A imagem que temos de um determinado povo é fruto de uma construção histórica. Africanos, asiáticos e tantos outros povos são pouco lembrados na história por suas próprias perspectivas culturais. Durante séculos, sobretudo entre o XV e o XX, a Europa expandiu sua área de influência por territórios da América, África, Ásia e Oceania. Um conjunto sem fundamento de justificativas legitimaram, aos olhos da comunidade internacional, a incorporação forçada desses povos na rota do capitalismo. Essas justificativas, sempre associando os povos nativos à selvageria e ao exotismo, produziram violências simbólicas que permanecem até os dias atuais.
O auge da ocupação europeia ocorreu entre meados do século XIX até praticamente a Segunda Guerra Mundial, no fenômeno conhecido como imperialismo.
O período imperialista foi justificado por uma série de teorias racistas que colocavam os europeus e estadunidenses em posição de superioridade cultural em relação aos asiáticos e africanos. Um conjunto de ideias baseadas em teorias científicas da época autorizava a dominação europeia sobre estes continentes, partindo do princípio de que se tratava de uma missão civilizatória, abrindo caminho para o avanço e o controle dos territórios colonizados. Desconsiderava, assim, os milênios de ocupação humana do continente, onde se desenvolveram complexas e numerosas civilizações.
Violência simbólica: caracteriza-se pelos mecanismos sutis que emprega e por contar com a cumplicidade de quem sofre a violência e de quem a pratica, muitas vezes sem terem a real consciência disso no processo.
Fonte: MAIDA, Judith Nuria (coord.). Interação humanas: o poder econômico e a construção da autonomia dos povos e países. São Paulo: Editora do Brasil, 2020.
Imagem: http://wagnerbarretos.blogspot.com/2011/07/consequencias-do-neocolonialismo-na.html