17 de outubro de 2020

Neoliberalismo

Chamamos de neoliberalismo a ideologia que serve de suporte para a expansão da atual globalização capitalista.

É uma doutrina econômica que se desenvolveu desde o final dos anos 1930 e foi colocada em prática nos Estados Unidos, sob a presidência de Ronald Reagan (1981-1988), e no Reino Unido, sob o governo da primeira-ministra Margaret Thatcher (1979-1990). Especialmente na década de 1990, as políticas neoliberais se disseminaram através de organismos controlados por esses países, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, e atingiram os países em desenvolvimento.

O neoliberalismo busca aplicar os princípios do liberalismo clássico ao capitalismo atual. Visando disciplinar a economia de mercado, aceitam uma intervenção mínima do Estado para assegurar a estabilidade monetária e a livre concorrência. Também defendem a abertura econômica/financeira e a privatização das estatais.

A teoria neoliberal nasceu como uma reação ao Estado intervencionista e ao Estado do Bem-Estar Social (Welfare State). Para os neoliberais, o objetivo do capitalismo estava ameaçado pelas reivindicações trabalhistas (sindicatos) e pelos gastos sociais. Cortar os gastos e manter uma taxa de desemprego que diminuísse o poder dos sindicatos foram  algumas soluções apontadas para resolver o problema.

Entre as medidas propostas pelo neoliberalismo destacavam-se as recomendações direcionadas aos países pobres, incentivando redução de impostos, abertura econômica para importações, entrada livre de capital estrangeiro, privatizações e desregulamentação da economia. Todas essas medidas reduziam as barreiras ao fluxo de mercadorias e capitais, favorecendo os países desenvolvidos.

O neoliberalismo beneficiou principalmente os países desenvolvido e suas corporações transnacionais. Entretanto, alguns países emergentes, como a China, a Índia, os Tigres Asiáticos, o México e o Brasil, também receberam investimentos produtivos e aumentaram sua participação no comércio mundial.

A ampliação dos fluxos de capitais, principalmente o financeiro, e a falta de controle estatal sobre o mercado acabou levando o capitalismo a uma grave crise econômica  em 2008/2009.

Ideias inspiradas no liberalismo clássico dos séculos XVIII e XIX

* Maior liberdade de comércio entre as nações (fim de barreiras alfandegárias).

* Redução do aparato do Estado e da sua intervenção na atividade econômica (política orientada para as privatizações de empresas estatais).

* Redução da autonomia e da soberania política e econômica dos países periféricos em favor dos países capitalistas centrais, das suas instituições políticas (Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN)) e econômicas (FMI, BIRD, OMC), das grandes corporações multinacionais/transnacionais e do capital financeiro internacional.

Fonte:
SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. 2 ed. São Paulo: Scipione. 2017.
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o espaço geográfico globalizado. São Paulo: Ática, 2017.
OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; COSTA, Ricardo Cesar Rocha da. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.

Capitais especulativos


Imagem: Pixabay

A "invasão" mais típica da globalização é a dos capitais especulativos de curto prazo, conhecidos como hot money, que em busca de alta lucratividade no curtíssimo prazo, movimentam-se com grande rapidez pelo sistema financeiro mundial conectado on-line. Com os avanços tecnológicos na informática e nas telecomunicações, o dinheiro tornou-se virtual, isto é, bites exibidos nas telas dos computadores, e passou a circular livremente.

Grande parte desses recursos pertence a milhões de pequenos poupadores espalhados, sobretudo pelos países desenvolvidos, que guardam seu dinheiro num banco ou investem num fundo de pensão, para garantir suas aposentadorias. Essa vultosa soma é transferida de um mercado para outro, de um país para outro, sempre em busca das mais altas taxas de juros dos títulos públicos ou da maior rentabilidade das ações, das moedas, etc. Os administradores desses capitais - como bancos de investimentos e corretoras de valores - em geral não estão interessados em investir na produção, cujo retorno é demorado, mas em especular, isto é, realizar investimentos de curto prazo nos mercados mais rentáveis.

Os capitais especulativos são prejudiciais às economias à medida que, quando algum mercado se torna instável ou menos atraente, os investidores transferem seus recursos rapidamente, e os países onde o dinheiro estava aplicado entram em crise financeira ou veem-na se aprofundar. Isto aconteceu, por exemplo, com o México (1994), os países do Sudeste Asiático (1997), a Rússia (1998), o Brasil (1999), a Argentina (2001) e a Grécia (2010).

Além de investirem em títulos públicos ou em moedas, grande parte dos capitais especulativos, assim como uma parcela dos investimentos produtivos, direciona-se para as Bolsas de Valores e de mercadorias espalhadas pelo mundo, investindo em ações ou mercadorias. Pode-se investir em ações de forma produtiva, esperando que a empresa obtenha lucros para receber dividendos pela valorização: ou investir de forma especulativa, comprando ações na baixa e vendendo-as assim que houver valorização, embolsando a diferença e realizando o lucro financeiro. Pode-se também especular com mercadorias e com moedas.

Fonte: SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. 2 ed. São Paulo: Scipione. 2017.

Capitais produtivos

Imagem: Pixabay

Capitais produtivos são investimentos de longo prazo, por isso menos suscetíveis às oscilações repentinas do mercado. Sendo investimentos diretos na produção de bens e serviços ou em infraestrutura, esses capitais são aplicados em determinado território e possuem uma base física (fábrica, usina hidrelétrica, rede de lojas, etc.). Instalam-se em busca de lucros, que podem ser resultantes de custos menores de produção em relação ao país de origem dos investidores, baixos custos de transportes, proximidade dos mercados consumidores e facilidades em driblar barreiras protecionistas.

Fonte: Fonte: SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. 2 ed. São Paulo: Scipione. 2017.

Exclusão social

Imagem: Reprodução

A exclusão social se caracteriza pela exclusão ou afastamento de grupos do sistema socioeconômico predominante. A ideia de exclusão social é geralmente usada em referência a uma forma específica de desigualdade.

As pessoas ou grupos acabam sendo separados do convívio com o restante da sociedade geralmente por questões financeiras. O grupo excluído é também chamado de minoria social e não tem acesso a bens e serviços básicos e direitos essenciais ao seu desenvolvimento pleno que possam garantir condições de vida digna, defendida pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Esse problema social foi impulsionado pela estrutura do sistema econômico e político capitalista.

Assim, as pessoas que possuem essa condição social sofrem diversos preconceitos. Elas são marginalizadas pela sociedade e impedidas de exercer livremente seus direitos de cidadãos.

A exclusão social pode acontecer pelas condições financeiras, religião, cultura, sexualidade, escolhas de vida, dentre outros.

Fonte(Web):
https://querobolsa.com.br/enem/sociologia/exclusao-social
https://www.preparaenem.com/sociologia/exclusao-social.htm
https://www.todamateria.com.br/exclusao-social/

"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa