12 de novembro de 2020

Desigualdades entre gêneros

Imagem: Reprodução

A dinâmica social, política e econômica da atualidade é caracterizada por grandes desigualdades que preocupam a comunidade internacional. Diminuir as desigualdades entre gêneros é, entre outras formas de desigualdades, uma meta a ser alcançada.

A equivalência de gêneros na maioria dos países ainda é uma meta difícil de ser alcançada, embora já se verifiquem avanços na escolaridade e na autonomia financeira das mulheres, cuja participação no mercado de trabalho é cada vez mais expressiva.

A palavra-chave para explicar os objetivos de organizações que lutam pelo direito das mulheres é o empoderamento. Segundo a ONU Mulheres, isso significa que as pessoas - tanto mulheres como homens - podem assumir o controle da própria vida: trabalhar, receber salários dignos e exercer sua cidadania.

Muitas mulheres se destacaram na política, na ciência, nos negócios, como líderes comunitárias, religiosas e ativistas em defesa de várias causas, em diferentes épocas. Madre Tereza de Calcutá (1910-1997), missionária católica, prêmio Nobel da Paz em 1979; Indira Gandhi (1917-1984), primeira-ministra da Índia no período de 1966 a 1977 e de 1980 a 1984; Golda Meir (1898-1978), primeira-ministra de Israel de 1969 a 1974;Margaret Thatcher (1925-2013), primeira-ministra britânica de 1979 a 1990; Marie Curie (1867-1934), vencedora do prêmio Nobel de Química de 1911, pela descoberta dos elementos químicos rádio e polônio; Florence Nightingale (1820-1910), enfermeira pioneira em tratamentos de feridos de guerra; Simone de Benvoir (1908-1986), escritora, filósofa e feminista francesa, e muitas outras. 

A participação das mulheres, no entanto, ainda é muito pequena em um universo de atividades predominantemente masculino. De 1901 a 2015 os prêmios Nobel foram entregues 573 vezes, mas apenas 49 mulheres foram contempladas. 

A desigualdade em relação à mulher é histórica nos vários segmentos da sociedade brasileira, não só no mercado de trabalho, como também na participação política e nos direitos civis. No Brasil, as mulheres passaram a se candidatar à Presidência na década de 1980, quando o país voltou a ter eleições diretas. Mas somente em 2010 uma mulher foi eleita pela primeira vez para esse cargo, Dilma Rousseff.

É preciso criar condições para que as mulheres participem efetivamente de todos os setores da vida econômica e política, pois só assim será possível construir sociedades mais justas  e igualitárias. Para isso são necessárias políticas de equidade de gêneros, igualdade de oportunidades e inclusão social, que devem contemplar o acesso à educação e à saúde, além de promover o fim da discriminação, da opressão e da violência contra as mulheres.

No Brasil, os sucessivos levantamentos do IBGE, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), têm constatado que, embora a taxa de formalização do mercado de trabalho entre homens e mulheres seja bastante próxima, elas têm remuneração menor, tanto no trabalho formal quanto no informal. Segundo o IBGE, o rendimento médio mensal feminino equivale a 75% do salário masculino. Acrescente-se ainda que, de acordo com a mesma pesquisa (Pnad 2014), 88% das mulheres trabalhadoras têm dupla jornada: ocupam-se também dos afazeres domésticos. Apesar dessa desigualdade, é cada vez maior a participação da mulher na composição dos rendimentos domiciliares, assim como a presença feminina no comando da família. Pesquisa após pesquisa tal quadro é reafirmado.

Soa estranho o fato de o salário feminino ser inferior ao masculino, uma vez que a taxa de escolaridade da mulher é superior à do homem em todos os níveis e em praticamente todas as regiões brasileiras, exceto na região Norte.

Estudo do Ipea (2015) mostra que outra forma de verificar as transformações sociais do papel da mulher é por meio de sua participação na renda familiar. Algumas décadas atrás o homem era o provedor da família e a mulher ficava responsável pelos afazeres domésticos. Isso mudou muito. Atualmente a participação da mulher no mercado de trabalho é crescente. No entanto, assim como em outros países, os rendimentos da mulher brasileira são significativamente menores que os da população masculina.

A maternidade também afeta as mulheres no mercado de trabalho. Um levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com 247 mil mulheres com filhos entre 25 e 35 anos mostrou que a probabilidade de demissão chega a 10% no mês seguinte ao retorno ao trabalho. Em até dois anos após a licença-maternidade, metade delas perderam o emprego.

Fonte: 
ALMEIDA, Lúcia Marina; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o espaço geográfico globalizado. São Paulo: Ática, 2017. 
SILVA, Edilson Adão Cândido; JÚNIOR, Laercio Furquim. Geografia em rede. São Paulo: FTD, 2016.
https://novaescola.org.br/conteudo/16058/dia-da-mulher-8-perguntas-para-entender-as-discussoes-de-genero 
http://www.onumulheres.org.br/

Atividades

1.(Enem 2017) A participação da mulher no processo de decisão política ainda é extremamente limitada em praticamente todos os países, independentemente do regime econômico e social e da estrutura institucional vigente em cada um deles. É fato público e notório, além de empiricamente comprovado, que as mulheres estão em geral sub-representadas nos órgãos do poder, pois a proporção não corresponde jamais ao peso relativo dessa parte da população.
TABAK, F. Mulheres públicas: participação política e poder. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2002.

No âmbito do Poder Legislativo brasileiro, a tentativa de reverter esse quadro de sub-representação tem envolvido a implementação, pelo Estado, de
a) leis de combate à violência doméstica.
b) cotas de gênero nas candidaturas partidárias.
c) programas de mobilização política nas escolas.
d) propagandas de incentivo ao voto consciente.
e) apoio financeiro às lideranças femininas.

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"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa