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A barragem que rompeu foi a do Fundão, que acabou danificando a barragem de Santarém, ambas ficam no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro do município de Mariana, cidade histórica mineira a 124 km de distância de Belo Horizonte.As barragens pertencem à mineradora Samarco, empresa fundada em 1977 que produz pequenas bolas de minério de ferro usadas na produção de aço. A Samarco é controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. Ela opera em Minas Gerais e no Espírito Santo. Após a tragédia, a empresa suspendeu as atividades de mineração na região.
As barragens se romperam na tarde do dia 5 de novembro. A barragem do Fundão, que é maior, se rompeu e transbordou para a de Santarém, na mesma região. De acordo com o Ibama, o volume extravasado foi estimado em 50 milhões de metros cúbicos, quantidade que encheria 20 mil piscinas olímpicas. O subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, foi tomado pela lama que saiu das barragens e ficou devastado. A avalanche destruiu a maioria dos imóveis. Mais de 600 pessoas ficaram desabrigadas e foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Eles abandonaram as casas e fugiram para partes altas do distrito, mas afirmaram que nenhum sinal de alerta foi emitido. A Samarco admitiu que avisou moradores somente por telefone. Ainda assim na lista havia apenas telefones públicos, nenhum de morador, e muitos desatualizados. O governo federal liberou o saque do FGTS aos atingidos pelo desastre.
Os rejeitos da Mina de Germano, no município de Mariana (MG), formarão um “tapete mortal” no fundo do Rio Doce e seus afluentes. Podem penetrar no solo e infiltrar no lençol freático, inviabilizando o plantio e o uso da água de poços.
O futuro da vida e a saúde humana na região afetada pelos rejeitos da mineradora Samarco será muito complexo, porque não é uma lama normal, mas sim um rejeito de mineração, provavelmente rica em ferro, mas há outros elementos. Dependendo do processo de mineração, os rejeitos contêm substâncias que modificam o pH do solo e da água, que pode ser tornar muito básico ou muito ácido em função do que se usa para extrair o ferro. Isso afeta as espécies, mas a natureza consegue se reequilibrar. O problema é que o tipo e o teor dos resíduos de metais pesados que podem estar nessa lama ainda não é conhecida com precisão, atrasando a adoção de medidas para lidar com o impacto ambiental.
O distrito da cidade de Mariana, Bento Rodrigues, provavelmente irá se acabar. Porque, economicamente, é quase impossível remover toda a camada de lama que ficou e fazer os testes necessários para saber se será possível continuar vivendo ali.
Por sua extensão e pela magnitude do impacto sobre a economia e os ecossistemas afetados, o acidente em Minas Gerais têm maiores proporções do que o ocorrido pela contaminação por Césio em Goiânia.
Fonte:
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/11/06/o-que-se-sabe-sobre-o-rompimento-das-barragens-em-mariana-mg.htm http://brasileiros.com.br/2015/11/mariana-e-o-maior-desastre-ambiental-ocorrido-no-pais/