22 de fevereiro de 2017

Questões sobre introdução ao conhecimento geográfico

1.(UFPE) “O tratamento dos aspectos físicos do planeta ou, como querem alguns, do quadro natural, não faz da geografia e nem da geografia física uma ciência natural, biológica ou da terra; ela é, acima de tudo, uma ciência do espaço e é aí que encontramos sua característica fundamental. Enquanto divisão geral das ciências, ela se encontra indubitavelmente entre as ciências humanas e é ali o seu lugar correto, haja vista possuir como objetivo primeiro o estudo do jogo de influências entre sociedade e natureza na organização do espaço.” (MENDONÇA, Francisco. Geografia Física: Ciência Humana? Ed. Contexto, 1989)
Após a leitura do texto, pode-se afirmar que o autor:
a) considera que a Geografia, por ser uma ciência do espaço, não mantém relações com as ciências naturais, que se dedicam ao estudo da estruturação natural das paisagens.
b) defende que a Geografia é uma ciência humana, mas, mesmo assim, não pode ser considerada uma ciência social porque também estuda a estruturação do quadro natural.
c) só considera como análise geográfica a interpretação das interferências do quadro natural sobre a produção do espaço geográfico.
d) defende que o objetivo central da ciência geográfica é a análise da produção do espaço a partir das relações entre a sociedade e o meio natural.
e) concorda com o fato de que a Geografia é apenas uma disciplina e não uma ciência natural, biológica ou da Terra.

2. (UFPE) Vamos supor que um determinado pesquisador escreveu o seguinte texto sobre a Amazônia brasileira.
“A Amazônia brasileira, uma das principais regiões do País, está fadada ao subdesenvolvimento. O distanciamento físico entre ela e as demais regiões e as condições naturais extremamente adversas impedem ou dificultam consideravelmente qualquer tentativa governamental de promover o crescimento econômico regional. É praticamente impossível pensar em desenvolvimento num espaço geográfico caracterizado por um clima com elevadas temperaturas médias mensais, uma umidade relativa do ar excessiva e solos bastante lixiviados.”
Esse pesquisador está defendendo ideias que podem ser consideradas como nitidamente:
a) marxistas.
b) possibilistas.
c) neo-liberais.
d) neo-malthusianas.
e) deterministas.

3. (UFPE) “Os fatos da realidade geográfica estão intimamente ligados entre si e devem ser estudados em suas múltiplas relações. Não basta estudar isoladamente os diversos fenômenos que compõem a realidade; eles estão ligados uns aos outros.” Este é o princípio geográfico conhecido como:
a) Princípio de Conexão.
b) Princípio do Atualismo.
c) Princípio de Atividade.
d) Princípio do Criticismo.
e) Princípio da Complexidade Crescente

4. (UFPE) “Este princípio, enunciado por Jean Brunhes, chamava atenção para o fato de que os fatores físicos e humanos, ao elaborarem as paisagens, não agiram separada e independentemente, havendo uma interpenetração na ação dos vários fatores físicos entre si, e ainda dos dois grandes grupos de fatores. Na elaboração das paisagens, nenhum dos fatores físicos ou humanos age isoladamente; a ação é sempre feita de forma integrada com outros fatores.” (Manuel Correia de Andrade, Geografia Econômica)
O princípio da Geografia a que o autor faz referência é o:
a) Princípio da Extensão.
b) Princípio da Conexão.
c) Princípio da Analogia.
d) Princípio das Causas Atuais.
e) Princípio da Uniformidade dos Fatos Geográficos.

5. (COVEST) A aplicação do método geográfico com seus princípios é feita por Josué de Castro em seu livro Geografia da Fome, quando o autor identifica, no Brasil, a presença de 05 áreas alimentares: a Amazônica, o Nordeste Açucareiro, o Sertão Nordestino, o Centro-Oeste e o Extremo Sul, constatando a presença, nessas áreas, de fome endêmica, de epidemias de fome e de subnutrição. Analise as proposições abaixo, que dizem respeito à aplicação desses princípios do método geográfico feita pelo autor.
0-0) Quando localiza e mapeia as regiões alimentares, estabelecendo os seus limites, Josué está desenvolvendo o princípio da Extensão, formulado por Frederico Ratzel.
1-1) Ao analisar as razões que levam à fome na área Amazônica, estabelecendo relações de causa e efeito, Josué aplicou o princípio da Casualidade.
2-2) Ao comparar a fome endêmica presente na área Amazônica e no Nordeste Açucareiro com a fome existente no Sertão Nordestino, identificando semelhanças e diferenças, o autor está desenvolvendo o princípio da Analogia ou da Geografia Geral, enunciado por Karl Ritter.
3-3) A conexidade está presente em seu livro, quando identifica a interligação e a interpenetração existentes na ação dos vários fatores físicos e humanos entre si.
4-4) O princípio da atividade é desenvolvido por Josué quando ele menciona os diferentes tipos de atividades econômicas que são desenvolvidas pelas populações das regiões por ele tratadas.

6. (UPE)
“Esse autor, porém, traria a grande contribuição para a formulação esquemática do conhecimento geográfico, com seu livro Antropogeografia e com a propagação das ideias deterministas, que consideravam a existência de uma grande influência do meio natural sobre o homem. De formação antropológica, ele foi bastante influenciado pelas ideias evolucionistas de Charles Darwin e Ernest Haeckel, admitindo que, na luta pela vida, venceriam sempre os mais fortes e que a vitória dos mais fortes, dos mais aptos sobre os mais fracos era o resultado lógico da luta pela vida”
(ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia Econômica. São Paulo: Ed. Atlas, 1987).
O texto está se referindo ao seguinte pensador da Geografia
a) Frederich Engels.
b) Pierre George.
c) André Cholley.
d) Alexander Von Humboldt.
e) Frederico Ratzel.

7. (UPE) Considere o texto a seguir:
“Da passagem do século até os anos da Segunda Guerra Mundial, a Geografia viveu um período de grande florescimento cultural que podemos caracterizar como da “Geografia Clássica”, em que pontificaram os grandes chefes de escola. O seu início foi marcado pelos debates que resultaram na total refutação do determinismo geográfico”. (BERNARDES, Nilo. Geografia e Desenvolvimento)
O que significa “determinismo geográfico”?
a) Trata-se de um princípio geográfico que leva em consideração apenas a ação do homem sobre o meio natural.
b) Trata-se de uma escola geográfica que defende a ideia de que o crescimento da população deve ser controlado pelo Estado.
c) Trata-se de uma corrente da Geografia que considera as condições naturais como determinantes do desenvolvimento ou não do espaço geográfico.
d) Trata-se de um princípio da chamada Geografia Marxista que vê na natureza a causa principal do desenvolvimento econômico do espaço geográfico.
e) Trata-se de uma tendência da Geografia que considera que a sociedade pode vencer as adversidades naturais.

8. (UFPE) A Geografia, como ciência, possui um método próprio de análise, o chamado método geográfico, que se baseia em cinco princípios. Com relação a esses princípios, analise as proposições abaixo.
0-0) O princípio da Extensão foi enunciado por Frederico Ratzel e, de acordo com o mesmo, o geógrafo, ao estudar uma determinada área, deve, primeiramente, utilizando-se de um mapa, localizá-la, identificando os seus limites.
1-1) A Analogia foi o princípio enunciado por Vidal de la Blache.
2-2) Na causalidade, o geógrafo, ao observar um fato, deve identificar as causas que levam à sua existência, procurando estabelecer as relações de causa e efeito.
3-3) Na Conexidade, o estudioso de Geografia verifica que os fatores físicos e humanos não agem de forma isolada na formação de uma paisagem, existindo, pois, uma inter-relação entre eles. Estes fatores agem de maneira integrada.
4-4) Jean Brunhes formulou o princípio da Atividade, no qual assinala que a paisagem não é estática mas está em constante transformação e é, portanto, dinâmica.

9. (UVA)"Nos últimos anos, a ciência geográfica tem passado por grandes mudanças conceituais e metodológicas. Esse processo evolutivo, hoje, já nos fornece a ideia de que a Geografia, busca a partir das relações entre os homens e destes com a natureza no decorrer dos tempos, a explicação da organização do espaço."
Com relação a introdução à Geografia, seus métodos, concepções, princípios e evolução, analise as frases abaixo e coloque V nas verdadeiras e F nas falsas
( ) O espaço geográfico nada mais é do que a paisagem em sua totalidade – a configuração territorial acrescida a sociedade.
( ) . O princípio da causalidade é a própria lei de causa e efeito, característica de todas as ciências. O princípio da causalidade foi defendido, em Geografia, por Humboldt.
( ) Friedrick Ratzel, defendeu o possibilismo geográfico.
( ) O determinismo é um princípio radical e fatalista, empregado eventualmente em algumas situações, porém, não sempre e nem em todas.
( ) Estudar geograficamente o mundo é essencialmente investigar a dinâmica social que está por trás das paisagens ou formas espaciais.
A sequência, de cima para baixo, é:
a) F, V, V, V, V
b) V, F, F, V, F
c) V , V, F, V, V
d) F, F, V, F, F

10. (UVA/RJ) Sobre a Geografia, seus métodos, seus procedimentos, suas abordagens não é verdadeiro afirmar que:
a) A Geografia Tradicional tem por base metodológica a teoria marxista.
b) O espaço geográfico é fruto da dinâmica social (relação homem, natureza e trabalho) que se diferencia de acordo com a formação historia, no espaço e no tempo.
c) A Geografia ao longo de sua trajetória tem vivenciado avanços e recuos. Hoje, pode-se dizer que a Geografia apresenta grandes avanços metodológicos permitindo compreender a dinâmica e as contradições sociais do espaço geográfico.
d) A sala onde você esta fazendo esta prova para concorrer a uma vaga do vestibular, contem natureza transformada pelo trabalho social. Olhe para as paredes, carteiras e demais objetos ao seu redor e percebera isto. Quase tudo que nos cerca é o resultado do trabalho social sobre a natureza, inclusive o espaço geográfico, objeto de estudo da Geografia.

11. (UVA) "A geografia conheceu, num passado recente, um movimento vigoroso de renovação teórica, que exercitou com radicalidade a crítica às perspectivas tradicionais e introduziu novas orientações metodológicas no horizonte de investigação dessa ciência."
Analise as alternativas abaixo que tratam das concepções, escolas e evolução da Geografia.
I. Sendo a Geografia uma ciência de transformação e elaboração do espaço, a mesma faz uma interconexão entre o espaço da produção, circulação e ideias no decorrer do tempo histórico.
II. A principal mudança no ensino da geografia é a passagem, que ainda ocorre, de uma geografia tradicional e descritiva voltada para a memorização, para uma geografia crítica preocupada com o raciocínio e o espírito crítico do aluno.
III. O principal livro de Friedrich Ratzel, denomina-se Antropogeografia – fundamentos da aplicação da Geografia à História; pode-se dizer que esta obra funda a Geografia Humana. Nela, Ratzel definiu o objeto geográfico como o estudo da influência que as condições naturais exercem sobre a humanidade.
IV. Vidal de La Blache criou uma doutrina, o Possibilismo, e fundou a escola francesa de Geografia. E, mais, trouxe para a França o eixo da discussão geográfica, situação que se manteve durante todo o primeiro quartel do século XX.
Estão corretos:
a) somente o item IV
b) somente os itens I e III
c)  todos os itens
d)  somente os itens II e IV

12. (UVA) Numa alusão aos princípios metodológicos da Geografia, podemos afirmar que o princípio em que o geógrafo compara as características da área estudada com a de outras regiões da Terra, estabelecendo as semelhanças e as diferenças é o:
a) princípio da analogia, formulado por Karl Ritter e Vidal de la Blache.
b) princípio da extensão, formulado por Frederico Ratzel.
c) princípio da atividade, formulado por Jean Brunhes.
d) princípio da causalidade, formulado por Alexandre de Humboldt.

13. (UVA) A Geografia chamada Antiga, ou Nomenclatura, ou dos Viajantes, existiu até o século XVIII, mas não era uma ciência. Foi no século XIX, que graças às contribuições das escolas geográficas da Alemanha e da França, que a Geografia tornou-se uma ciência. Analise as afirmativas que tratam sobre os princípios e as escolas geográficas e coloque V nas frases verdadeiras e F nas frases falsas.
( ) Segundo o princípio da causalidade, o geógrafo só realiza a Geografia plenamente como ciência quando demonstra, comprove e explica o fenômeno estudado, evidenciando suas causas e consequências .
( ) Fazer analogia, em Geografia, é generalizar conclusões tirando as leis da Geografia Geral, é comparar acidentes ou fenômenos geográficos e também classificar grandezas dos acidentes ou fenômenos comparados.
( ) Frederico Ratzel admitiu o determinismo geográfico no relacionamento do meio com o homem, como se o meio fosse a causa e o homem a consequência. Para Ratzel, o homem é um produto do meio em que vive, subordinado, condicionado e fatalizado pelos imperativos fatores do meio natural.
( ) Paul Vidal de La Blache, defensor do princípio de extensão e do determinismo geográfico, é considerado o Pai da Antropogeografia.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a)  V, V, F, F
b) V, V, V, F
c) F, V, F, V
d) F, F, V, V

14. (UVA) “Apesar de o homem receber influências do meio onde vive, ele é capaz de modificá-lo e adaptá-lo às sua necessidades”.
Esta afirmação está de acordo com a teoria:
a) determinista.
b) possibilista.
c) malthusiana.
d) mais-valia.
Fonte: Conhecimento Geográphico, Geografalando, Rede Educacional.

Respostas:
1-D; 2-E; 3-A; 4-B; 5-VFVVF; 6-e; 7-C; 8-VVVVV; 9-C; 10-A; 11-C; 12-A; 13-B; 14-B.

Geografia, uma ciência para entender o mundo

"Desde que a espécie humana passou a se organizar socialmente, ela buscou também soluções para sua sobrevivência. A utilização do conhecimento geográfico permitiu ao ser humano reconhecer paisagens e lugares de acordo com o clima, o relevo, a cultura e os recursos naturais disponíveis.
Agora, quando o ser humano já ocupa quase todo o planeta e as informações são transmitidas com rapidez e em grande volume, é praticamente impossível entender e acompanhar mudanças, fatos ou fenômenos sem compreender geografia."
 ( Lúcia Marina e Tércio. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado)
Vista aérea de ilha artificial e hotel de luxo no golfo Pérsico, 
em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (imagem: internet)

O CONHECIMENTO GEOGRÁFICO

Contexto e aplicação

A GEOGRAFIA NA PRÁTICA
Ciência e matéria de ensino, a geografia se faz presente na vida de muita gente, seja pela ânsia de conhecer o mundo, pelos desafios postos atualmente pelo meio ambiente e todas as previsões apocalípticas ou sensatas a esse respeito, pelas exigências de planejamento territorial, pelo turismo ou, simplesmente, como tarefas escolares no ensino básico.
( Helena Capelli Callai. A formação do profissional de geografia. Ijuí: Ed. Unijuí)

Com base nas suas observações e no que você aprendeu, responda às questões:
1) Cite duas situações recentes em sua vida em que a geografia se faz presente.
2) Dê um exemplo que permita perceber como a geografia pode contribuir na questão ambiental.
3) Qual foi o primeiro povo a sistematizar o conhecimento geográfico? Apresente uma contribuição desse povo para o desenvolvimento da geografia.

Questões para reflexão - Segunda parte

1) Pesquisa em dupla
Escolha um dos itens a seguir e realize uma pesquisa em sites, revistas ou livros:
* astrolábio;
* bússola;
* portulano;
* nau;
* caravela.
A dupla deverá demonstrar a evolução da geografia a partir do desenvolvimento do item escolhido e apresentar suas conclusões para a classe.
Os alunos poderão consultar os professores de geografia e história para tirar dúvidas.
2) "A geografia é um dos conhecimentos mais antigos que existem; desde os povos primitivos já se fazia geografia."
(Auro de Jesus Rodrigues. Geografia: introdução à ciência geográfica. São Paulo: Avercamp) 
O que significava a geografia para os povos primitivos?
3) Relacione Portugal e Espanha com a ampliação do espaço geográfico. 

Respostas:
A geografia na prática
1) O aluno poderá lembrar-se da utilização de um guia rodoviário ou da consulta de um atlas geográfico para localizar a cidade. Mais recentemente se faz uso de aplicativos na internet que permitem a localização. O aluno pode citar o google maps, que é um serviço de pesquisa e visualização de mapas e imagens de satélite da Terra gratuito na web fornecido e desenvolvido pela empresa norte-americana Google.
2) O uso de satélites para detectar a presença de queimadas.
3) Foram os gregos. Eles passaram a descrever o relevo para identificar uma região.
Questões para reflexão
1) Pesquisa em dupla
A atividade tem como objetivo demonstrar a evolução da geografia a partir do desenvolvimento dos itens de pesquisa sugeridos.
2) A geografia significava um meio de resolver questões imediatas, desde a satisfação de necessidades básicas, viagens, localização de montanhas, rios, como também para defender-se de povos inimigos ou para atacá-los.
3) Com a expansão marítimo-comercial empreendida nos séculos XV e XVI, Portugal e Espanha foram pioneiros na conquista, exploração e ocupação de espaços até então desconhecidos do mundo europeu, como América, Índia e África, entre outros, o que ocasionou a ampliação do espaço geográfico.

Veja o que acontece quando não existe o conhecimento geográfico (gafe da CNN)
Divirta-se lendo os comentários dos brasileiros

Fonte - livro: ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado.

14 de fevereiro de 2017

Imagens que contam a história de Cruz Alta

Casa dos Costa - Imagem:Reprodução
Hoje eu vou falar de um projeto muito legal que existe aqui na minha cidade e que se chama "Projeto Nossa Velha - Nova Cruz Alta". Trata-se da história de Cruz Alta contada através de imagens, que mostram o passado e o presente da cidade através de fotografias.

Esse projeto teve início em 2007, quando o médico Alfredo Roeber recebeu por e-mail de um amigo cerca de trinta fotos, a maioria da década de 1940. "Foi o que bastou para ativar meu até então pouco expressivo, diria até quase desconhecido, lado saudoso e, até certo ponto, nostálgico. Imediatamente, olhando aquelas fotos, mesmo nascendo muitos anos após elas serem tiradas, imaginei como estivesse naquele tempo, caminhando naquelas aparentemente abandonadas ruas da cidade, uma calmaria inimaginável nos tempos atuais". Alfredo começou a comparar as imagens de Cruz Alta do passado com a do presente e então começou a fotografar a cidade nos mesmos locais e nos mesmos ângulos das fotografias do passado. A partir daí, esse projeto, que era restrito a poucos amigos, foi crescendo graças a divulgação através da internet.

8 de fevereiro de 2017

Casa Museu Erico Verissimo

"Quando os ventos da mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras.
Outras constroem moinhos de vento."
Erico Verissimo
Imagem: Reprodução
Estamos em 17 de dezembro de 1905, e, numa residência de uma família tradicional de Cruz Alta, nasce um guri que se tornaria um dos maiores escritores brasileiros: Erico Verissimo. Segundo consta na sua biografia, a família era rica, mas havia perdido tudo no início do século.

Logo muito cedo, aos 13 anos, começou a ler autores nacionais como Aluízio Azevedo, Joaquim Manuel de Macedo, entre outros, e autores estrangeiros, como Dostoievski e Walter Scott.

Em 1920, Erico foi estudar em Porto Alegre, no colégio Cruzeiro do Sul, mas não completou o curso e voltou para Cruz Alta. Abandonou os planos de cursar uma universidade.

Em 1925, trabalhou no Banco Nacional do Comércio, Em 1926, tornou-se sócio de uma farmácia, que faliu em 1930. Dava aulas de literatura e inglês.

Em 1929, começou a escrever contos para revistas e jornais. Publicou Chico: um conto de Natal, no Cruz Alta em Revista e os contos Ladrão de gado e A tragédia dum homem gordo, na Revista do Globo, em Porto Alegre. O conto A lâmpada mágica foi publicado no jornal  Correio do Povo. Com a falência da farmácia em 1930, o autor mudou-se para Porto Alegre.

Em 1931, casa-se com aquela que seria a sua companheira por toda a vida, Mafalda Holfem Volpe, com quem teve dois filhos, Clarissa e Luis Fernando.

Em Porto Alegre, Erico passou a conviver com escritores renomados, como Mario Quintana, Augusto Meyer, Guilhermino César e foi contratado para o cargo de secretário de redação da Revista do Globo.

Fez as traduções de O sineiro, O círculo vermelho e A porta das sete chaves de Edgar Wallace. Colaborou nos jornais Diário de Notícias e Correio do Povo. Em 1932, foi promovido a diretor da Revista do Globo e passou a atuar no departamento editorial da Livraria do Globo

Sua obra de estréia, Fantoches era uma coletânea de histórias em sua maior parte na forma de peças de teatro. Em 1933, traduziu Contraponto, de Aldous Huxley.

Casa Museu Erico Verissimo
Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução
Casa Museu Erico Verissimo
Imagem: Reprodução
A casa onde o escritor nasceu foi transformada em museu, em 1969.
Imagem: Reprodução
A entrada da casa se dá por um imponente portão de ferro. Ao entrar, o visitante se depara com um corredor, externo à residência, que conduz ao quintal. No fundo desse corredor, há uma árvore, que provavelmente passa despercebida por alguns visitantes, mas que era muito especial para o escritor. Trata-se de uma nespeira, também chamada de ameixeira-do-Japão. É a mesma árvore que fez companhia ao escritor em suas brincadeiras, que o acompanhou nas primeiras leituras e nos primeiros escritos,  e que dá nome a um dos capítulos da sua autobiografia, Solo de Clarineta (volume 1), é exatamente ameixeira-do-Japão.

Ao entrar pela casa propriamente dita, o visitante se depara com cômodos repletos de fotos e de objetos que foram importantes para a biografia do escritor. Estão ali, entre outros, desenhos, cadernos com anotações (rascunhos de textos e livros), documentos pessoais e a primeira máquina de escrever. As imagens mostram diversas fases da vida de Erico. Há ainda uma maquete da Vila de Santa Fé de O Tempo e o Vento e diversas edições de seus livros, inclusive em outras línguas.
Foto: Reprodução
Acervo de fotos do museu
Primeira máquina de escrever de Érico Verissimo
Imagem: Reprodução
Maquete da vila de Santa Fé, do livro O Tempo e o Vento
Imagem: Reprodução
Erico Verissimo é o autor que mais bem representou sua região na literatura. Em O Tempo e o Vento é narrada a história do Rio Grande do Sul de 1680 a 1945, com a saga das famílias Cambará e Terra. Há também romances políticos como O Senhor Embaixador e Incidente em Antares. Além disso, é reconhecido como um dos melhores romancistas de temática urbana, como em Olhai os Lírios do Campo e O Resto é Silêncio.

Numa entrevista à Revista Manchete, em 1973, ele destaca assim a importância de ter nascido em Cruz Alta:
"Você não pode calcular como é bom, fecundo para um romancista, ter nascido e vivido numa cidade pequena. O computador do meu inconsciente foi programado em Cruz Alta. Numa cidade do interior a gente vive mais perto das coisas."
Foto: Reprodução
Em 18 de outubro de 1975, quarenta dias antes de falecer, o autor fez sua última visita à casa que havia se transformado em museu.

Quer conhecer um pouco mais do museu? Assista a esse vídeo, que conta um pouco da história da vida do Erico Verissimo, da casa que virou museu e de Cruz Alta.
A Casa Museu Erico Verissimo está localizada na avenida General Osório, nº 380 - Centro - Cruz Alta/RS - 98015-130
Telefone: (55) 3322-6448
e-mail: museuericoverissimo@bol.com.br

Fontes de consulta:
https://www.ebiografia.com/erico_verissimo/
https://educacao.uol.com.br/biografias/erico-verissimo.htm
http://roteirosliterarios.com.br/casa-museu-erico-verissimo-em-cruz-alta/#prettyPhoto
https://rgdosul.wordpress.com/regioes-turisticas/rota-das-terras/cruz-alta/
http://slideplayer.com.br/slide/3105973/

6 de fevereiro de 2017

Voçorocas


As voçorocas são uma das mais desastrosas consequências do rompimento dos elos naturais, causando o enfraquecimento biológico do solo e, posteriormente, a inevitável desagregação física. As voçorocas são feridas da terra e podem engolir grandes extensões do solo

As chuvas fortes podem originar sulcos na terra em um solo não protegido pela vegetação. Se não forem controlados, esses sulcos se aprofundam a cada nova chuva e podem, com o escoamento que ocorre no subsolo, resultar em sulcos de enormes dimensões, chamados voçorocas (ou boçorocas), que podem atingir dezenas de metros de largura e profundidade, além de centenas de metros de comprimento. As áreas com voçorocas ficam impossibilitadas tanto para uso agrícola como urbano.
        
Para impedir a formação das voçorocas, a primeira ação deve ser o desvio do fluxo de água. Se a topografia do relevo não permitir esse desvio, deve-se controlar a velocidade e o volume da água que escoa sobre o sulco. Isso pode ser feito com o plantio de grama (se a declividade das paredes do sulco não for muito acentuada) ou com a construção de taludes, que são degraus responsáveis pela diminuição da velocidade do escoamento da água, recurso usado em rodovias brasileiras.
       
Outra solução bastante utilizada e difundida é a construção de uma barragem e o consequente represamento da água que escoa tanto pela superfície quanto pelo subsolo. Esse represamento faz com que a voçoroca fique submersa e receba pela água sedimentos, que a estabilizam.

Sábado, dia 23/08/08, como parte da aula de Gerenciamento dos Recursos Naturais, da professora Ana Lucia Ribeiro, fomos fazer um estudo de campo em uma enorme voçoroca na vizinha cidade de Fortaleza dos Valos/RS.

 Pudemos comprovar que as voçorocas podem engolir grandes extensões do solo, como foi o caso da  voçoroca das imagens, onde visualizamos o desastre provocado pela água da chuva em um solo não protegido pela vegetação. São quilômetros de solo que poderia ser agricultável, mas o que víamos era um solo rasgado, como se fosse uma ferida aberta que provavelmente nunca será curada.

Nosso grupo fazendo estudo de campo



Professora Ana Lucia.

Fonte: 
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil. São Paulo, Scipione, 2005.
Estudo de campo como parte da aula da disciplina de Gerenciamento dos Recursos Naturais, professora Ana Lucia de Paula Ribeiro, curso de Pós-Graduação em Educação Ambiental e Gestão de Recursos Naturais. 2008

4 de fevereiro de 2017

Dinâmicas para a volta às aulas

Durante a Eco-92 foi construída uma imensa árvore na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro.
Nesse local, onde era realizada a conferência da sociedade civil, as pessoas escreviam em folhas de papel seus sonhos de um futuro digno para a humanidade e penduravam nessa árvore. Baseado nisso, separei como primeira dinâmica de volta às aulas a árvore dos sonhos, para que possamos todos nós, professores e alunos, sonhar com um mundo mais justo e mais pacífico. Um mundo onde se tenha o direito de sonhar e concretizar esses sonhos. Essa dinâmica pode ser desenvolvida em todos os anos.
A segunda dinâmica envolve música e é uma atividade descontraída. onde o(a)  professor(a) vai ter que incentivar os mais tímidos a cantarem um trechinho da música com as quais mais se identificam.
A terceira dinâmica, a viagem, é voltada para o ensino fundamental, onde os alunos podem expressar os seus sentimentos e desejos.

Árvore dos sonhos
Imagem: Integral Sustentável
Representar uma árvore no papel pardo ou cartolina; afixá-la no painel ou parede. Em cima da árvore, escrever uma pergunta relacionada com o assunto (pode ser sobre questões ambientais, regras de convivência, o ambiente escolar etc) que será tratado durante o bimestre, trimestre... Ex.: Como gostaríamos que fosse...?

Cada criança receberá uma "folha da árvore" para escrever seu sonho, o sonho é o que a criança espera que "aconteça de melhor" para o assunto em questão. Depois, pedir para cada criança colocar sua folha na árvore dos sonhos.

Obs: Esta atividade poderá ser retomada durante o período que for trabalhado o assunto, ou ao final do período para que haja uma reflexão sobre o que eles queriam e o que conseguiram alcançar.

Que música você é?
Objetivo:

Propiciar a apresentação dos alunos de forma descontraída;
Levar os participantes a identificarem seus ritmos e gêneros musicas, assim como refletirem sobre a importância de respeitar as preferências alheias.
Procedimentos:
Solicitar aos alunos que escolham dentre as músicas que conhecem e gostam um trecho que, de alguma forma, o represente.
Cada um deve cantar o trecho escolhido para a turma.
O professor/dinamizador da atividade tem o papel de sondar se todos já ouviram aquela música, quem é o cantor(a), qual gênero musical, por que foi escolhida, se alguém não gosta, etc.
A regra é não repetir as músicas já apresentadas e respeitar as preferências dos colegas.
Com todos devidamente apresentados pedir que sistematizem no papel criando um cartaz de sua apresentação.
Com todos os cartazes prontos criar um painel para sala de aula: “Somos como músicas”.

A Viagem
Objetivos:
Levantar as expectativas dos alunos em relação ao ano letivo;
Acolher o novo grupo;
Ornamentar a sala de aula de maneira significativa.
Procedimento:

O professor afixa na parede da sala um painel com uma paisagem de fundo. No mesmo deve estar escrito: Sejam bem-vindos a viagem do saber!
A paisagem de fundo pode ser: marítima, celeste, florestal, etc...

A proposta é construir o painel com o grupo.
Sendo paisagem marítima, propor que cada aluno faça a dobradura de um barco e imaginem a viagem decorando-o livremente e escrevendo uma palavra ou frase o que espera alcançar durante a mesma, ou seja, quais são suas expectativas em relação ao ano letivo.
Sendo celeste podem ser confeccionados pequenos aviões de papel.
O fundo florestal permite que cada um escolha um animal ou planta com o qual se identifica e construa da mesma forma: dobrando, recortando, colando...
O importante é que os alunos expressem seus sentimentos e desejos. Com tudo pronto oportunizar um momento agradável onde cada um prenderá o que construiu no painel de boas-vindas interativo, apresentando-se à turma.

Fonte:
http://www.projetospedagogicosdinamicos.com/dinamicas_volta_as_aulas.html
http://integralsustentavel.blogspot.com.br/2015/03/arvore-dos-sonhos.html
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/coea/COMVIDA4.pdf
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa