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8 de dezembro de 2020

Conflitos no campo

No Brasil, os movimentos de acesso à terra existem desde a promulgação da Lei de Terras, em 1850. Antes disso, a forma mais utilizada para o acesso à terra era a posse. O fim da escravidão e a lei que determinava que a posse só seria dada a quem pagasse pelo terreno levaram a inúmeros conflitos envolvendo os grandes proprietários, o governo, os ex-escravisados e os posseiros destituídos de suas terras. Exemplos de resistência e luta camponesa estão presentes em movimentos como a Guerra de Canudos (1893), no interior da Bahia, e a Guerra do Contestado (1912), região localizada entre o Paraná e Santa Catarina, nas quais milhares de camponeses se agruparam para defender suas terras e organizar resistências.
Imagem: Reprodução

Por volta de 1945, começaram a se organizar as Ligas Camponesas, que lutavam por uma reforma agrária ampla. A estratégia utilizada foi a ocupação de terras. Esse movimento durou décadas, até ser duramente combatido pelo regime militar, o que levou a extinção de todas as Ligas espalhadas por 13 estados brasileiros.

Imagem: Reprodução

A redemocratização e as discussões da nova Constituição, na década de 1980, possibilitaram a reorganização dos movimentos sociais que reivindicam o acesso à terra. O principal movimento de luta pela reforma agrária no Brasil é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Uma vertente progressista da Igreja católica, a ¹Teologia da Libertação, e alguns partidos políticos foram os principais apoiadores do MST.

Conflitos com ²oligarquias e latifundiários, que detêm o controle das terras e do poder político, resultaram em grande número de mortes. As principais áreas de conflitos estão em fronteiras agrícolas, principalmente em Mato Grosso e Tocantins.

Atualmente, a luta dos movimentos sociais no campo é pela aceleração do processo de reforma agrária e pela ampliação dos benefícios aos assentados, como assistência técnica. Além da luta pela posse da terra, esses movimentos criam propostas de educação e de participação social para os moradores do campo e para os ³assentados.

1. Teologia da libertação: corrente teológica que defende uma sociedade mais igualitária, participativa e justa, na qual a fé cristã deve voltar-se para a libertação e o fim da opressão e da exclusão social.
2. Oligarquias: grupo formado por poucas pessoas que exerce domínio econômico, social, cultural e político em uma área.
3. Assentamento: área rural concedida pelo governo a agricultores sem terra.

Fonte:
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado. São Paulo: Ática, 2017.
SILVA, Angela Corrêa da; OLIC, Nelson Bacic; LOZANO, Ruy. Geografia: contextos e redes. São Paulo: Moderna, 2016.
VIEIRA, Bianca Carvalho et al. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa