27 de janeiro de 2020

Mundialização da sociedade de consumo

Há um componente antigo da globalização, que é a presença de mercadorias estrangeiras em quase todos os países. Com a intensificação dos fluxos comerciais, diferentes produtos circulam por uma moderna e intrincada rede de transportes cobrindo grandes extensões da superfície terrestre, sobretudo nos países desenvolvidos e emergentes. Paralelamente, também tem se expandido a prestação de diversos tipos de serviço ao redor do planeta.

Com isso, ocorre uma globalização do consumo: a difusão de uma cultura de massas que se origina, sobretudo, nos Estados Unidos, a nação mais influente do planeta. Essa "invasão" cultural se difunde com as empresas transnacionais e via meios de comunicação mundializados. O American Way of Life ( em português, 'estilo de vida americano') é difundido por:
* anúncios de agências de publicidade que vendem produtos e hábitos de consumo;
* filmes de Hollywood e séries produzidas por canais de televisão;
* revistas de negócios como a Forbes e a Fortune;
* diversas redes de restaurantes fast-food (em inglês 'comida rápida');
* músicas, videoclipes e videogames;
* esportes como o basquetebol, o futebol americano, etc.

O inglês é a língua oficial da indústria cultural e dos negócios globalizados, e também o idioma mais utilizado na internet, seguido pelo chinês, cuja participação aumentou por causa do crescimento da renda da população chinesa, a mais numerosa do planeta.
Imagem: Reprodução
Apesar do poder da indústria cultural dos Estados Unidos, muitos setores, em diversos lugares, resistem. Entretanto, a comida globalizada não provém somente dos Estados Unidos, embora a maioria das grandes redes de restaurantes seja daquele país. O hambúrguer, alimento mais comum dessas redes, incluindo o da maior e mais onipresente delas - o McDonald's - tem origem nos Estados Unidos. Mas também estão sediadas em território norte-americano redes globais de restaurantes fast-food que servem alimentos originários de outros países, como a pizza (Itália) e os tacos e os nachos (México). Esses dados evidenciam que o fast-food é tipicamente americano como processo de produção de alimento - industrializado e padronizado -, mas  não necessariamente como tipo de alimento oferecido.
Imagem: Reprodução
Foi nos Estados Unidos que começou, com Henry Ford (1863-1947), a produção em série de automóveis. Esse mesmo processo de produção, o fordismo, atingiu outros setores industriais. O fast-food representa a chegada do fordismo ao setor de alimentação.

Em 1986, após manifestação contra a instalação de um restaurante da rede McDonald's em uma praça em Roma (Itália), nascia o movimento slow food, em nítida contraposição ao fast-food e a tudo o que ele representa. Em 1989, em Paris (França) , foi oficialmente constituído o Movimento Internacional Slow Food, sediado na cidade de Bra (Itália) e que hoje tem adeptos em diversos países, incluindo o Brasil.
Imagem: Reprodução

Fonte: SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. 2 ed. São Paulo: Scipione. 2014.

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"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa