31 de outubro de 2020

Hierarquia urbana

A hierarquia urbana refere-se aos papéis ocupados pelas cidades na organização socioeconômica e espacial, considerando a capacidade de concentração dos fluxos de mercadorias, pessoas, capital e informações e a extensão da área de influência de cada cidade, numa rede urbana. Assim, temos as metrópoles, que podem ser nacionais ou regionais, os centros regionais, os centros sub-regionais, as cidades locais e as vilas.

Por meio da hierarquia urbana, pode-se conhecer a importância de uma cidade e a sua relação de subordinação ou influência sobre as outras que estão à sua volta. Essa influência não é estabelecida apenas pelo tamanho da cidade ou pelo contingente populacional, mas especialmente pela quantidade e variedade de bens e serviços oferecidos. 

Relações entre as cidades em uma rede urbana

A concepção tradicional de hierarquia urbana, tomada do jargão militar, já não oferece uma boa descrição das relações estabelecidas entre as cidades no interior de uma rede urbana. Com os avanços da revolução técnico-científica, a acelerada modernização dos sistemas de transporte e de telecomunicação, o barateamento e a maior facilidade de obtenção de energia, a disseminação de aviões, trens e automóveis mais velozes, enfim, com a redução do tempo de deslocamento, as relações entre as cidades já não respeitam o "esquema militar", no qual era necessário "galgar postos" dentro da hierarquia urbana.
Imagem: Reprodução
Esquema clássico
Em uma analogia com a hierarquia militar, a vila seria um soldado e a metrópole nacional, um general, a posição mais alta. A metrópole nacional seria o nível máximo de poder e influência econômica na rede urbana de um país, e a vila, o nível mais baixo, que sofreria influência de todas as outras. Essa foi a concepção de hierarquia urbana utilizada desde o fim do século XIX até por volta da metade da década de 1970.
Esquema atual
No atual estágio informacional do capitalismo, estruturou-se uma nova hierarquia urbana, na qual a relação da vila ou da cidade local pode se dar com o centro regional, com a metrópole regional ou até mesmo diretamente com a metrópole nacional. Esse esquema mostra a inter-relação das cidades no interior da rede urbana de uma forma mais próxima da realidade atual.

Fonte: 
LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2017.
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: o espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_urbana
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-hierarquia-urbana.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/hierarquia-urbana.htm

Cidades globais

Imagem de Free-Photos por Pixabay - Nova York

As cidades globais estão no topo da hierarquia urbana e são cidades com elevado grau de desenvolvimento estrutural, econômico e político. São consideradas os principais pontos ou “nós” que formam a rede mundial. São lugares que dispõem dos maiores mercados consumidores e das melhores infraestruturas - hotéis, bancos, Bolsas de Valores, sistemas de telecomunicação, estações rodoferroviárias, terminais portuários, aeroportos, etc. Estão, sobretudo, nas cidades globais e na rede urbana por elas polarizadas. Elas centralizam em torno de si as principais decisões burocráticas, além de sedes das principais empresas e instituições internacionais públicas e privadas.

As cidades mais influentes do mundo foram classificadas em três diferentes classes:

Grupo Alfa - Representado pelas cidades com maior influência no mundo. Nesse grupo estão as cidades de Londres, Nova York, Paris, Tóquio, Los Angeles, Chicago, Frankfurt, Milão.

Grupo Beta -  Representado pelas cidades com influência intermediária. Estão nesse grupo: São Francisco, Sidney, São Paulo, Cidade do México, Madri.

Grupo Gama - Corresponde ao grupo mais numeroso, com cidades globais de menor expressão. Fazem parte desse grupo: Pequim, Boston, Washington, Munique, Caracas, Roma, Berlim, Amsterdã, Miami, Buenos Aires.

Fonte: MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: o espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/cidades-globais.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/cidades-globais.htm

Mercado

O mercado é formado por vendedores e compradores, em que se estabelece uma relação entre oferta e procura por um produto ou serviço. De forma ampla, pode-se afirmar que toda situação de compra e venda caracteriza um mercado.

Mercado deve ser entendido como o “local” em que operam as forças da oferta e demanda, através de vendedores e compradores, de tal forma que ocorra a transferência de propriedade da mercadoria através de operações de compra e venda.

Tipos de Mercado
* Concorrência perfeita: existem muitos compradores e muitos vendedores. Ninguém influi sobre o preço das mercadorias. 
* Concorrência imperfeita: procura não influi no preço. Consumidores estão presos a marca do produto a sua publicidade. Mercado fica compartimentado
* Oligopólio: pequeno número de produtores que controlam a oferta e no mercado existem poucos vendedores e muitos compradores. Vendedores exercem controle sobre preço do produto final.
* Oligopsônio: muitos vendedores para poucos compradores. Os compradores dominam o mercado.
* Monopólio: Apenas um vendedor, que define o preço e a quantidade. Não havendo concorrência ou um produto substituto.
* Monopsônio: um comprador para vários vendedores de produtos e/ou serviço. 
* Monopólio bilateral: modelo abstrato, onde existe um vendedor e um comprador apenas. Sendo o oposto a concorrência perfeita

Fonte: https://www.ignicaodigital.com.br/entenda-o-significado-de-mercado-consumidor/
https://www.ufrb.edu.br/proext/images/conceitosmercado.pdf

Globalização

A fase atual de expansão do capitalismo ficou conhecida como globalização. Ela é consequência do avanço tecnológico em diversos setores da economia e da modernização dos sistemas de transportes e telecomunicações, que ocorre de forma diferenciada no meio geográfico e é responsável pela aceleração dos fluxos de informações, capitais, mercadorias e pessoas.

A globalização é a continuidade do longo processo histórico de mundialização capitalista, que vem ocorrendo desde o início da expansão marítima europeia. Assim, a globalização é o nome que se dá a atual fase de mundialização do capitalismo: ela está para o atual período informacional como o colonialismo esteve para sua etapa comercial e o imperialismo para a industrial e financeira.

Os fluxos de globalização não atingem o espaço geográfico por igual, mas principalmente os lugares que recebem maiores investimentos em infraestrutura. 

Ao atingir o atual período informacional, o capitalismo integrou países e regiões do planeta num único sistema, formando o chamado sistema-mundo. A globalização é um fenômeno que tem várias dimensões: além da econômica, a mais evidente e perceptível, também possui a social, a cultural e a política, entre outras de menor impacto. Entretanto, todas essas dimensões se materializam no espaço geográfico em suas diversas escalas: mundial, nacional, regional e local. Os lugares estão conectados a uma rede de fluxos, controlados a partir de poucos centros de poder econômico e político. Entretanto, não são todos os lugares que estão integrados ao sistema-mundo. Os fluxos da globalização se dão em rede, mas seus nós mais importantes são os lugares que dispõem dos maiores mercados consumidores e das melhores infraestruturas - hotéis, bancos, Bolsas de Valores, sistemas de telecomunicação, estações rodoferroviárias, terminais portuários, aeroportos, etc. Estão, sobretudo, nas cidades globais e na rede urbana por elas polarizadas, localizadas predominantemente nos países desenvolvidos e em alguns países emergentes: Nova York, Londres, Tóquio, Paris, Frankfurt, Hong Kong, Cingapura, Xangai, Sydney, Cidade do México, São Paulo, Buenos Aires, etc. São, ao lado dos parques tecnológicos, os principais exemplos de meio técnico-científico-informacional de que falava o geógrafo Milton Santos.

Vídeo: Globalização 
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: o espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa