Imagem: https://www.wikiwand.com/fr/Paul_Vidal_de_La_Blache
No século XX, vários geógrafos realizaram novos trabalhos. A chamada Escola Francesa assumiu papel importante nessa tarefa. Entre seus representantes estão: Paul Vidal de La Blache (1845-1918), Jean Brunhes (1869-1930), Emmanuel de Martonne (1873-1955), Pierre Deffontaines (1894-1978), André Cholley (1866-1968) e outros.
Jean Brunhes acrescentou mais dois princípios ao método de estudo geográfico - o Princípio da Atividade ou da Evolução e o Princípio da Conexão ou Coexistência ou ainda da Interação.
Princípio da Atividade ou da Evolução. Todo fato geográfico se modifica através do tempo. Por isso, devemos estudar os fatos atuais e procurar as suas ligações ao longo do tempo: o que foi, o que é, possivelmente o que será, procurando, portanto, as suas fases evolutivas.
Princípio da Conexão ou Coexistência ou ainda da Interação. Estabelece que os fatos geográficos, físicos ou humanos, nunca aparecem isolados e estão sempre interligados por elos de relacionamentos. As relações existentes devem ser identificadas e analisadas.
A importância da geografia humana no século XX
Vários fatores contribuíram para o desenvolvimento da geografia humana no século XX:
- As grandes modificações que o ser humano provoca no meio natural com suas atividades econômicas.
- O rápido crescimento da população mundial.
- A crescente urbanização do espaço geográfico e o surgimento de grandes regiões urbanizadas.
- A concentração da população em determinadas regiões do globo.
A geografia depois da Segunda Guerra Mundial
Quando o mundo começou a sua reconstrução política e econômica, após a Segunda Guerra Mundial, a geografia assumiu um papel muito mais importante. E dessa época até o final do século XX abordou vários aspectos. Daí se falar em geografia quantitativa, geografia ativa, geografia crítica.
De 1940 até o início da década de 1960, a matemática e os números tiveram grande importância nos conhecimentos geográficos. Era o período da geografia quantitativa, que não se aprofundava em problemas e desigualdades sociais.
A partir da década de 1960, o geógrafo passou a se dedicar ao estudo da dinâmica do espaço geográfico e a participar do planejamento econômico e social das regiões. Era a época da geografia ativa ou geografia aplicada, que teve no geógrafo francês Pierre George (1909-2006), um de seus principais defensores.
Nas décadas de 1970 e 1980, uma nova faceta da geografia se apresentava: a geografia crítica, que nasceu na França com o geógrafo Yves Lacoste (1929) e chegou a vários países, entre eles o Brasil. Problemas sociais, como a fome, a pobreza, as desigualdades sociais, passaram a ser importantes temas no estudo da geografia. Era preciso ter uma postura crítica diante da organização política, social e econômica do mundo. As escolas procuravam despertar no aluno o espírito crítico, bem como a capacidade de raciocínio. Os conteúdos geográficos, antes considerados "mera memorização" de nomes e números, passaram a exigir mais reflexão e capacidade crítica. Com esse enfoque, a parte da geografia que estuda os elementos do meio natural, a geografia física, ficou um pouco esquecida.
No final do século XX e início do século XXI, tornava-se cada vez mais evidente que a geografia tem como principal tarefa a análise do espaço geográfico para o planejamento da organização ou reordenação territorial, privilegiando o cuidado com a natureza. É preciso lembrar que a geografia física reassume novamente um importante papel nessa tarefa, principalmente com o agravamento dos problemas ambientais.
O conhecimento geográfico evoluiu, portanto, da simples descrição dos fenômenos para a sua explicação, além de estabelecer as várias relações que podem explicar a organização do espaço geográfico.
Fonte: ALMEIDA, Lúcia Marina; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado. São Paulo: Ática, 2012.
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