1 de janeiro de 2017

A Filosofia e o Mito da Caverna de Platão

Imagem: Reprodução
Imaginemos, escreve Platão, uma caverna separada do mundo exterior por um muro baixo. Entre esse muro e o teto da caverna há uma fresta por onde passa  alguma luz externa, evitando que o interior fique na obscuridade completa. Desde seu nascimento, geração após geração, seres humanos estão acorrentados ali sem poder mover a cabeça na direção da entrada nem se locomover até ela, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo, sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do Sol. Estão quase no escuro e imobilizados.

Do outro lado do muro, mas ainda dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que ali se passam sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna (pensemos na caverna como se fosse uma sala de cinema e o fogo, a luz de um projetor de filmes).

Entre o fogo e o muro, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras ou imagens de homens, mulheres, animais cujas sombras são projetadas na parede da caverna. Nunca tendo visto o mundo exterior, os prisioneiros julgam que as sombras das coisas transportadas e os sons das falas das pessoas são as próprias coisas externas. Ou julgam, que as sombras são seres vivos que se movem e falam.

Os prisioneiros se comunicam, dando nome às coisas que julgam ver (sem vê-las realmente, pois estão na obscuridade), e imaginam que o que escutam, e que não sabem que são os sons vindos de fora, são as vozes das próprias sombras dos artefatos, e não dos seres humanos que os carregam e se encontram do outro lado do muro.

Qual é, pois, a situação dessas pessoas aprisionadas? Tomam sombras por realidade. Essa confusão, porém, não tem como causa um defeito na natureza dos prisioneiros e sim as condições adversas em que se encontram. Que aconteceria se eles fossem libertados dessa situação miserável.

Um dos prisioneiros, inconformado com a situação em que se encontra, decide abandonar a caverna. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. De início,  move a cabeça; depois o corpo todo; a seguir, avança na direção da saída da caverna e escala o muro. Enfrentando as durezas de um caminho íngreme e difícil, sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do Sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Enche-se de dor por causa dos movimentos que seu corpo realiza pela primeira vez e pelo ofuscamento de seus olhos pela luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho do fogo que havia no interior da caverna. Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento.

Incredulidade, porque será obrigado a decidir sobre onde se encontra a realidade: no que vê agora ou nas sombras em que sempre viveu? Deslumbramento (literalmente 'ferido pela luz) porque seus olhos não conseguem ver com nitidez as coisas iluminadas.

Seu primeiro impulso  é retornar à caverna para livrar-se da dor e do espanto, atraído pela escuridão, que lhe parece mais acolhedora. Como precisa aprender a ver, e esse aprendizado é doloroso, desejará a caverna, onde tudo lhe é familiar e conhecido.

Sentindo-se sem disposição para regressar à caverna por causa da rudeza do caminho, o prisioneiro permanece no exterior. Aos poucos habitua-se à luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, tem a felicidade de finalmente ver as coisas como elas realmente são, descobrindo que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão vira apenas sombras. A partir desse instante, desejará ficar longe da caverna para sempre e lutará com todas as suas forças para jamais retornar a ela. Mas lamenta a sorte dos outros prisioneiros. Por fim, toma a difícil decisão de regressar ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que viu e convencê-los a se libertarem também.

O que lhe acontece nesse retorno? Os demais prisioneiros zombam dele, não acreditando em suas palavras. Se não conseguirem silenciá-lo com suas caçoadas, tentarão fazê-lo espancando-o. Se mesmo assim ele teimar em afirmar o que viu e os convidar a sair da caverna, certamente acabarão por matá-lo. Mas, quem sabe, alguns poderão ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidir sair da caverna rumo a realidade?

O que é a caverna? O mundo de aparências em que vivemos. O que são as sombras projetadas no fundo? As coisas que percebemos. O que são os grilhões e as correntes? Nossos preconceitos e opiniões, nossa crença de que o que estamos percebendo é a realidade. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo. O que é a luz do Sol? A luz da verdade. O que é o mundo iluminado pelo sol da verdade? A realidade. Qual é o instrumento que liberta o prisioneiro rebelde e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A filosofia.

Fonte: CHAUI, Marilena. Iniciação à Filosofia: ensino médio, volume único.

MATRIX e o Mito da Caverna: algumas considerações filosófica

31 de dezembro de 2016

A Filosofia e o filme MATRIX

Quem assistiu ao primeiro filme da série Matrix, de 1999, há de se lembrar da cena em que o herói, Neo, é levado pelo guia, Morfeu, para ouvir uma mulher a quem chama Oráculo. Essa mulher pergunta a Neo se ele leu o que está escrito sobre a porta de entrada da casa em que acabou de adentrar. Ele diz que não. Então, ela lê para Neo as palavras, explicando-lhe que são de uma língua que não é mais falada no cotidiano, o latim.

O que está escrito? Temet nosce. O que significa? "Conhece-te a ti mesmo." A mensagem para Neo é a de que ele - e somente ele - poderá saber se é ou não aquele que vai livrar o mundo do poder da Matrix. Portanto, somente conhecendo-se a si mesmo ele terá a resposta.

29 de dezembro de 2016

Questões sobre a atmosfera terrestre

1) Os elementos que formam a atmosfera em sua maioria são:
a) Oxigênio, Gás Carbônico, Argônio e outros elementos em menor quantidade.
b) Nitrogênio, Gás Hélio, partículas de pó e vapor d’água.
c) Nitrogênio, Oxigênio e outros elementos em menor quantidade.
d) Metano, Gás Carbônico e Oxigênio.
e) Nitrogênio e Metano.

2) (UFPA) O clima das cidades tem recebido atenção nos fóruns de discussão sobre meio ambiente. Quanto ao clima urbano, que apresenta característica peculiar decorrente das atividades da sociedade moderna, é correto afirmar:
I. A inversão térmica é um fenômeno que ocorre quando a camada de ar mais fria se situa sob o ar mais quente, ou seja, é mais próxima do solo. Nas grandes cidades, essa situação favorece a concentração de poluentes porque o ar frio funciona como um tampão que impede a dissipação da poluição atmosférica.
II. O fenômeno da ilha de calor, que é muito comum em cidades com elevado grau de urbanização e substituição de áreas verdes pelas construções, promove elevação da temperatura.
III. A concentração de poluentes nas grandes cidades adensa a massa de micropartículas em suspensão e esta estimula o processo de condensação, proporcionando um ressecamento da atmosfera. Dessa maneira, as precipitações nas áreas urbanas costumam registrar índices menores que os do seu entorno.
Está(ão) correta(s) a(s) seguinte(s) afirmativa(s)
a) I, II e III
b) I e II
c) I e III
d) II e III
e) apenas I

28 de dezembro de 2016

Quadro síntese as três fases da Revolução Industrial

Trabalhei nos segundos anos do ensino médio com esse quadro comparativo. Eles recebiam a folha em branco e pesquisavam com o material que tinham, como livros e internet.
Esse quadro foi feito a partir de um quadro publicado na assessoria pedagógica do livro Geografia: leituras e interação, de Antonio Luís Joia e Arno Aloísio Goettems.
Abaixo do quadro está o link de compartilhamento para visualizar e imprimir o quadro comparativo.

Quadro síntese fases da  Revolução Industrial
Para visualizar e imprimir o quadro, clique AQUI.

Fonte: JOIA, Antonio Luís e GOETTEMS, Arno Aloísio. Geografia: leituras e interação, v. 2.
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa