10 de agosto de 2017

Pobreza e fome no mundo globalizado

A Declaração do Milênio
O processo de globalização evidenciou uma grande desigualdade socioeconômica, que se manifesta de várias formas, seja em zonas rurais, seja em zonas urbanas. Isso acontece porque também são desiguais os acessos ao capital, aos recursos naturais, à tecnologia, à educação de qualidade, à água potável, aos serviços de saúde e ao saneamento básico. Por essa razão, precisamos considerar as desigualdades socioeconômicas como algo que vai muito além da distribuição de bens materiais e que se manifesta nas várias formas de pobreza e em sua principal consequência: a fome.

Para atenuar essas diferenças e melhorar a vida das pessoas no século XXI, a Organização das Nações Unidas (ONU) elaborou a Declaração do Milênio.

Segundo o Banco Mundial, cerca de 1 bilhão de pessoas saíram da situação de extrema pobreza entre 1995 e 2015. No entanto, os avanços para atingir os Objetivos do Milênio têm sido muito desiguais nas diferentes regiões do mundo: existem grandes áreas na África subsaariana e no Sul da Ásia onde os Objetivos dificilmente serão alcançados.

A fome no mundo

Segundo relatório da ONU e União Europeia de 2016, são cerca de 108 milhões de pessoas no mundo passam fome. Mas esse número é bem maior. Um estudo do Instituto Internacional de Investigação sobre Políticas Alimentares (IFPRI, na sigla em inglês), mostra que pelo menos 1 bilhão de pessoas sofrem de desnutrição no planeta. A situação é considerada grave na América Latina, especialmente na Bolívia, na Guatemala e no Haiti. A pesquisa mostrou que quase metade dos afetados pela desnutrição são crianças. Os níveis mais altos se encontram na África Subsaariana e  no sul da Ásia.

A fome do mundo é causada pela combinação de preços altos, conflitos e condições climáticas extremas.

Em março, a ONU fez um alerta de que o mundo vive a mais grave crise humanitária desde a fundação da entidade, em 1945. Segundo a organização, até julho de 2017 mais de 20 milhões de pessoas corriam sério risco de morrer de fome. A crise afeta principalmente as populações do Iêmen, Sudão do Sul, Somália e Nigéria, países da África e do Oriente Médio.

Há algo que une os quatro países mais ameaçados pela crise da fome no mundo hoje: todos vivem conflitos armados. Com a instabilidade política, vêm a instabilidade econômica e social e abre-se, assim, espaços para surtos de fome. O Iêmen é o caso mais grave, considerado o mais pobre país do mundo árabe, o Iêmen viu a crise de fome crescer rápido em 2017.
Mapa que mostra os pontos onde a fome já é realidade para a maioria da população.
O que é pobreza?
A pobreza pode ser considerada como o não suprimento das necessidades básicas (alimentação, habitação, saúde e educação), fatores necessários para garantir a integridade física e psicológica das pessoas. Contudo, não há um conceito rígido para definir essa condição.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) estabeleceu, no Relatório do Desenvolvimento Humano 1990, que a situação de pobreza atinge pessoas que vivem com menos de 1.25 dólar por dia. O Banco Mundial considera a faixa de menos de 2 dólares por dia para definir a população pobre e menos de 1 dólar por dia para definir pobreza extrema. Outro critério é medir a renda dos domicílios. Nessa análise consideram-se:
- a linha de pobreza, ou seja, a renda que os moradores de um domicílio precisam obter para satisfazer suas necessidades e ter uma vida digna;
- a linha de indigência, isto é, a renda necessária para custear uma cesta de alimentos que satisfaça um nível mínimo de necessidades energéticas e proteínas para as pessoas sobreviverem.

O mais importante, porém, é detectar a pobreza para diminuí-la e combatê-la em várias regiões do mundo, principalmente nos lugares onde ela é crônica e mais aguda, como em países da África, da América Latina e da Ásia.

Abaixo tabela atualizada com a porcentagem de população em condições de pobreza no mundo, por região, em 2015.

Fonte (livro):  ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização. São Paulo: Ática, 2016.
Fonte (internet):
http://www.amambainoticias.com.br/mundo/1-bilhao-de-pessoas-passam-fome-no-mundo
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/03/13/Por-que-o-mundo-vive-sua-pior-crise-de-fome-em-70-anos
https://oglobo.globo.com/mundo/onu-numero-de-pessoas-que-passam-fome-no-mundo-sobe-35-21143294
https://oglobo.globo.com/economia/onu-apresenta-novo-indice-para-avaliacao-da-pobreza-na-america-latina-2975619

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"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa