopolítico. Quais são eles? Estados Unidos, que se mantém com poder mundial, surge agora o polo europeu representado pela Alemanha e um terceiro polo representado por dois países asiáticos, o Japão e a China. Quando surgiu essa teoria no início dos anos 1990, o Japão era o país da Ásia que representava melhor essa força, toda essa ascensão. Mas precisamos atualizar essa teoria, essa visão de mundo, porque a China hoje é uma força dentro do continente asiático e no mundo. Para resumir, a ideia da multipolaridade enxerga o mundo dividido em áreas de influência dos Estados Unidos que é grande parte da América; Alemanha polarizando a Europa e uma boa parte da África; Japão e China polarizando a região da Ásia, principalmente o extremo asiático e o Sudeste Asiático e a parte da Oceania também.
Essa teoria da multipolaridade se baseia em critérios econômicos, são os maiores PIBs (Produto Interno Bruto) que polarizam o mundo.
Esse é o mapa do mundo multipolar do mundo na década de 1990

Unipolaridade


Existe uma outra possibilidade de classificar a ordem geopolítica atual, essa é o da unipolaridade, ou seja, quando existe um único polo de poder, nesse caso, os Estados Unidos. Essa visão unipolar interpreta o mundo sob uma outra lógica, com um outro ponto de vista. Qual é esse ponto de vista? A unipolaridade se sustenta na lógica militar, bélica. Essa é a visão que interpreta as sucessivas e frequentes intervenções militares dos Estados Unidos em campanhas nos últimos tempos. Desde a chamada guerra ao terror, a invasão ao Afeganistão e depois ao Iraque. Também houve intervenções militares na Somália e mais recentemente na Síria. Essa é a lógica unilateral onde os Estados Unidos se colocam como uma espécie de polícia do mundo. Os Estados Unidos são a maior potência bélica do planeta, que mais gasta em armamentos no mundo, que têm bases militares, navais e aéreas espalhadas pelo mundo todo. Por esses argumentos os Estados Unidos concentram o poder Mundial.

Apolaridade


A terceira ideia é a da apolaridade, apolar, sem definição de polos de poder. Essa visão é bem recente e não encontramos muito material escrito sobre ela. Defende que na verdade não existe um ordenamento político no mundo atual. Sustenta que vivemos uma (des)ordem mundial. Alguns teóricos escrevem que o mundo passou a viver uma grande instabilidade depois da crise mundial que se iniciou em 2007 nos Estados Unidos, mas que ficou forte e se espalhou pelo mundo a partir de 2008. Quem é aliado de quem? Os países com maior poder econômico de hoje continuarão com o mesmo poder no amanhã? Temos que pensar que vivemos em um mundo em transformação.

A Divisão do Mundo entre Norte e Sul


Durante a ordem geopolítica bipolar, o mundo era dividido entre Leste e Oeste. O Oeste era a representação do Capitalismo liderado pelos EUA, enquanto o Leste demarcava o mundo Socialista representado pela URSS. Essa divisão não era necessariamente fiel aos critérios cartográficos, pois no Oeste havia nações socialistas (a exemplo de Cuba) e no leste havia nações capitalistas.
Contudo, esse modelo ruiu. Atualmente, o mundo é dividido entre Norte e Sul, de modo que no Norte encontram-se as nações desenvolvidas e, ao sul, encontram-se as nações subdesenvolvidas ou emergentes. Tal divisão também segue os ditames da Nova Ordem Mundial, em considerar preferencialmente os critérios econômicos em detrimento do poderio bélico.

Fonte:
TELO, António José. Multipolar ou apolar? Um desconcertante mundo novo. Disponível em:

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"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa