Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
As teorias demográficas foram elaboradas para analisar a dinâmica da população mundial e compreender a influência dessa dinâmica no desenvolvimento dos países. A seguir, vamos estudar três que mais se destacam: a teoria malthusiana, formulada no fim do século XVIII, a neomalthusiana e a reformista, do pós-Segunda Guerra Mundial.Teoria Malthusiana
Teoria elaborada pelo economista, demógrafo e estatístico Thomas Robert Malthus, que a expôs em sua obra Ensaio sobre a população, em 1798. Sua teoria se baseava em dois postulados:
* Se não ocorressem guerras, epidemias, desastres naturais ou outros eventos, fatores controladores do crescimento populacional, a população tenderia a duplicar a cada 25 anos. Cresceria em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32...) e aumentaria sem cessar.
* O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10...) e possuiria certo limite de produção, por depender de um fator fixo: os limites territoriais do planeta.
Ao considerar esses dois postulados, Malthus concluiu que o ritmo de crescimento populacional seria mais acelerado do que o da produção de alimentos. Previu que um dia as possibilidades de aumento da área cultivada estariam esgotadas, pois todos os continentes estariam plenamente ocupados pela agropecuária e, no entanto, a população mundial ainda continuaria crescendo.
Contexto histórico
A Revolução Industrial, no século XVIII, trouxe acelerado crescimento populacional, uma vez que a industrialização transformou as relações entre o homem e o meio. A saída das pessoas do meio rural para o meio urbano em busca de empregos, o avanço da medicina, o aumento da expectativa de vida, tudo isso fez com que houvesse um crescimento acelerado da população. Foi nesse período que surgiu a teoria de Malthus.
A influência das ideias de Malthus
Malthus não matou ninguém diretamente, mas suas ideias sim. A Lei dos Grãos, de 1815, levou a Grande Fome da Irlanda e a Lei dos Pobres, de 1834, levou a criação das "casas de trabalho", que eram como campos de concentração para os indigentes.
Malthus errou
A população não cresceu em ritmo de progressão geométrica, ou seja, não dobrou a cada 25 anos. A modernização tecnológica ampliou o desenvolvimento do cultivo da terra fazendo com que a produção de alimentos fosse suficiente. Assim, a fome e a miséria não poderiam ser atribuídas a incapacidade de produção de alimentos e sim a sua má distribuição.
Teoria Neomalthusiana
Essa teoria surge nas primeiras décadas do século XX e ganha maior influência após a Segunda Guerra Mundial. Era defendida por setores das sociedades e por governos dos países desenvolvidos e por alguns setores dos países em desenvolvimento, com o objetivo de desviar a atenção das questões socioeconômicas centrais daquela época.
Essa teoria pregava que uma numerosa população jovem, resultante das elevadas taxas de natalidade que existiam em quase todos os países pobres, necessitaria de grandes investimentos sociais em educação e saúde. Com isso, sobrariam menos recursos para ser investidos em infraestrutura e nos setores agrícola e industrial. Segundo os neomalthusianos, quanto maior o número de habitantes de um país, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser utilizada pelos agentes econômicos.
Embora com postulados diferentes daqueles formulados por Malthus, chega a mesma conclusão: o crescimento populacional é o responsável pela pobreza. Seus defensores passaram a propor programas de controle da natalidade nos países em desenvolvimento mediante a disseminação de métodos contraceptivos. Tratava-se de uma tentativa de acobertar os efeitos terríveis dos baixos salários e das péssimas condições de vida que vigoram naqueles países.
Era muito simplista afirmar que os países subdesenvolvidos desperdiçavam em investimentos sociais um dinheiro que deveria ser destinado ao setor produtivo. Os investimentos sociais, especialmente em educação, são um poderoso motor do desenvolvimento econômico, como comprovam alguns países, como a Coreia do Sul.
Teoria Reformista
A teoria reformista foi uma resposta a teoria neomalthusiana e chegou a uma conclusão contrária: uma população jovem numerosa, em virtude das elevadas taxas de natalidade, não seria a causa, mas a consequência do subdesenvolvimento.
Em países com elevado desenvolvimento humano o controle da natalidade ocorreu de maneira simultânea à melhoria das condições de vida. O planejamento familiar foi transmitido espontaneamente de uma geração a outra, à medida que foram se alterando os modos de vida e os projetos pessoais dos membros das famílias. Ao longo do tempo, as famílias do século XX passaram a ter menos filhos.
Os investimentos em educação são fundamentais. A falta desses investimentos gera um imenso contingente de mão de obra de baixa qualificação. Esses jovens e adultos tentam ingressar no mercado de trabalho e, como não conseguem vagas, passam a sobreviver do subemprego. Tal realidade tende a rebaixar o nível médio de produtividade por trabalhador, assim como os salários dos que estão empregados, além de empobrecer enormes parcelas da população desses países. Para que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio, é necessário enfrentar as questões sociais e econômicas.
Obra Segunda Classe, de Tarsila do Amaral.
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Fonte (livro):
Fonte (internet):
https://sites.google.com/site/sabendomaiscg/teorias
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/teoria-malthusiana.htm
https://www.blogs.unicamp.br/cienciapop/2019/05/15/thanos-e-sua-solucao-para-o-crescimento-populacional/
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/historia-thomas-malthus-contra-pobres.phtml
https://www.infoescola.com/geografia/teoria-populacional-malthusiana/
https://www.infoescola.com/geografia/teoria-populacional-neomalthusiana/
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/teoria-reformista.htm
https://www.researchgate.net/figure/Figura-3-Obra-Segunda-Classe-de-Tarsila-do-Amaral_fig1_335393179
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