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19 de junho de 2021

A área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

 


No Ensino Médio, à Geografia e à História são somados conteúdos de Filosofia e Sociologia na construção da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e suas respectivas competências e habilidades específicas. A BNCC definiu para a área as seguintes categorias centrais: Tempo e Espaço; Territórios e Fronteiras; Indivíduo, Natureza, Sociedade, Cultura e Ética; e Política e Trabalho.

A centralidade dessas categorias favorece a interdisciplinaridade e retira o foco do ensino dos conteúdos programáticos que perfazem cada campo do conhecimento. Entretanto, isso não anula as disciplinas; são elas, afinal, que aportam para o currículo escolar seus conceitos e procedimentos de pesquisa específicos por meio dos quais as áreas se articulam.

Filosofia

Trabalha-se a perspectiva  da reflexão sobre o pensar e o fazer, além de problematizar e identificar consistências e inconsistências em discursos e práticas; refletir permanentemente sobre conceitos, como ética, estética, política e cidadania, que ampararam as ações dos seres humanos, individualmente, e nos diferentes grupos sociais.  

Geografia

Trabalha-se a análise da sociedade e de sua relação com a natureza por meio da produção e organização do espaço, além de estabelecer relações espaço-temporais na constituição dos sistemas de objetos e de ações, tomados em conjunto com as escalas geográficas (local, nacional, regional e global), que formam o espaço geográfico, e estimular o raciocínio geográfico na análise das questões socioespaciais.

História

Trabalha-se a abordagem  das diversas temporalidades e a reflexão sobre permanências, rupturas e mudanças que caracterizam  os processos históricos que compreendem as articulações entre o singular e o geral, as ações dos indivíduos e da sociedade em suas pluralidades. Também trabalha-se a questão da apreensão do tempo no conjunto das vivências humanas.

Sociologia

Trabalha a relação dialética entre indivíduo e sociedade e os mecanismos para a manutenção ou mudança da ordem social, além de interpretar a realidade social contextualizada no tempo e no espaço por meio do trabalho, da cultura, das instituições e demais instâncias sociais.

Fonte: VICENTINO, Cláudio; CAMPOS, Eduardo; SENE, Eustáquio de. Diálogos em ciências humanas: compreender o mundo. São Paulo: Ática, 2020.

24 de abril de 2021

Neocolonialismo

Imagem: Reprodução

Você já observou que frequentemente aparecem nos jornais notícias de guerras civis, catástrofes sociais, organizações lutando por causas humanitárias na África?  Os filmes também abordam a temática, como: Diamante de Sangue, Hotel Ruanda, O último rei da Escócia, etc.

Você também já deve ter ouvido falar sobre a situação de pobreza e de conflitos étnicos nos países asiáticos, como a questão da região da Caxemira, na fronteira entre o Paquistão e a Índia, que estourou durante o processo de descolonização da Índia, antiga colônia inglesa.

10 de dezembro de 2020

Fronteira agrícola

 Fronteira agrícola é a área de um país onde ocorre o avanço das atividades agropecuárias. As zonas de fronteira agrícola estenderam-se por florestas, matas e campos naturais, drenaram pântanos e alagadiços, dando lugar a plantações e pastagens, criaram milhares de represas e açudes para a irrigação de lavouras. No caso do Brasil, o avanço da fronteira agrícola ocorreu, principalmente sobre áreas dos biomas Cerrado e Amazônia,  respectivamente nas regiões Centro-OesteNorte de país.

Na história do Brasil, a fronteira agrícola se expandiu em função do crescimento da atividade econômica. Nos tempos da colonização a Mata Atlântica foi sendo destruída na costa nordestina para dar lugar ao cultivo de cana-de-açúcar, utilizada na produção de açúcar destinado à exportação. A cafeicultura, desenvolvida na região Sudeste, também contribuiu para o processo de destruição da Mata Atlântica. No século XIX e início do século XX, as plantações de café, que ocupavam inicialmente terras localizadas no Rio de Janeiro, foram espalhando-se por Minas Gerais e estendendo-se pelo interior de São Paulo. À medida que os solos foram se esgotando, a produção agrícola avançou para áreas de florestas em novas propriedades rurais.

A partir da década de 1970, juntamente com a implantação de ¹tecnologia no campo, o movimento da fronteira agrícola passou para os estados do Centro-Oeste, com o cultivo da soja.

Nas últimas décadas, a expansão da fronteira agrícola tem significado o desmatamento de grandes áreas da floresta Amazônica, comprometendo a manutenção da biodiversidade, destituindo povos indígenas, ribeirinhos e seringueiros de suas terras e comprometendo o modo de vida dessas comunidades. A expansão da fronteira agrícola permitiu que o Brasil se tornasse um dos maiores exportadores mundiais de soja e carne, mas tem causado graves prejuízos à natureza e à sociedade.

1. Tecnologia no campo: a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vinculada ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tem como objetivo desenvolver inovações tecnológicas para a agropecuária brasileira.

 Região aproximada sob influência da fronteira agrícola Amazônica
Imagem: Inkscape., CC BY-SA 3.0

Fonte:
BOLIGIAN, Levon; ALVES, Andressa. Geografia espaço e identidade. São Paulo: Editora do Brasil, 2016.
VIEIRA, Bianca Carvalho et al. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.

8 de dezembro de 2020

Conflitos no campo

No Brasil, os movimentos de acesso à terra existem desde a promulgação da Lei de Terras, em 1850. Antes disso, a forma mais utilizada para o acesso à terra era a posse. O fim da escravidão e a lei que determinava que a posse só seria dada a quem pagasse pelo terreno levaram a inúmeros conflitos envolvendo os grandes proprietários, o governo, os ex-escravisados e os posseiros destituídos de suas terras. Exemplos de resistência e luta camponesa estão presentes em movimentos como a Guerra de Canudos (1893), no interior da Bahia, e a Guerra do Contestado (1912), região localizada entre o Paraná e Santa Catarina, nas quais milhares de camponeses se agruparam para defender suas terras e organizar resistências.
Imagem: Reprodução

Por volta de 1945, começaram a se organizar as Ligas Camponesas, que lutavam por uma reforma agrária ampla. A estratégia utilizada foi a ocupação de terras. Esse movimento durou décadas, até ser duramente combatido pelo regime militar, o que levou a extinção de todas as Ligas espalhadas por 13 estados brasileiros.

Imagem: Reprodução

A redemocratização e as discussões da nova Constituição, na década de 1980, possibilitaram a reorganização dos movimentos sociais que reivindicam o acesso à terra. O principal movimento de luta pela reforma agrária no Brasil é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Uma vertente progressista da Igreja católica, a ¹Teologia da Libertação, e alguns partidos políticos foram os principais apoiadores do MST.

Conflitos com ²oligarquias e latifundiários, que detêm o controle das terras e do poder político, resultaram em grande número de mortes. As principais áreas de conflitos estão em fronteiras agrícolas, principalmente em Mato Grosso e Tocantins.

Atualmente, a luta dos movimentos sociais no campo é pela aceleração do processo de reforma agrária e pela ampliação dos benefícios aos assentados, como assistência técnica. Além da luta pela posse da terra, esses movimentos criam propostas de educação e de participação social para os moradores do campo e para os ³assentados.

1. Teologia da libertação: corrente teológica que defende uma sociedade mais igualitária, participativa e justa, na qual a fé cristã deve voltar-se para a libertação e o fim da opressão e da exclusão social.
2. Oligarquias: grupo formado por poucas pessoas que exerce domínio econômico, social, cultural e político em uma área.
3. Assentamento: área rural concedida pelo governo a agricultores sem terra.

Fonte:
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado. São Paulo: Ática, 2017.
SILVA, Angela Corrêa da; OLIC, Nelson Bacic; LOZANO, Ruy. Geografia: contextos e redes. São Paulo: Moderna, 2016.
VIEIRA, Bianca Carvalho et al. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.

Relações de poder no campo: coronelismo

 O conhecimento sobre as relações de poder no campo permite compreender a dificuldade de colocar em prática mudanças na estrutura fundiária do país. O poder agrário é marcante na vida política nacional. Mesmo após a Independência e a Proclamação da República, os proprietários de terra muitas vezes exerceram um poder paralelo ao poder do Estado. Para isso, relembramos que a Lei de Terras - de 1850 até o Estatuto da Terra de 1964 - assegurou e legitimou a propriedade de terras, especialmente dos latifúndios.

Na República Velha (1889-1930), mais de três quartos da população viviam no campo, em sua maioria nas terras dos fazendeiros. Em época de eleição, as pessoas, por gratidão, pressão política ou até mesmo violência, eram levadas a votar nos candidatos indicados pelo coronel da região.

Esse tipo de relação, conhecido como coronelismo, existe até hoje. O coronelismo caracteriza-se pela associação direta entre a propriedade das terras e o poder político e pela garantia de privilégios aos coronéis, como a construção de açudes em propriedades privadas com mão de obra e recursos públicos e o controle sobre serviços de saúde e transportes.

A rede de clientelismo (prestação de favores políticos em troca de votos) atinge as esferas estadual e federal. Deputados eleitos com a ajuda dos coronéis apresentam pedidos de verbas do orçamento para realizar melhorias em suas áreas de atuação. Assim, serviços públicos gratuitos, de obrigação do Estado, são apresentados como se fossem presentes obtidos pelo prestígio pessoal do coronel, o padrinho.

Cartaz de campanha do Ministério Público Federal realizada em 2012.
Embora muitos redutos tradicionais do coronelismo tenham perdido força,
esse tipo de relação social ainda é comum no Brasil.

 Fonte: VIEIRA, Bianca Carvalho et al. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.

7 de dezembro de 2020

Origem da agricultura e suas transformações

Como vimos, as transformações do meio natural foram acontecendo através do uso da técnica e da tecnologia. Hoje o nosso estudo é sobre a origem e as transformações no espaço agrário

Durante o Paleolítico e parte do Neolítico, o nomadismo foi uma prática comum entre os primeiros grupos humanos. Com as mudanças climáticas e o desenvolvimento das primeiras técnicas agrícolas, o nomadismo cedeu espaço para o aparecimento de comunidades sedentárias originárias das primeiras civilizações da Antiguidade.

Há cerca de 10 mil anos iniciou-se a atividade agrícola, que se espalhou pelo mundo. A agricultura possibilitou a vida sedentária, o aumento populacional e o cultivo de alimentos que sustentavam um grupo durante todo o ano. A necessidade de cultivo fez com que se tornasse necessário o domínio dos rios e a construção de obras públicas, o que ocasionou uma Revolução Urbana, responsável pela formação das primeiras tribos, aldeias, vilas, cidades...

A evolução das técnicas agropecuárias acompanhou a evolução da própria sociedade (máquinas, fertilizantes, defensivos). As primeiras aldeias neolíticas se desenvolveram desenvolveu às margens dos rios (Nilo, Tigre, Eufrates, Ganges, etc.).

A agricultura foi um dos mais importantes avanços na história da humanidade, embora não se possa afirmar com precisão quando e onde os homens começaram a cultivar plantas. A agricultura permitiu o crescimento das populações e o desenvolvimento de cidades. Isso levou ao surgimento da estratificação social e dos poderosos reis. Sem a Revolução Agrícola, é improvável que a civilização, tal como conhecemos, tivesse surgido.
Imagem: Enotes.com 

Mas o que é agricultura?

Agricultura é a união de técnicas aplicadas no solo para o cultivo de vegetais destinados à alimentação humana e animal e produção de matérias-primas A agricultura é a base para o desenvolvimento humano e econômico. As questões de acesso à terra (estrutura fundiária) são definidas pelo espaço agrário, que regula as leis que rege a produção, como preços dos produtos, quantidades, implicações ambientais, etc.

Os espaços agrários sofreram profundas mudanças, principalmente com o aperfeiçoamento dos instrumentos rudimentares de cultivo (enxadas, arados e foices) e sua substituição pelas máquinas agrícolas e com adoção de procedimentos técnicos como a adubação e a irrigação. No entanto, a difusão dessas inovações pelo espaço mundial é irregular, tornando o espaço rural muito diversificado.

Sistemas Agrícolas

Os sistemas agrícolas podem ser classificados como intensivos ou extensivos, de acordo com o grau de capitalização e o índice de produtividade decorrentes do uso de insumos, maquinaria e tecnologia de ponta.
  • Agricultura intensiva: sistema de produção em larga escala, tecnologia de ponta com mão de obra especializada, uso de substâncias químicas no controle de pragas e integração com a indústria, grandes extensões de terra (latifúndio).
  • Agricultura extensiva: baixa produtividade, uso de técnicas rudimentares, produção voltada para a agricultura familiar ou mercado interno, pequenas extensões de terra (minifúndio). 
Atividades de fixação

1. (Enem) Os nossos ancestrais dedicavam-se à caça, à pesca e à coleta de frutas e vegetais, garantindo sua subsistência, porque ainda não conheciam as práticas de agricultura e pecuária. Uma vez esgotados os alimentos, viam-se obrigados a transferir o acampamento para outro lugar.
HALL, P. P. Gestão ambiental. São Paulo: Pearson, 2011 (adaptado).
O texto refere-se ao movimento migratório denominado
a) pendularismo.
b) nomadismo.
c) êxodo rural.
d) transumância.
e) sedentarismo.

2. A agricultura foi responsável por mudanças significativas nos padrões de fixação e distribuição das populações humanas. Que alteração nos fluxos de pessoas ocorreu com o advento da atividade agrícola?
a) As pessoas passaram a migrar mais em busca de melhores solos para o cultivo.
b) Dispersaram-se nos territórios para não ter que dividir a produção.
c) Deixaram de ser nômades e passaram a ser sedentários (fixar-se em um determinado local).
d) A caça, pesca e coleta garantiam o pleno sustento, estímulo para o aumento das migrações.
e) Intensificaram o nomadismo, uma vez que precisavam de sementes variadas.

3. (Unisa) Chamamos de sistemas agrícolas:
a) as formas de divisão de glebas, em relação às culturas desenvolvidas.
b) o sistema de distribuição dos cultivos, em relação ao solo e todos os produtos agrícolas.
c) as formas de financiamento da produção e da comercialização dos produtos agrícolas.
d) os sistemas planejados de produção agrícola.
e) o conjunto de técnicas empregadas para obtenção da produção agropastoril.

4. Assinale a opção que apresenta somente características da agricultura intensiva:
a) Mão de obra qualificada, minifúndios, produtos para exportação.
b) Mão de obra desqualificada, rotação de culturas, latifúndios.
c) Mão de obra qualificada, alta produtividade, latifúndios.
d) Mão de obra desqualificada, baixa produtividade, minifúndios.

Fonte:
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado. São Paulo: Ática, 2017.
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil; espaço geográfico e globalização. São Paulo: Editora Scipione, 2017.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Editora Moderna, 2016.
https://www.enotes.com/homework-help/what-was-agricultural-revolution-how-did-582345
https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-geografia/exercicios-sobre-tipos-agricultura.htm
https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-geografia/exercicios-sobre-agricultura-conservacao.htm

28 de novembro de 2020

Maquiavel

 

Imagem: Reprodução

Nicolau Maquiavel (1469-1527), historiador e diplomata florentino, foi um dos fundadores do pensamento político moderno. O Estado, para ele, tem como principal finalidade manter a prosperidade e a grandeza, e essa finalidade está além do bem e do mal. Como expressa em seu livro O príncipe (escrito em 1513 e publicado em 1532), "os fins justificam os meios". Para esse autor, não havia um juízo moral nessa orientação de conduta. A ideia central é que existem "razões de Estado" que se justificam por si mesmas.

Segundo Maquiavel, o príncipe deve promover a unidade política em seu reino para evitar que ele se fragmente ou perca força na competição com outros Estados. Para tanto, é melhor que o príncipe seja "temido" do que "amado" por seus súditos". Por essas e outras razões, seu pensamento acabou sendo mal compreendido.

Maquiavel pode ser lido como um ideólogo da formação do Estado republicano, e não necessariamente do Estado absolutista. Em seu livro Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio, ele define república como o Estado em que o príncipe, os aristocratas e o povo governam em conjunto, conduzindo os negócios públicos de modo equilibrado para que possam resistir à passagem do tempo. Ao defender esse tipo de governo, o pensador italiano afirma que a representação das três bases sociais (príncipe, aristocratas e povo) confere ao Estado maior estabilidade, pois a competição entre elas promove a busca pela boa legislação.

Fonte: SILVA, Afrânio et al. Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016.

Aristóteles

 Foi um filósofo grego durante o período clássico na Grécia antiga. Sua obra abrange diversos assuntos como: a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, entre outros. Juntamente com Platão e Sócrates (professor de Platão), Aristóteles é visto como um dos fundadores da filosofia ocidental.

No ano de 343 a.C., Aristóteles tornou-se professor e mentor intelectual do filho do Imperador da Macedônia, Alexandre, que mais tarde se tornaria Alexandre, o Grande. No ano de 335 a.C., fundou o  Liceu, uma escola filosófica para ensinar os seus discípulos.

Fonte: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aristóteles
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/aristoteles.htm

26 de novembro de 2020

Sistema eleitoral

 A existência de partidos políticos requer o estabelecimento de regras pelas quais os representantes são escolhidos. Esse conjunto de regras é o sistema eleitoral. Nesse sistema, a legislação eleitoral é o conjunto de regras que disciplina as eleições e estabelece normas, datas e horários para a sua realização. Em geral, tais regras são diferentes para a disputa de cargos do Executivo (presidente, governador e prefeito) e do Legislativo (senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores).

No Brasil, atualmente, os cargos do Executivo e do Senado Federal são preenchidos mediante ¹eleições majoritárias. Já os cargos do Legislativo, com exceção do Senado, são preenchidas por ²eleições proporcionais. O Congresso Nacional brasileiro é bicameral, sendo formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.

O sistema eleitoral também regula o método pelo qual são escolhidos os candidatos que concorrerão à eleição. Pelo regime de lista fechada, o partido seleciona e enumera a relação dos candidatos à eleição. Cabe ao eleitor votar na lista, e não no candidato individual. Isso permite aos dirigentes partidários um controle maior sobre os políticos e sobre o eleitorado. Pelo regime de lista aberta, o partido seleciona seus candidatos, mas eles disputam livremente o voto individual do eleitor. Esse sistema confere maior independência ao candidato e à escolha do eleitor, mas limita o controle do partido sobre o comportamento do político.

1. Eleição majoritária: quando elege-se o candidato mais votado.
2. Eleição proporcional: o voto vai para o partido ou frente partidária e, mediante aplicação do coeficiente eleitoral (divisão do número de votos válidos pelo número de vagas), transforma-se em cadeiras legislativas.

Fonte: SILVA, Afrânio et al. Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016.

Partidos políticos

 Os partidos políticos são organizações alicerçadas em uniões voluntárias orientadas para influenciar ou conquistar o poder do Estado. Sociologicamente, são estruturas fundadas na ideologia da representação política. Juridicamente, são organizações de direito privado que congregam cidadãos com afinidades ideológicas. De fato, são forças políticas que contestam (oposição) ou sustentam (situação) os governos e que estão em permanente tensão na luta pelo poder institucionalizado.

O sistema partidário influi na conformação do poder, de modo que interfere na formação do governo e age sobre o regime da separação dos poderes. Tipos de sistemas partidários:

  • monopartidário: o poder está concentrado no comitê dirigente do partido ou em seu secretário-geral. Exemplo: Partido Comunista Chinês;
  • bipartidário: quando atuam apenas dois partidos. O bipartidarismo pode ser real, quando existem apenas dois partidos que hegemonizam as disputas eleitorais, como nos Estados Unidos e na Inglaterra, ou formal, quando há interdição legal de existência de outras agremiações, como aconteceu no Brasil entre 1965 e 1979, com a formação da Aliança Renovadora Nacional (Arena) e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB);
  • multipartidário: quando vários partidos disputam as esferas governamentais, como no Brasil atual.
Fonte: SILVA, Afrânio et al. Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016.

25 de novembro de 2020

Forma de governo

 A autoridade que administra o Estado é o governo. A forma de governo é o meio pelo qual é instituída a relação entre governantes e governados (estruturas e relações de poder).

A monarquia e a república são as formas básicas de governo. A categorização feita por Aristóteles na obra Política, escrita por volta do século IV a.C., compreendia três formas de governo: monarquia (governo de um só), aristocracia (governo dos melhores) e democracia (governo de muitos). Essa categorização subsistiu até a sistematização feita por Maquiavel, para quem o Estado era principado (monarquia) ou república.

Originalmente, a monarquia significava o governo de um só, podendo ser definida como o Estado dirigido segundo a vontade de um indivíduo, o rei. Com diversas particularidades, esse sistema foi predominante na Europa até metade do século XVIII. Nas Monarquias, o cargo de chefe de Estado é hereditário e vitalício. Hoje, as monarquias são em sua maioria limitadas e constitucionais: o poder do soberano é restrito, e o monarca tem de aceitar o papel e a ação de outros órgãos, como o Parlamento.

A forma republicana de governo é oposta à monárquica. A república é uma conquista idealmente democrática que se concretizou com a Revolução Francesa e se destaca pela rejeição aos governos aristocráticos ou oligárquicos. Nas repúblicas, o chefe de Estado geralmente é eleito por períodos determinados. Assim, há alternância de poder e igualdade formal entre todos os cidadãos. Entretanto, é importante lembrar que há muitas repúblicas não democráticas, marcadas por regimes ditatoriais.

Fonte: SILVA, Afrânio et al. Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016.

19 de novembro de 2020

Racismo no Brasil

Imagem: Reprodução

O racismo  no Brasil é acompanhado de uma série de ideias sem a menor base de apoio aos fatos históricos, às pesquisas científicas e à ética humana.

Em relação à ciência, a pesquisa do Projeto Genoma Humano afirma não haver, biologicamente, diferenças raciais entre os humanos. Foi constatado que a diferença genética de uma pessoa para outra é de pouco mais de 0,001%. Ou seja, somos 99,99% idênticos do ponto de vista biológico. Então não se justifica o argumento de que existem seres humanos inferiores ou superiores por causa da cor da pele, do formato do nariz, do tipo de cabelo ou do tipo físico.

Em termos éticos, não cabe considerar a cor da pele como uma diferença na capacidade intelectual das pessoas. Se todos forem tratados de maneira igual em seus direitos, não haverá como dizer que brancos, negros, amarelos ou indígenas sejam incapazes de realizar diversas tarefas e raciocínios lógicos.

É do ponto de vista sociológico e histórico que existem diferenças entre negros, brancos e indígenas, que são tratados de forma desigual e opressiva por aqueles que se consideram superiores. Vamos ver alguns exemplos na História do Brasil no que diz respeito à história dos negros brasileiros.

Desde pequenos aprendemos algumas coisas, tais como: "o negro foi escravo", "na África só tem pobreza e miséria", "a princesa Isabel libertou os escravos", "dia 13 de maio é dia dos escravos", e por aí vai...

Nós crescemos com essas ideias, muitas delas aprendidas na escola, reforçamos mais ainda o preconceito através de outros termos e frases: "moça escurinha, mas educada", "moço pretinho, mas nem parece", "preta feia", "preto horroroso", "fome negra", "lista negra", "moreninho, mas honesto", "preto de alma branca", "só podia ser preto", "samba do crioulo doido", "ovelha negra da família", "olha o beiço do negão", "nariz de crioulo", "cabelo ruim", e muito mais...

Tudo isso foi construído pela maioria daqueles que têm uma falsa compreensão ou ignorância da História do Brasil e dos africanos.

"Foi no continente africano que se desenvolveram as primeiras técnicas de metalurgia, de fundição de metais, a escrita, os cálculos matemáticos, a engenharia e o comércio internacional. Outra questão, que é silenciada na História ensinada, é que a grande civilização egípcia, das pirâmides, dos faraós, era uma civilização negro-africana. Aliás, a maioria dos faraós era negra."

O racismo foi construído ao longo do tempo em nossa sociedade, e mesmo frente à inúmeras ações para desconstruir esse estigma, ele se mostra muito forte até hoje em diversos segmentos sociais. Vamos ver o que diz a lei a respeito do racismo e da injúria racial.

Diferença entre racismo e injúria racial
RACISMO: Previsto na Lei nº 7.716/1989. É um crime contra a coletividade e não contra uma pessoa específica. Realizado por meio da verbalização de uma ofensa ao coletivo, ou atos como recusar acesso a estabelecimentos comerciais ou elevador social de um prédio. É inafiançável e imprescritível. A pena vai de um a três anos de prisão, além de multa.
INJÚRIA RACIAL: Está especificado no Código Penal – artigo 140, terceiro parágrafo. É quando uma ou mais vítimas são ofendidas pelo uso de “elementos referentes à raça, cor, etnia, religião e origem”. É um crime inafiançável, com pena de reclusão de um a três anos, também com multa. A prescrição é de oito anos, ou seja, o processo precisa ser aberto dentro desse período.
                                                           (Humanista jornalismo e direitos humanos. UFRGS)
Fonte: 
OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; COSTA, Ricardo Cesar Rocha da. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.
https://www.ufrgs.br/humanista/2019/11/18/racismo-no-brasil-entenda-como-funciona-a-lei/
https://novaescola.org.br/plano-de-aula/5140/racismo-no-brasil-heranca-maldita

11 de novembro de 2020

Ciências humanas

Imagem: https://www.gratispng.com/
A área das Ciências Humanas é o conjunto de ciências colocam o ser humano como centro da pesquisa. Por investigar o homem e a sociedade, essas ciências abordam sobre diversos aspectos, sejam teóricos, práticos ou subjetivos, como linguagem, cultura e produção de conhecimento.

Nas Ciências Humanas é necessário observar, duvidar, escutar, ler, buscar compreender e se colocar no ponto de vista daquilo ou daquele que está sendo estudado. Também é preciso deixar de lado suas próprias ideias e preconceitos para poder ter uma visão mais ampla e imparcial de fatos e situações.

Na formação acadêmica, esses conhecimentos estão organizados em cursos, tais como: Sociologia, Filosofia, Antropologia, Ciência Política, História, Pedagogia, Literatura, Economia, Administração, Comunicação Social, Geografia, Direito, Psicologia, Relações Internacionais, entre outras.

No ensino médio, as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas englobam as disciplinas de Filosofia, Geografia, História e Sociologia.

A Filosofia reflete sobre a natureza humana de maneira racional nos campos da ética, política, estética, lógica, entre outros. 

A Geografia estuda a relação do homem com o meio e seus impactos. Abrange a pesquisa dos elementos naturais do ambiente e a dinâmica social, política, demográfica e cultural. 

A História é a ciência que investiga e registra as ações humanas ao longo do tempo, por meio da análise de documentos, fotos, registros orais e achados arqueológicos. 

A Sociologia é a ciência que analisa os fenômenos sociais e o comportamento humano na sociedade.

Fonte:
https://www.mundovestibular.com.br/cursos/ciencias-humanas
https://querobolsa.com.br/revista/saiba-o-que-e-ciencias-humanas-e-suas-tecnologias
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#medio/a-area-de-ciencias-humanas-e-sociais-aplicadas

10 de novembro de 2020

Poder Judiciário

 Ao Judiciário compete aplicar a lei e, teoricamente, segundo as normas legais estabelecidas pelo Direito, "fazer reinar a Justiça" no relacionamento dos indivíduos entre si e com o Estado, bem como as relações entre as instituições. Sua estrutura é composta por juízes e promotores. Na esfera nacional estes são nomeados pelo Executivo e aprovados pelo Legislativo. Nas esferas estaduais, a grande maioria entra por concursos  públicos. São eles que desempenham os papeis de garantidores da lei quando há conflitos de interesses entre pessoas, grupos e instituições. Para desempenhar corretamente sua função, o Judiciário não pode estar submetido a nenhum dos outros poderes. No Estado brasileiro, procura-se garantir ao juiz o máximo de estabilidade no cargo e plena liberdade para interpretar a lei e ditar suas sentenças, sem receio de represálias, arbitrariedades ou pressões. O órgão máximo do Poder Judiciário brasileiro é o Supremo Tribunal Federal - STF. Suas deliberações, sobre diversos temas, significam sempre a "última decisão", não cabendo, praticamente, qualquer tipo de recurso do ponto de vista jurídico.

Fonte: OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; COSTA, Ricardo Cesar Rocha da. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.

Poder Executivo

 Ao Poder Executivo compete a direção do Estado, segundo as leis emanadas do Legislativo. Cabe-lhe, entre outras coisas, no caso do presidente da República, cuidar de qualquer assunto que tenha interesse nacional (em nível estadual, os governadores cuidam dos assuntos dos estados; e em nível municipal, os prefeitos se responsabilizam pelos assuntos do município); manter a ordem interna e a soberania externa; administrar todos os setores da vida pública; criar e extinguir órgãos ou cargos administrativos; nomear ou demitir funcionários; arrecadar e administrar os recursos econômicos necessários ao funcionamento da máquina governamental e à promoção do bem público, tais como educação, saúde, assistência social etc.

Fonte: OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; COSTA, Ricardo Cesar Rocha da. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.

Poder Legislativo

 É constituído por um conjunto de representantes do povo, eleito pelos cidadãos que têm direito ao voto. Ao nível federal, é formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, que constituem o Congresso Nacional. Os deputados federais são eleitos para seus mandatos políticos a cada quatro anos e os senadores, a cada oito anos. Nos estados são formadas as Assembleias Legislativas, com os deputados estaduais eleitos a cada quatro anos. Já nos municípios temos as Câmaras de vereadores, onde os representantes são eleitos também a quatro anos. As principais funções do Legislativo são: legislar, isto é, elaborar ou receber, discutir e aprimorar (ou rejeitar) os projetos de leis; fiscalizar o Executivo no desempenho de suas funções e, em alguns casos, julgar os chefes do Executivo, quando acusados de crime.

Fonte: OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; COSTA, Ricardo Cesar Rocha da. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.

7 de novembro de 2020

Sociedades sedentárias

Imagem: Reprodução
"Na antropologia evolucionária, sedentarização é um termo aplicado à transição cultural da colonização nômade para a permanente. Na transição para o sedentarismo, as populações seminômades possuíam um acampamento fixo para a parte sedentária do ano. O sedentarismo se tornou possível com novas técnicas agrícolas e pecuárias. O desenvolvimento do sedentarismo aumentou a agregação populacional e levou à formação de vilas, cidades e outras formas de comunidades".

A transição do Paleolítico para o Neolítico poderia ter sido muito mais complexa do que uma simples mudança no padrão das ferramentas de pedra.

A agricultura foi um dos mais importantes avanços na história da humanidade, embora não se possa afirmar com precisão afirmar com precisão quando e onde os homens começaram a cultivar plantas.

"A transição da caça nômade para a agricultura sedentária foi uma das alterações comportamentais mais importantes desde o aparecimento dos seres humanos na África há cerca de 200.000 anos atrás. Essa transição levou a mudanças profundas nas sociedades, incluindo uma maior densidade de população, novas doenças, desigualdade social, vida urbana e, em última análise, o surgimento de civilizações antigas".

A domesticação dos animais foi outro significativo avanço da humanidade que chegou depois da agricultura, onde caprinos, bovinos, suínos e alguns tipos de aves foram sendo domesticadas assegurando um abastecimento de carne, leite e ovos.

A Revolução Neolítica também foi marcada pelo desenvolvimento de outros tipos de tecnologia, como a cerâmica e a tecelagem. O desenvolvimento da cerâmica foi a solução encontrada para suprir as necessidades de cozinhar e armazenas alimentos, atividades que foram se tornando comuns ao longo da vida sedentária. A cerâmica, que era produzida a partir do aquecimento da argila moldada, resistia ao calor do fogo e podia conter líquidos e outros objetos. Já o desenvolvimento da tecelagem acontece à medida que os seres humanos vão se estabelecendo em moradias fixas e ficando cada vez mais ligados às atividades agropastoris. O vestuário passa a ser feito com o algodão das plantações.

Conforme as atividades agropastoris se tornavam consolidadas, as sociedades neolíticas passaram a ficar cada vez mais tempo em um único território e as aldeias agrícolas e pastoris foram surgindo. A população se tornava maior, principalmente por causa da maior oferta de alimentos. A vida social foi se tornando mais complexa, com as pessoas se especializando em determinados ofícios, como plantar, fazer cerâmica, confeccionar roupas, etc. Quem plantava o milho poderia trocar por cerâmica ou roupas, por exemplo. Todas estas mudanças levaram ao desenvolvimento de aldeias e pequenas cidades, dando origem a um governo estabelecido em um determinado território.

Os primeiros núcleos populacionais que praticaram este tipo de atividade, provavelmente estavam localizados nas regiões que compreendem a Mesopotâmia, o Egito e a área habitada pelos Hebreus, que atualmente, corresponde ao Oriente Médio há cerca de 8000 a.C. A partir desses primeiros núcleos surgiram as primeiras civilizações.

Fonte:
https://www.webartigos.com/artigos/da-pre-historia-as-primeiras-sociedades/28483/
https://www.agrozapp.pt/artigos/Estudos/onde-e-como-se-originou-a-agricultura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sedentarização

BNCC
- Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado. (EF05H101)
- Identificar, contextualizar e criticar as tipologias evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras) e as oposições dicotômicas (cidade/ campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.), explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.(EM13CHS105)

Neolítico

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Photographed at Historisches Museum der Pfalz, Speyer, Germany, CC BY-SA 3.0 

O período Neolítico é uma divisão cronológica da chamada pré-história, compreendida entre 10.000 a.C. e 4.000 a.C. Neolítico significa “pedra nova” ou ainda Idade da Pedra Polida. Foi um momento marcante, pois a vida do humano primitivo passou por diversas transformações. Os grupos humanos se tornaram sedentários passando a fixar-se em um único lugar e intensificaram a prática da agricultura. 

A Revolução Agrícola do Neolítico teria sido um longo processo de desenvolvimento da agricultura por parte das pessoas que viveram nesse período. Essa revolução compreendeu a capacidade de perceber os fenômenos naturais, elaborando teorias iniciais de causa/efeito, principalmente a partir da observação de alguns fenômenos, como a germinação.

Com o aumento da população, os grupos cresceram e tornaram-se sociedades complexas que começaram a organizar-se politicamente. As transformações do Neolítico foram essenciais para a formação das primeiras civilizações da Antiguidade oriental.

Fonte:
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/periodo-neolitico.htm
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-neolitico.htm

Civilização

Imagem: Reprodução

"Civilização é um complexo conceito da antropologia e história. Numa perspectiva evolucionista é o estágio mais avançado de determinada sociedade humana, caracterizada basicamente pela sua fixação ao solo mediante construção de cidades, daí derivar do latim civita que designa cidade e civile (civil) o seu habitante".

O conceito de civilização passou a ser usado na França na metade do século XVIII, como um conceito evolucionista de progresso, no qual a sociedade passaria por certas etapas de evolução, até atingir o status de civilizada.

Uma civilização surge através de uma cultura e possui traços característicos:
  1. Aparecimento de Grupos Sociais - Com o surgimento da propriedade privada e com o acumulo de riquezas por parte alguns membros da comunidade, surgem classes diferentes divididas por explorados e exploradores, ricos e pobres, etc.
  2. Divisão do Trabalho - A antiga forma de sociedade comunista do paleolítico (tudo aquilo que era coletado ou caçado era dividido igualmente entre o clã), baseada nos laços familiares, foram gradualmente substituídas pelo trabalho especializado (metalúrgicos, pastores, sacerdotes, etc.).
  3. Registros Escritos - Sem uma escrita, uma cultura não é considerada civilizada. Muitas culturas atingiram altos níveis de evolução cultural, formando estados organizados e sociedades divididas bem estruturadas. Porém a ausência de uma forma de registro escrito lhes tirou o mérito de Civilização.
Fonte: 
https://www.webartigos.com/artigos/da-pre-historia-as-primeiras-sociedades/28483/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Civilização

Sociedades nômades

Imagem: Povos nômades - Tuaregues (Reprodução)
Durante o Paleolítico e parte do Neolítico, o nomadismo foi uma prática comum entre os primeiros grupos humanos. Com as mudanças climáticas e o desenvolvimento das primeiras técnicas agrícolas, o nomadismo cedeu espaço para o aparecimento de comunidades sedentárias originárias das primeiras civilizações da Antiguidade. É nesse momento de mudança que passamos a julgar as comunidades sedentárias como “mais evoluídas”.

A prática do nomadismo esteve presente nos grupos humanos, principalmente antes da Revolução Agrícola. Nesse processo de locomoção pelo espaço, essas comunidades utilizam-se dos recursos oferecidos pela natureza até esses se esgotarem. Com o fim desses recursos, esses grupos se deslocam até encontrarem outra região que ofereça as condições necessárias para a sobrevivência.

Eram sociedades onde não havia expressividade em relação às desigualdades sociais, pois elas não acumulavam coisas, mas obtinham apenas aquilo que consideravam necessitar para sua sobrevivência.

Há 10 mil anos iniciou-se a atividade agrícola, que se espalhou pelo mundo. A agricultura possibilitou a vida sedentária, o aumento populacional e o cultivo de alimentos que sustentavam um grupo durante todo o ano. A necessidade de cultivo fez com que se tornasse necessário o domínio dos rios e a construção de obras públicas, o que ocasionou em uma Revolução Urbana.

As sociedades nômades ainda existem em algumas partes do mundo, mas encontram-se praticamente em processo de extinção, pois as sociedades têm se tornado cada vez mais sedentárias, ou seja, acomodadas em um local fixo.

"A vantagem ambiental das práticas nômades é que com o deslocamento, os agrupamentos humanos nômades fornecem ao meio ambiente um tempo de regeneração, no qual a natureza se reequilibra. Isso não ocorre nas sociedades sedentárias, pois não há um deslocamento, mas sim uma exploração intensificada e constante dos recursos do meio ambiente".

Fonte:
https://www.infoescola.com/historia/nomadismo/
https://novaescola.org.br/plano-de-aula/6144/nomade-ou-sedentario
https://www.estudopratico.com.br/nomadismo-o-que-e-historia-e-consequencias/

BNCC
- Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado. (EF05H101)
- Identificar, contextualizar e criticar as tipologias evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras) e as oposições dicotômicas (cidade/ campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.), explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.(EM13CHS105)

"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa