29 de outubro de 2020

Operários no início da Revolução Industrial

Imagem: Reprodução
O desenvolvimento industrial arruinou os artesãos, já que os sapatos e os tecidos eram confeccionados mais rapidamente e de uma maneira mais barata numa fábrica do que nas oficinas dos artesãos, sapateiros ou tecelões. Por isso, os artesãos tiveram que buscar emprego de operários nas fábricas que surgiam na Inglaterra. Havia uma multidão de homens e mulheres que não conseguiam mais viver por conta própria. Era trabalhar nas fábricas ou morrer de fome. 

No século XIX, a Revolução Industrial alcançou outros países da Europa, como França, Alemanha, Itália e Rússia. Nos Estados Unidos, as primeiras indústrias foram instaladas no final do século XVIII, mas o seu desenvolvimento se deu na segunda metade do século XIX.

Assim, o capitalismo inicia-se de forma triunfante, trazendo grandes transformações para a humanidade. As grandes potências mundiais da época eram todas capitalistas. Fábricas, terras, matérias-primas, comércio, bancos, máquinas, tudo pertencia aos capitalistas que manipulavam o capital com um objetivo: obter lucro, ganhar dinheiro.

A Revolução Industrial trouxe seu símbolo máximo: a máquina a vapor. Era o sinal dos novos tempos: barcos a vapor, trens a vapor, ferros de passar roupa a vapor, etc. Começou, então, a produção em massa, e o desejo do lucro tornou-se um ideal a ser seguido.

As pequenas oficinas tornaram-se grandes fábricas, apareceram as chaminés, construíram-se pontes, túneis, minas...Enfim, o capitalismo colocou tudo a seu serviço.

Mas nem tudo era progresso. A situação daqueles que construíam tudo (os operários) era cada vez pior. Não havia leis trabalhistas que os protegessem. O regime de trabalho na Europa era o pior possível. Os operários trabalhavam de 14 a 16 horas por dia. 

Por que o Estado e os políticos da época nada faziam para melhorar essa situação?

O Estado era capitalista. Os políticos representavam os capitalistas, os juízes faziam leis para representar o capital, a polícia tinha a função de fazer cumprir essas leis. Só para exemplificar, em 1812, o parlamento inglês aprovou uma lei condenando à pena de morte reivindicações de melhores salários e diminuição da jornada de trabalho. Diziam que leis que beneficiavam os trabalhadores prejudicariam o bom andamento dos mercados, dos negócios e do livre-comércio.

O cotidiano nas fábricas

Os trabalhadores moravam geralmente próximo às fábricas e precisavam acordar de madrugada, porque o trabalho começava entre cinco e seis horas da manhã. As mulheres acordavam antes dos homens para  preparar a refeição que seria levada para o almoço.

O trabalho na fábrica era realizado em pé e durava muitas horas (entre catorze e dezesseis horas). Existiam pessoas contratadas para vigiar o trabalho dos operários, eram os capatazes. 

Havia um intervalo para o almoço no final da manhã. Os operários sentavam no chão da fábrica para comer e quase não conversavam pois em quinze minutos deveriam retornar ao trabalho, o qual estendia-se até nove horas da noite, aproximadamente.

As crianças começavam a trabalhar aos cinco anos de idade. Trabalhavam a mesma quantidade de horas que os adultos, eram vigiadas e castigadas pelos capatazes e recebiam cerca de um sexto do salário dos adultos. Como consequência, as crianças passaram a ser cada vez mais empregadas, o que causou o desemprego de muitos adultos.


Fonte: OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; COSTA, Ricardo Cesar Rocha da. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.
http://hostelitafariasgonzaga.blogspot.com/2011/04/vida-e-o-cotidiano-dos-operarios-dentro.html

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Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa