4 de outubro de 2019

Questões discursivas - geografia agrária

Imagem: Imagem de Schwoaze por Pixabay
1. Caracterize a agricultura intensiva e extensiva.
2. Quais são as principais diferenças entre a agricultura familiar e a agricultura empresarial?
3. Defina o que são agronegócios.
4. Por que vem se reduzindo o percentual de moradores e trabalhadores da zona rural que se dedicam a atividades agrícolas?
5. O que foi a Revolução Verde? Quais foram os impactos socioeconômicos e ambientais ocasionados por ela?
6. Leia o texto a seguir e responda às perguntas.
Agricultura sustentável
Com o crescimento das preocupações em relação à qualidade do meio ambiente em todo o mundo, a agricultura da Revolução Verde - que, nas últimas décadas, superou, com aumentos espetaculares de produção e de produtividade, o desafio de atender a uma demanda crescente de alimentos e de outros produtos à custa da degradação ambiental - passa a ser questionada no que se refere à sustentabilidade de longo prazo.
Na realidade, a demanda crescente por alimentos e por outros produtos agrícolas diante do impacto ocasionado mostra a necessidade de mudanças no modelo de agricultura praticado nas últimas décadas - uma agricultura que atenda simultaneamente aos objetivos de maior produtividade e de qualidade ambiental. Embora ainda não dominem o mercado, as experiências emergentes apontam os caminhos da agricultura do futuro na direção desses objetivos.
(KITAMURA, Paulo Choji. Agricultura sustentável.)
a) Qual o posicionamento do autor do texto quanto às práticas agrícolas que predominam atualmente?
b) Alguns pesquisadores e estudiosos defendem que os alimentos cultivados com as técnicas da Revolução Verde deveriam embutir os custos da degradação ambiental (degradação dos solos, poluição dos aquíferos e cursos de água, extinção de espécies, redução da biodiversidade e outros) em seus preços e, portanto, custar mais caro. Você concorda com essa posição? Explique.

Fonte: MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil; espaço geográfico e globalização. Vol. 3. São Paulo: Editora Scipione, 2017.

Respostas:
1.A agricultura intensiva é praticada principalmente nos países desenvolvidos e em algumas áreas agrícolas capitalizadas dos países em desenvolvimento. Caracteriza-se pela utilização de técnicas aprimoradas no preparo do solo, na seleção de sementes, na irrigação, na mecanização e utilização intensa de fertilizantes, apresentando elevados índices de produtividade e pequena utilização de mão de obra.
A agricultura extensiva é praticada nas regiões pobres do planeta; é,portanto, descapitalizada: não utiliza máquinas, nem adubos, do que decorrem a baixa produtividade e a elevada participação da população ativa no setor.
2. Na agricultura familiar todas as decisões relativas à administração, aos investimentos e ao que e como produzir são tomadas pelos membros de uma família. Nesse tipo de agricultura predomina o trabalho realizado pelos membros da família e, às vezes, mão de obra contratada. Na agricultura empresarial predomina a utilização de mão de obra contratada (assalariada) e desvinculada do proprietário da terra, em caráter permanente ou temporário.
3. Os agronegócios são todas as atividades envolvidas na produção, comercialização, administração, processamento, armazenagem e outros ramos que fazem parte da cadeia produtiva, necessáriosd para que um produto agrícola chegue ao mercado consumidor.
4. A modernização das técnicas agrícolas - mecanização, irrigação, seleção de sementes, biotecnologia, etc. - aumenta a produtividade e reduz a necessidade de mão de obra atuando diretamente na produção. Em contrapartida, são gerados empregos em atividades secundárias e terciária: operadores de máquinas, ; motoristas; vendedores, administradores, profissionais de limpeza, alimentação, segurança, etc. Também estão sendo gerados empregos nas atividades ligadas ao turismo, ao lazer, à prática de esportes, aos transportes, à energia, etc.
5. A Revolução Verde foi um conjunto de medidas voltadas ao aumento da produção agrícola nos países pobres, destacando-se a modernização das práticas agrícolas (utilização de adubos químicos, inseticidas, herbicidas, sementes geneticamente modificadas) e a mecanização do preparo do solo, do cultivo e da colheita.
Esse modelo de produção proporcionou aumento de produtividade por área cultivada e crescimento da produção de alimentos, mas isso ficou restrito às grandes propriedades que possuíam terras planas que podiam ser mecanizadas e capacidade de investimento para a compra de máquinas e insumos. Em muitos países essa modernização da produção, e a consequente substituição dos trabalhadores por máquinas, provocou êxodo rural e colaborou para o aumento dos índices de pobreza.
Em relação aos aspectos ambientais provocados pela substituição de policultura por monoculturas destacam-se a maior proliferação de pragas e doenças e a contaminação dos solos e dos recursos hídricos pelos produtos químicos utilizados - adubos e agrotóxicos.
6. a) O autor reconhece a importância da Revolução Verde para aumentar a produção e a produtividade, mas aponta a necessidade de reformar a produção agrícola para a busca do desenvolvimento sustentável.
b) O aluno Ígor (2°2) não concorda que deveriam embutir os custos da degradação ambiental nos produtos cultivados com as técnicas da Revolução Verde. Segundo ele: "O valor que está sendo colocado a mais, em primeiro lugar não vai reconstruir todo o estrago causado ao meio ambiente e, em segundo, provavelmente esse dinheiro não vai ser usado para compensar os estragos."
Para a aluna Nathalia (2°1), os custos da degradação ambiental deveriam ser embutidos no preço dos produtos: "Sim, pois quanto mais caro o produto, menos seria consumido, afetando o bolso dos empresários que investem neste tipo de produção, levando as empresas a repensar seus métodos de produção, para meios mais sustentáveis."

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"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa