Em 1989, o economista John Williamson (1937) reuniu o pensamento neoliberal das grandes instituições financeiras (FMI e Banco Mundial) e também do governo estadunidense, no intuito de propor soluções para resolver a crise e o endividamento dos países em desenvolvimento, particularmente os da América Latina, e caminhos para crescimento econômico. Estas propostas ficaram conhecidas como Consenso de Washington, segundo o qual os países latino-americanos deveriam:
- realizar uma reforma fiscal, isto é, alterar o sistema de atribuição e de arrecadação de impostos para que as empresas pudessem pagar menos e adquirir maior competitividade;
- executar a abertura econômica, com liberalização das exportações e das importações, ampliação das facilidades para a entrada e a saída de capitais e privatização de empresas estatais;
- promover o corte de salários e a demissão dos funcionários públicos em excesso e realizar mudanças na previdência social, nas leis trabalhistas e no sistema de aposentadoria, para diminuir a dívida do governo (a chamada dívida pública).
Para serem considerados confiáveis, diminuindo o ¹risco-país, os países deviam cumprir as sugestões do Consenso de Washington. Nada era obrigatório, mas seguir suas determinações básicas era condição para receber ajuda financeira externa e atrair capitais estrangeiros.
1. Risco-país: É um indicador criado para avaliar as condições financeiras de um país emergente. As três principais agências de classificação ou avaliação de risco são Satandard & Poor's, Moody's e Fitch. Elas classificam os países em grau de investimento (capacidade de bom pagador) e grau especulativo (com muita probabilidade de calote) e em cada "grau" há diferentes notas.
Fonte: LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2017.
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