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Hoje vou falar com você sobre um assunto que me inquieta nos últimos anos, de que vamos desenvolvendo habilidades e não desenvolvemos os nossos talentos naturais. Aprendemos uma profissão para exercer um trabalho que vai garantir a nossa sobrevivência e vamos adquirir bens. Onde vamos parar com tudo isso? Como estimular a criatividade que manifestamos quando crianças e que ao longo dos anos vamos perdendo?O educador Rubem Alves fala de escolas que são gaiolas e escolas que são asas.
"Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.Na analogia que Rubem Alves faz entre pássaros e pessoas, da mesma forma que o voo não pode ser ensinado a um pássaro, também não se ensina talento, ele vem de dentro, da essência da própria pessoa e que precisa ser estimulado para não atrofiar. Nesse sentido, penso que muitas vezes não compreendemos, não conseguimos acessar os nossos múltiplos talentos, nem mesmo descobrir quais são, porque somos ensinados a desenvolver as habilidades necessárias para realizar um trabalho. O fato em si não é um problema. A questão a qual reflito com você é que ao desenvolver habilidades não somos estimulados a expressar a criatividade que vem com o talento. Mas o que é ser criativo? Tal como uma habilidade, pode ser exercitada para aflorar? Como se estimula a criatividade?
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado". (Rubem Alves, crônica “Gaiolas e asas”. Opinião/Folha de S.Paulo, 5 de dezembro de 2001.)
Da mesma forma que Rubem Alves, também fui perseguida por um aforismo, de que a criatividade ensina a voar. Que só podemos extrapolar os limites que a própria vida nos impõe, se mesmo adultos e moldados, conseguirmos ultrapassar as barreiras do comum e do normal. Pensar fora da caixa usando uma expressão bem conhecida atualmente. Como fazer isso?
A psicóloga Telma Lenzi, no post "Ensinando a voar", diz que a escola de massas, com um professor ensinando ao mesmo tempo e no mesmo lugar dezenas de alunos, nasceu com a revolução industrial e chegou igual ao século XXI. Que em mais de duzentos anos, mudaram os estudantes, mudou a sociedade e mudou o mercado de trabalho. E questiona: "Quando a escola será reinventada? Quando a singularidade e a colaboração entrarão em cena?". A autora afirma que podemos fazer muito nas relações cotidianas, como questionar, abrir espaço para as conversações e respeito pelas diferenças para que a criança e o jovem possa voltar a ter o prazer e a curiosidade pelo conhecimento.
No meu entender, nem sempre o caminho tradicional é o melhor para o jovem. Quem diz que para ser feliz e realizado como ser humano ele precisa seguir um curso universitário? Deixar fluir o talento e a criatividade requer uma busca interna. Podemos estimular os jovens nessa busca de si mesmo buscando pistas na infância. O que ele gostava? O que despertava prazer e alegria? E hoje, o que lhe dá alegria e que não o deixa perceber o tempo passar?
E você, qual a sua opinião sobre o assunto?
Fonte (internet):
https://robertotranjan.com.br/midia/voe-e-deixe-voar/
https://www.revistaprosaversoearte.com/escolas-que-sao-asas-nao-amam-passaros-engaiolados-o-que-elas-amam-sao-os-passaros-em-voo-rubem-alves/
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0512200109.htm
http://telmalenzi.com.br/ensinando-a-voar/