7 de maio de 2022

O humor sarcástico e a leitura crítica

Fonte: http://www.malvados.com.br/
 

Observe a tirinha acima e responda as perguntas.

1. O humor sarcástico da tirinha acima está relacionado a uma contradição do mundo atual que é exposta pelo autor. Identifique-a.

2. A ideia de progresso de Auguste Comte influenciou fortemente os estudos sobre as sociedades no século XIX e começo do século XX. Para Comte, o progresso científico conduziria a humanidade ao domínio sobre o mundo natural e à organização racional da sociedade. O ápice da evolução humana seria representado pelas sociedades industriais, nas quais reinariam a racionalidade científica e o desenvolvimento tecnológico. Avalie se a tirinha acima reforça essa ideia de progresso ou a contraria. Explique sua conclusão.

Respostas:

1. O sarcasmo foi o recurso para estabelecer uma crítica ao contexto relacionado ao uso da internet por parte de algumas pessoas. Ao colocar o personagem intrigado com o comportamento de pessoas que vivem e usam recursos tecnológicos do século XXI, mas que emitem opiniões "do século XIX", o autor da charge faz uma crítica a comportamentos que se mostram irracionais anticientíficos e, a partir dos discursos de ódio racial que são demonstrados, etnocêntricos.

2. A charge sugere que, considerando algumas posturas, não teria se confirmado a expectativa de desenvolvimento humano, tal como ocorreu nos campos tecnológico e científico. A ideia de "progresso" humano, considerando determinados comportamentos, deveria ser relativizada.

BNCC

Habilidade específica das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

EM13CHS106 - Por meio do uso de diferentes linguagens iconográfica, cartográfica e de um gênero textual, espera-se que os estudantes façam leituras críticas das realidades apresentadas, apliquem e compartilhem o conhecimento adquirido relacionado aos temas etnia e identidade.

Fonte: VICENTINO, Cláudio; CAMPOS, Eduardo; SENE, Eustáquio de. Diálogos em Ciências Humanas: compreender o mundo. São Paulo: Ática, 2020.

17 de abril de 2022

Americano ou estadunidense?

 

O ator Chris Evans caracterizado como Capitão América em filme de 2015.

Quando assistimos a filmes ou séries de ação inspirados em quadrinhos, como Super-Homem, Mulher-Maravilha, Capitão-América, nos quais há muita ação, suspense, romance e inimigos perigosos, assimilamos a história como apenas entretenimento e diversão. No entanto, é possível também refletirmos criticamente a respeito desse tipo de produção que circula por grande parte do planeta, a fim de questionarmos o significado de ser um sujeito do século XXI em um mundo cada vez mais conectado.

Americano ou estadunidense?

O Capitão América é um exemplo da generalização feita quando se usa os termos América e americano para se referir exclusivamente ao país Estados Unidos e aos nascidos lá. Suas roupas são uma estilização da bandeira dos Estados Unidos da América, incluindo as cores vermelho, branco e azul e os símbolos como as listras e a estrela no centro. Entretanto, o nome do personagem, Capitão América, busca representar todo o continente americano, que na realidade é plural e diverso, usando um padrão considerado como universal.
Esses elementos padronizados de heroísmo e modelo de país seguem atraindo milhões de pessoas e reforçam e valorizam a narrativa de que americano é apenas o estadunidense.

1. Você, brasileira ou brasileiro, considera-se americano? Sente-se representado na imagem acima?

Expectativa de resposta

1. Resposta pessoal. O personagem Capitão América representa uma visão universal e determinista do que é ser uma pessoa nascida no território americano. Desse modo, todos os habitantes dos países do continente americano poderiam ser assim reconhecidos no personagem. Contudo, o "herói" representa um estereótipo branco, tido como universal, algo muito questionado pelos povos nativos e de descendência africana que construíram e povoaram a América junto com os europeus e em condições desiguais mediante o modelo escravocrata de colonização.

Fonte: MAIDA, Judith Nuria (coord.). Interação humanas: o poder econômico e a construção da autonomia dos povos e países. São Paulo: Editora do Brasil, 2020.

16 de abril de 2022

Impactos da dominação imperialista

 


A imagem que temos de um determinado povo é fruto de uma construção histórica. Africanos, asiáticos e tantos outros povos são pouco lembrados na história por suas próprias perspectivas culturais. Durante séculos, sobretudo entre o XV e o XX, a Europa expandiu sua área de influência por territórios da América, África, Ásia e Oceania. Um conjunto sem fundamento de justificativas legitimaram, aos olhos da comunidade internacional, a incorporação forçada desses povos na rota do capitalismo. Essas justificativas, sempre associando os povos nativos à selvageria e ao exotismo, produziram violências simbólicas que permanecem até os dias atuais.

O auge da ocupação europeia ocorreu entre meados do século XIX até praticamente a Segunda Guerra Mundial, no fenômeno conhecido como imperialismo.

O período imperialista foi justificado por uma série de teorias racistas que colocavam os europeus e estadunidenses em posição de superioridade cultural em relação aos asiáticos e africanos. Um conjunto de ideias baseadas em teorias científicas da época autorizava a dominação europeia sobre estes continentes, partindo do princípio de que se tratava de uma missão civilizatória, abrindo caminho para o avanço e o controle dos territórios colonizados. Desconsiderava, assim, os milênios de ocupação humana do continente, onde se desenvolveram complexas e numerosas civilizações.

Violência simbólica: caracteriza-se pelos mecanismos sutis que emprega e por contar com a cumplicidade de quem sofre a violência e de quem a pratica, muitas vezes sem terem a real consciência disso no processo.


Fonte: MAIDA, Judith Nuria (coord.). Interação humanas: o poder econômico e a construção da autonomia dos povos e países. São Paulo: Editora do Brasil, 2020.

Imagem: http://wagnerbarretos.blogspot.com/2011/07/consequencias-do-neocolonialismo-na.html

14 de abril de 2022

Tempo, território e cultura

 

Territórios e fronteiras se espalham em um mundo marcado por inúmeras culturas construídas ao longo do tempo. E esse deve ser um mundo em que nenhuma cultura se sobrepõe a outra. Viver na diversidade e conviver com adversidades é um ingrediente da vida. E isso também pode ser projetado para a sociedade em que vivemos, para nosso bairro, nossa vila, nossa rua. Boa convivência e diversidade devem sempre coexistir.

1. Você já ouviu falar de regimes em que uma cultura teve a intenção de se sobrepor a outra?

2. Já passou pela experiência de se sentir desconfortável ou já presenciou um grupo cultural sendo desrespeitado?

3. Já conviveu com uma cultura diferente da sua?

Expectativas de respostas

1. Resposta pessoal. Podem ser citados como exemplos o período do imperialismo na África e na Ásia; o nazismo; o fascismo; a colonização da América etc. Em todos esses casos, um grupo se impôs sobre o outro.

2. Resposta pessoal. É importante lembrar que há exemplos de ocorrências no Brasil, seja pelo preconceito racial, seja por desrespeitos a refugiados, ou populações historicamente discriminadas.

3. Resposta pessoal.

Fonte: BOULOS JÚNIOR, Alfredo; ADÃO, Edilson; FURQUIM JÚNIOR, Laércio. Multiversos: ciências humanas: territórios e fronteiras: ensino médio. São Paulo: FTD, 2020.

Imagem: Disponível em: Culturamix.com.

"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa