10 de abril de 2020

Brasil: estrutura geológica

Imagem: Reprodução
A superfície terrestre apresenta várias "fisionomias" ou irregularidades a que chamamos relevo. Essas formações se originaram de forças e movimentos no interior da Terra e são constantemente modeladas pelo trabalho conjunto de agentes externos, como as águas do mar, dos rios e das chuvas, o gelo, o vento e os seres vivos. Na foto, Cânion Itaimbezinho, na divisa dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Estrutura geológica

Dos tipos de estrutura geológica que distinguimos na crosta terrestre, o Brasil apresenta escudos cristalinos, ou núcleos cratônicos, bacias sedimentares e dobramentos antigos. Não possui dobramentos modernos.

As áreas de escudos cristalinos, formadas em épocas muito antigas (pré-cambrianas), ocupam cerca de 36% do território brasileiro e deram origem a terrenos arqueozoicos (32%) e proterozoicos (4%). Nos terrenos da Era Proterozoica, encontram-se as riquezas minerais do Brasil: ferro, manganês, bauxita, ouro, etc.

As bacias sedimentares, formadas nas Eras Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica, ocupam mais da metade da área total do território brasileiro e são divididas em grandes e pequenas bacias.

Veja no mapa a seguir como se distribuem os escudos cristalinos e as bacias sedimentares no território brasileiro.
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A dinâmica Interna

Situado  no centro da placa Sul-Americana, o território brasileiro apresenta relativa estabilidade geológica, pois as atividades vulcânicas e sísmicas ocorrem principalmente nas bordas das placas tectônicas.

Quanto às atividades vulcânicas, as últimas erupções ocorridas no território brasileiro se deram principalmente entre o final do Período Terciário e o Início do Quaternário, e foram elas que deram origem às nossas ilhas oceânicas.

Atividades vulcânicas mais intensas, com derramamento de lava, também ocorreram no final da Era Mesozoica, nas atuais regiões de Poços de Caldas e Araxá, em Minas Gerais, e em grande parte do planalto arenito-basáltico, nos atuais estados de São Paulo e Paraná.

Os movimentos orogênicos, que dão origem a montanhas, ocorreram em épocas mais remotas, principalmente na Era Pré-Cambriana. Esses movimentos são conhecidos como ciclo brasiliano, e suas formações mais importantes são a serra do Mar, a serra da Mantiqueira e a do Espinhaço, todas localizadas na região Sudeste.

O fato de o território brasileiro estar localizado em uma região de relativa estabilidade sísmica não exclui a possibilidade de que ocorram tremores no país, devido às falhas geológicas e também por causa do deslocamento interno de blocos na parte superior da crosta. Embora a maioria dos tremores seja, em geral, de baixa intensidade, alguns abalos mais fortes já foram registrados no país.
Cidade de Ouro Preto (MG) com a serra do Espinhaço ao fundo.
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A dinâmica externa

Das principais formas de relevo, o Brasil possui planícies, planaltos e depressões. Sempre que nos referimos ao relevo brasileiro, duas características são mencionadas: sua antiguidade e baixas altitudes.

A antiguidade está relacionada a agentes internos que atuaram em remotas eras geológicas, e as baixas altitudes são o resultado da longa exposição de suas rochas aos agentes externos, que atuam como modeladores do relevo: a água, o vento (em seu trabalho de erosão, sedimentação e transporte), o ¹intemperismo e os seres vivos.

No Brasil, encontramos vários exemplos da ação das águas dos rios, por exemplo, ²meandros no rio Paraíba do Sul, planícies fluviais em vários pontos do país, cataratas no rio Iguaçu; das águas do mar: falésias no Sul e no Nordeste, ³tômbolos e restingas ao longo do litoral; das águas das chuvas: voçorocas e deslizamentos; do vento: dunas litorâneas; e dos seres vivos: raízes das plantas, animais que escavam o solo e ações antrópicas.
Impactos ambientais causados pela mineração
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1. Intemperismo: conjunto de processos mecânicos, químicos e biológicos que ocasionam a desintegração e a decomposição das rochas.
2. Meandro: curva formada por erosão ou acumulação no curso de um rio.
3. Tômbolo: cordão arenoso, formado por acumulação marinha e que geralmente liga ilhas ao continente.

Fonte: ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o espaço brasileiro natureza e trabalho. São Paulo: Ática, 2017.

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Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa