1 de novembro de 2020

Rede e hierarquia urbana brasileira

Imagem: joelfotos por Pixabay - São Paulo

O espaço geográfico abrange as redes formadas pelos complexos sistemas de fluxo de pessoas, bens, serviços, capitais e informações que caracterizam a sociedade contemporânea. A rede urbana é um conjunto de núcleos urbanos articulados entre si. Nessa rede, as cidades desempenham a função de nós, ou vértices, e as linhas representam os fluxos. A centralidade de cada uma delas se define pelo acúmulo de funções centrais para a economia e pela presença da infraestrutura necessária para abrigar atividades inovadoras.

Segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estabelecida no estudo "Regiões de influência das cidades", fazem parte da rede urbana brasileira: 12 principais centros urbanos, que são as metrópoles, e 70 capitais regionais; além de 169 centros sub-regionais e centros de zona e os centros locais.

O estudo está fundamentado na estruturação das zonas de influência dos principais centros urbanos no território brasileiro, mostrando as redes que eles formam e os diversos aspectos considerados na estruturação dessas redes.

A determinação dos principais centros baseou-se na existência de órgãos públicos, de grandes empresas e na oferta de ensino superior, serviços de saúde e domínios de internet. As categorias utilizadas são as seguintes:

1. Metrópoles -  as doze metrópoles brasileiras são divididas em três grupos, de acordo com a sua importância, a complexidade dos equipamentos urbanos disponíveis, a funcionalidade que exercem na rede urbana e a extensão de sua área de influência: 

  • Grande metrópole nacional - São Paulo, a maior metrópole do país, com poder de polarização em escala nacional;
  • Metrópole nacional - Rio de Janeiro e Brasília, que também estendem seu poder de polarização em escala nacional, mas com um nível de influência menor que o de São Paulo;
  • Metrópole - Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, Recife, Curitiba, Campinas e Manaus, são regiões metropolitanas que têm poder de polarização em escala regional.         

2. Capital regional - têm área de influência de âmbito regional e são referidas como destino para um grande número de atividades. Neste nível de polarização existem setenta municípios e subdivide-se em três níveis:
  • Capital regional A - engloba 11 cidades, com média de 955 mil habitantes;
  • Capital regional B - 20 cidades com média de 435 mil habitantes;
  • Capital regional C - 39 cidades, com média de 250 mil habitantes.
3. Centro sub-regional - engloba 169 municípios com serviços menos complexos e área de polarização mais reduzida, é subdividido em:
  • Centro sub-regional A - 85 cidades, com média de 95 mil habitantes;
  • Centro sub-regional B - 79 cidades, com média de 71 mil habitantes.
4. Centros de zona - são 556 cidades de menor porte que dispõem apenas de serviços elementares e estendem seu poder de polarização somente nas cidades vizinhas. Subdivide-se em: 
  • Centro de zona A - 192 cidades, com média de 45 mil habitantes;
  • Centro de zona B - 364 cidades, com média de 23 mil habitantes;
5. Centro local - as demais 4473 cidades brasileiras, com média de 8133 habitantes e cujos serviços atendem somente à população local, não polarizam nenhum município, sendo apenas polarizados por outros.

Imagem: Reprodução

Relações entre as cidades em uma rede urbana
Imagem: Reprodução
A explicação sobre a diferença estre os dois esquemas está em rede urbana.

Fonte: 
LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2017.
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.

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"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa