4 de janeiro de 2017

Bioma Amazônia

O Brasil, pela sua localização geográfica e seu tamanho continental (8.514.876.599 km²), abriga seis biomas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa.
Iniciamos o nosso estudo com o maior doa biomas brasileiros, que além de ocupar boa parte do território brasileiro, também inclui países próximos ao Brasil, como Guianas, Suriname, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia.
Vamos conhecer partindo da análise do mapa abaixo que mostra a área de abrangência do bioma.
Imagem: IBGE
AMAZÔNIA
Imagem de Rosa Maria por Pixabay

O bioma Amazônia ocupa cerca de 40% do território brasileiro. Nele estão localizados os estados do Pará, Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia, Roraima e algumas parte do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. Também inclui terras de países próximos ao Brasil, como as Guianas, Suriname, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia.

A floresta Amazônica é a maior e mais diversa floresta tropical do planeta, com cerca de 5 milhões de km² e abrigando mais de um terço das espécies existentes no planeta. Mais da metade deste bioma está no Brasil.
A Amazônia pode ser dividida em matas de terra firme, matas de várzeas e matas de igapó.
As matas de terra firme são aquelas situadas em regiões mais altas e por isso não são atingidas pelas cheias dos rios. Nelas estão as árvores de grande porte, como a castanheira-do-pará e a palmeira.

As matas de várzea são as que sofrem com inundações em determinados períodos do ano. Na parte mais elevada desse tipo de mata, o tempo de inundação é curto e a vegetação é parecida com a da mata de terra firme. Nas regiões planas, que permanecem inundadas por mais tempo, a vegetação é parecida com a da mata de igapó.
As matas de igapó são as que estão em terrenos mais baixos e estão quase sempre inundadas. Nessas áreas encontramos a vitória-régia, símbolo da Amazônia.

Apesar da grande riqueza da floresta, o solo é extremamente pobre, sendo que apenas 10% da Amazônia possuem solos férteis o bastante para a atividade agrícola.

O relevo da Amazônia é composto por planícies, depressões e planaltos.

O clima da Amazônia é o equatorial úmido, que caracteriza-se por temperaturas elevadas e chuvas abundantes.

A hidrografia desse bioma tem como característica a abundância de água doce e por possuir a maior bacia hidrográfica do planeta, a bacia amazônica, com mais de 1.100 afluentes.

Fauna abundante. Mamíferos: onça pintada, lobo guará, veado, capivara, primatas, etc. Répteis: jacarés, tartarugas e cobras, como a cascavel, sucuri e jararaca. Peixes: tucunarés, surubins, piranhas, jaús, etc. Anfíbios: de sapos, rãs e pererecas . Aves: papagaios, araras, maritacas, garças, tucanos, pardais, gaviões, corujas. Insetos:abelhas, vespas, besouros, cupins e formigas, além de mosquitos.

A Amazônia é um banco genético do mundo

A maior ameaça é o desmatamento (queimadas e extração de madeira). As áreas desmatadas são ocupadas pela criação de gado e por monoculturas (como a da soja). Outros impactos ocorrem pela expansão urbana desordenada, caça e pesca predatórias, garimpo e outras atividades econômicas impactantes, como megaprojetos minerários (Grande Carajás, produção de ferro-gusa e alumínio).
Imagem: IPAM Amazônia
Incêndios florestais
No Brasil, em cerca de 90% dos casos, as queimadas são causadas pela ação humana, principalmente em decorrência da agropecuária. O anúncio de recorde na balança comercial de exportações de produtos agropecuários do Brasil são traduzidos em vegetação derrubada e queimadas.
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Fonte (livros):
LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. vol. 1. São Paulo: Editora Saraiva, 2017
Fonte (internet):
https://ipam.org.br/pt/
http://www.educacao.go.gov.br/documentos/nucleomeioambiente/Caderno4_terra.pdf
http://www.fundoamazonia.gov.br/pt/projeto/Monitoramento-Ambiental-por-Satelites-no-Bioma-Amazonia/
https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/os-principais-animais-da-fauna-amazonica/
https://www.letrasambientais.com.br/posts/biomas-do-brasil:-conheca-as-9-principais-ameacas
https://www.letrasambientais.com.br/posts/incendios-florestais:-um-crime-ambiental-aceitavel-no-brasil-

3 de janeiro de 2017

Erosão dos solos

"Erosão é o arrastamento de partículas constituintes do solo, pela ação da água em movimento, resultante da precipitação pluviométrica ou pela ação dos ventos  e das ondas".

Os processos erosivos são condicionados basicamente por alterações do meio ambiente, provocadas pelo uso do solo nas suas várias formas, desde o desmatamento e a agricultura, até obras urbanas e viárias, que, de alguma forma, propiciam a concentração das águas de escoamento superficial.

Existem causas  físicas e causas mecânicas para a erosão. As causas físicas são oriundas das forças da natureza que, pela inexistência de proteção, atuam sobre o solo, prejudicando-o em suas qualidades naturais. Já as causas mecânicas se originam pela ação das máquinas e implementos agrícolas, comprimindo o solo ou mobilizando-o excessivamente.

Segundo OLIVEIRA et al (1987), este fenômeno de erosão vem acarretando, através da degradação dos solos e, por consequência, das águas, um pesado ônus à sociedade, pois além de danos ambientais irreversíveis, produz também prejuízos econômicos e sociais, diminuindo a produtividade agrícola, provocando a redução da produção de energia elétrica e do volume de água para abastecimento urbano devido ao assoreamento de reservatórios, além de uma série de transtornos aos demais setores produtivos da economia.

A erosão hídrica dos solos é a mais preocupante no Brasil, pois  desagrega e transporta o material erodido com grande facilidade, principalmente em regiões de clima úmido, onde os resultados são mais drásticos. A erosão hídrica  é o transporte, por arrastamento, de partículas do solo pela ação das águas. É um dos principais fatores de desagregação dos solos agrícolas, sendo que no sul do Brasil os maiores problemas ocorreram nas décadas de 1970 e 1980 com o avanço da modernização agrícola.

A erosão causada pela água  pode ser laminar,  em sulcos ou em voçorocas, que é a forma mais avançada da erosão, ocasionada por grandes concentrações de enxurrada que passam, ano após ano,  no mesmo sulco, que vai ampliando pelo deslocamento de grandes massas de solo, formando grande cavidades em extensão e profundidade.

Como a erosão é efeito e não causa, para recuperar o solo é fundamental dar a ele condições de se regenerar para voltar a ter, pelo menos em parte,  suas condições naturais.


Imagem: Voçoroca no Rio Grande do sul

Experimento erosão hídrica

Podemos visualizar, em forma de experimento, o efeito da água da chuva na terra, gerando a erosão do solo. É o Programa Solo na Escola - ESALQ - USP.
É interessante trabalhar com os alunos para que eles possam entender o efeito do desmatamento e da retirada da mata ciliar sobre o solo.
Materiais:
3 galões de água de 20 litros
Solo
Grama viva.
Restos vegetais mortos, serrapilheira (folhas secas, ramos, pequenos
galhos).
3 garrafas PET.
Barbante.


Como fazer o experimento:
Corte os 3 galões pelo comprimento e em cada um você vai simular a realidade dos solos . 
No galão nº 1 você vai plantar a grama viva, simulando o solo com uma boa cobertura vegetal, que não sofre danos pela água da chuva.
No galão nº 2  você vai simular um solo com uma cobertura vegetal morta, como se faz no plantio direto, em que o solo também fica protegido da erosão hídrica por essa cobertura vegetal.
No galão n° 3 vai simular o solo nu, em que foi retirada toda a cobertura vegetal e o processo de degradação do solo é muito intenso.

Fonte:
ARAÚJO, Regina Bolico. Monografia Degradação dos solos por erosão hídrica e o meio ambiente. Pós-Graduação em Educação Ambiental e Gestão de Recursos Naturais.
https://solonaescola.blogspot.com/

2 de janeiro de 2017

Degradação dos solos no Rio Grande do Sul

Voçoroca em Fortaleza dos Valos (RS) 

A utilização do solo em grande escala e o avanço da fronteira agrícola no sul do Brasil baseou-se em sistemas trazidos pelos colonizadores europeus. Os alemães começaram a chegar ao estado em 1824. Eles colonizaram a parte inferior da encosta do planalto Norte-Rio-Grandense, sobretudo os vales dos rios Caí, Sinos, Pardo e Taquari. Em 1875 chegaram ao Rio Grande do Sul os primeiros italianos, que colonizaram a parte superior da encosta e a borda do planalto.
O fato de os imigrantes trazerem ao estado técnicas de cultivo adequadas aos solos de clima temperado, que envolvia intenso revolvimento do solo, contribuiu para a degradação dos solos do Rio Grande do Sul. Isso porque o sistema utilizado pelos primeiros agricultores no nosso estado baseava-se na retirada de resíduos vegetais da superfície e na intensa mobilização do solo, com o objetivo de oferecer condições ideais para a germinação das sementes. Esse sistema de cultivo é reconhecido como convencional.

Estas colônias desenvolveram-se rapidamente, à custa da fertilidade natural dos solos de mata, porém, logo entraram em declínio devido ao empobrecimento do solo que, com o esgotamento da matéria orgânico e nutriente, tornaram-se ácidos e improdutivos. Com a exaustão do solo pelos cultivos e aumento populacional, houve o deslocamento dos imigrantes para novas áreas de colonização na zona de matas subtropicais do Planalto Médio, Missões e encostas do rio Uruguai, onde a fertilidade natural dos solos era baixa, dificultando a fixação dos agricultores nesses locais.

A partir do momento em que os solos do Rio Grande do Sul ficaram exaustos, ocorreu o aumento da migração para outros estados, ocorridos nas décadas de 60 e 70, quando houve a ampliação do tamanho das propriedades e aumento da área cultivada por causa da implantação de uma agricultura mecanizada e utilização de fertilizantes.

Fonte: ARAÚJO, Regina Bolico. Degradação dos solos por erosão hídrica e o meio ambiente. Monografia da Pós-graduação em Educação Ambiental e Gestão de Recursos Naturais.

1 de janeiro de 2017

As crianças como mão de obra na Revolução Industrial

Imagem: Coleção Lewis Hine
Revolução Industrial foi um conjunto de mudanças que ocorreram na Europa nos séculos XVIII e XIX. O trabalho, que antes era artesanal, passa a fazer uso de máquinas e o trabalhador torna-se assalariado.Nesse contexto, países enriqueceram e tornaram-se nações muito poderosas, enquanto seus trabalhadores viviam na mais completa miséria.  A Inglaterra era a maior potência industrial desse período. 

Trabalho infantil na era vitoriana

Na Inglaterra, durante a era vitoriana, o trabalho infantil foi norma durante os anos 1800. Crianças tinham que trabalhar a partir dos cinco anos de idade para aumentar a pequena renda da família, Não existia na época um serviço de proteção à infância como existe atualmente. Ao longo de várias décadas leis foram sendo criadas, que melhoraram um pouco as condições de trabalho e o tratamento dados às crianças. Isso aconteceu porque pessoas como Lord Shaftesbury e Thomas Agnew tomaram medidas para que as mudanças acontecessem. Mas até que essas leis fossem  aprovadas, o trabalho infantil nos tempos vitorianos era desenfreado. Os proprietários das fábricas viam as crianças como mão de obra barata e eficaz. Elas trabalhavam por uma mera fração do que um adulto ganhava. E as meninas eram ainda mais baratas. Devido ao seu tamanho e energia jovem havia trabalhos que as crianças desempenhavam bem ou mesmo melhor do que os adultos. Às vezes havia mais crianças do que adultos nas fábricas. As crianças não tinham direitos. Os trabalhos mais sujos foram dados à elas. Muitas vezes uma criança tinha que limpar sob as máquinas, mesmo enquanto elas estivessem funcionando. Havia pouca ou nenhuma medida de segurança posta em prática nos tempos vitorianos para a ocorrência de uma lesão ou até mesmo de morte, o que não era incomum. O trabalho infantil vitoriano consistia em horas de trabalho muito longas. A semana de trabalho normal era de segunda a sábado, a partir das 6 da manhã até as 20 horas. As crianças eram espancadas ou multadas caso adormecessem, cometessem  um erro ou se atrasassem o serviço.

Em 1881 Thomas Agnew, um homem de negócios de Liverpool visitou a Sociedade de New York para a Prevenção da Crueldade às Crianças. Ficou tão impressionado com o que viu que voltou para a Inglaterra e criou a Sociedade de Liverpool para a Prevenção da Crueldade às Crianças. A Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade às Crianças (SPCC) foi criada em 1891.

Abaixo depoimentos das crianças durante a fase mais dura da Revolução Industrial.

"Nosso período regular de trabalho ia das cinco da manhã até as nove ou dez da noite. No sábado, até as onze, às vezes meia-noite, e então éramos mandados para a limpeza das máquinas no domingo. Não havia tempo disponível para o café da manhã e não se podia sentar para o jantar ou qualquer tempo disponível para o chá da tarde. Nós íamos para o moinho às cinco da manhã e trabalhávamos até as oito ou nove horas quando vinha o nosso café, que consistia de flocos de aveia com água, acompanhado de cebolas e bolo de aveia tudo amontoado em duas vasilhas. Acompanhando o bolo de aveia vinha o leite. Bebíamos e comíamos com as mãos e depois voltávamos para o trabalho sem que pudéssemos nem ao menos nos sentar para a refeição."
(Esse depoimento faz parte do livro “Capítulos da vida de um garoto nas fábricas de Dundee”, de Frank Forrest).

"São constantes as informações sobre crianças que trabalham em fábricas e que são cruelmente agredidas pelos supervisores a ponto de seus membros se tornarem distorcidos pelo constante ficar de pé e curvar-se (para apanhar). Por isso eles crescem e se tornam aleijados. Eles são obrigados a trabalhar treze, quatorze ou até quinze horas por dia."
(Trecho do livro “A História da produção de algodão”, de Edward Baines).

As crianças ocupavam todos os tipos de postos de trabalho, incluindo mineração, trabalho nas indústrias têxteis, na agricultura, como limpadores de chaminés e servos.

Elas tiveram uma existência triste.
Imagem: Coleção Lewis Hine
Imagem: Coleção Lewis Hine
Imagem: Coleção Lewis Hine
Imagem: Coleção Lewis Hine
Imagem: Coleção Lewis Hine
Imagem: Coleção Lewis Hine
Imagem: Coleção Lewis Hine
Imagem: Coleção Lewis Hine

Fonte:  Old Picz, Victorian Children
Imagens: Fick - Coleção Lewis Hine
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa