7 de novembro de 2020

Sociedades nômades

Imagem: Povos nômades - Tuaregues (Reprodução)
Durante o Paleolítico e parte do Neolítico, o nomadismo foi uma prática comum entre os primeiros grupos humanos. Com as mudanças climáticas e o desenvolvimento das primeiras técnicas agrícolas, o nomadismo cedeu espaço para o aparecimento de comunidades sedentárias originárias das primeiras civilizações da Antiguidade. É nesse momento de mudança que passamos a julgar as comunidades sedentárias como “mais evoluídas”.

A prática do nomadismo esteve presente nos grupos humanos, principalmente antes da Revolução Agrícola. Nesse processo de locomoção pelo espaço, essas comunidades utilizam-se dos recursos oferecidos pela natureza até esses se esgotarem. Com o fim desses recursos, esses grupos se deslocam até encontrarem outra região que ofereça as condições necessárias para a sobrevivência.

Eram sociedades onde não havia expressividade em relação às desigualdades sociais, pois elas não acumulavam coisas, mas obtinham apenas aquilo que consideravam necessitar para sua sobrevivência.

Há 10 mil anos iniciou-se a atividade agrícola, que se espalhou pelo mundo. A agricultura possibilitou a vida sedentária, o aumento populacional e o cultivo de alimentos que sustentavam um grupo durante todo o ano. A necessidade de cultivo fez com que se tornasse necessário o domínio dos rios e a construção de obras públicas, o que ocasionou em uma Revolução Urbana.

As sociedades nômades ainda existem em algumas partes do mundo, mas encontram-se praticamente em processo de extinção, pois as sociedades têm se tornado cada vez mais sedentárias, ou seja, acomodadas em um local fixo.

"A vantagem ambiental das práticas nômades é que com o deslocamento, os agrupamentos humanos nômades fornecem ao meio ambiente um tempo de regeneração, no qual a natureza se reequilibra. Isso não ocorre nas sociedades sedentárias, pois não há um deslocamento, mas sim uma exploração intensificada e constante dos recursos do meio ambiente".

Fonte:
https://www.infoescola.com/historia/nomadismo/
https://novaescola.org.br/plano-de-aula/6144/nomade-ou-sedentario
https://www.estudopratico.com.br/nomadismo-o-que-e-historia-e-consequencias/

BNCC
- Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado. (EF05H101)
- Identificar, contextualizar e criticar as tipologias evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras) e as oposições dicotômicas (cidade/ campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.), explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.(EM13CHS105)

6 de novembro de 2020

Hegemonia

A palavra  hegemonia é derivada do grego egemonía, que significa "direção suprema". Foi com esse significado que os estudiosos da política empregaram o termo, para indicar o domínio de um Estado soberano sobre os demais Estados que integram o sistema internacional.

É a "liderança associada à capacidade de um Estado (elite ou grupo) de se apresentar como portador de um interesse geral, e ser assim percebido pelos outros. Portanto, nação ou elite hegemônica são aquelas que produzem discursos hegemônicos que têm a competência de conduzir um sistema (de nações ou culturas) a uma direção desejada; mas, ao assim fazer, ainda conseguem ser percebidas como se buscassem o interesse geral".
(DUPAS, Gilberto. O mito do progresso. São Paulo: Editora da Unesp, 2006. p. 16.)

Nas relações internacionais, considera-se uma situação hegemônica aquela em que há grande disparidade em favor de um Estado, o qual tem imensa capacidade para impor-se diante de concorrentes no sistema. Controla o acesso às matérias primas, recursos naturais, capitais e mercados, apresenta vantagens competitivas na produção de bens de alto valor agregado, gera uma ideologia aceita por outros Estados.

Fonte: LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2017.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hegemonia          https://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/hegemonia-forma-de-exercicio-do-poder-altera-relacoes-sociais.htm

Geopolítica

Imagem: Reprodução

A geopolítica estuda as relações entre espaço geográfico e poder. O termo foi utilizado pela primeira vez pelo cientista político sueco Rudolf Kjellen (1864-1922) no início do século XX quando se consolidou como campo de estudo, com base na disputa de poder e da hegemonia entre Estados, através das estratégias políticas e militares utilizadas para a segurança nacional, expansão das fronteiras e domínios de outros territórios. Nesse sentido, a geopolítica sempre existiu, embora o termo tenha sido utilizado pela primeira vez há pouco mais de um século. A geopolítica global surgiu com o mundo moderno, a formação dos Estados nacionais europeus, a expansão mercantilista e as conquistas territoriais marcadas pelas Grandes Navegações.

Existem diferenças entre o conceito de geopolítica e o de geografia política. A geopolítica é um saber prático, comprometido com as estratégias de poder dos Estados em sua dimensão espacial. Já a geografia política é um ramo da ciência geográfica que estuda a distribuição dos Estados no planeta, a organização dos territórios e as fronteiras.

Foi, sobretudo, a partir do século XXI que os conhecimentos acerca dos territórios e de seus recursos naturais passaram a legitimar a ação dos Estados. Conhecer os fatores econômicos, demográficos e territoriais que podem influenciar as relações internacionais tornou-se cada vez mais importante. Assim, a geopolítica constitui-se como um campo de estudos e práticas úteis aos Estados nacionais no estabelecimento de seus interesses territoriais e estratégias diplomáticas ou de guerra.

No século XX, com duas guerras mundiais e a Guerra Fria, mostrou que o caminho para o consenso geopolítico é difícil e que as soluções encontradas em longas negociações podem não agradar a todos os países envolvidos.

Durante a Guerra Fria, havia a grande rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética pela hegemonia mundial. A queda do muro de Berlim e o fim da União Soviética marcaram o fim dessa lógica bipolar, mas não geraram um sistema de Estados mais estável. O mundo contemporâneo é palco de uma multiplicidade de conflitos nacionais e civis, que desafiam os equilíbrios de poder regionais e as fronteiras políticas, além de atingir duramente a economia dos países afetados e colocar em risco a vida de milhões de pessoas.

Fonte: 
BALDRAIA, André; SAMPAIO, Fernando dos Santos; SUCENA, Ivone Silveira. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.
LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2017.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.

Nação

O conceito de nação está ligado à identidade, à cultura e aos aspectos históricos.

A população de um país é formada por diversos grupos. Quando partilham a mesma origem, língua, tradições, costumes e cultura esses grupos formam uma nação. As nações antecedem o Estado e tem um caráter mais subjetivo e humano. Significa uma união entre um mesmo povo com um sentimento de pertencimento e de união entre si.

Um Estado pode ser formado por diversas nações, assim como uma nação pode estar dividida em diversos Estados. O Brasil, por exemplo, abriga diversas nações indígenas, que, por se localizarem no território brasileiro, respondem aos desígnios do Estado nacional brasileiro.

A Espanha é exemplo de Estado com diversas nações. Existem os catalães, os bascos, navarros, entre outros. A maior parte dessas nações reivindica a criação de seus Estados independentes, com a delimitação de seus respectivos territórios, algo ainda não conseguido.

Nação sem território

Os bascos

Os bascos são considerados como uma nação, composta pelo seu próprio idioma (o basco) e os seus próprios valores culturais e de pertencimento, mas sem possuírem o seu próprio Estado independente constituído.

Ocupam uma região localizada ao sul da França e ao norte da Espanha, com registros históricos de ocupação datados de mais de cinco mil anos. No local hoje residem mais de 2,5 milhões de pessoas. 

A luta separatista é mais intensa na porção espanhola de sua ocupação, enquanto na França a convivência é mais pacífica.

Imagem: Reprodução
Os curdos

Os curdos são uma etnia originária do Oriente Médio. Habitam atualmente uma região que abrange quatro países: Turquia, Irã, Iraque e Síria. A região é território de árabes, persas e turcos, que não enxergam o povo curdo como uma etnia com seus próprios princípios e tradições. Trata-se um povo que por onde quer que olhe, enxerga a negação de suas culturas e valores. 

É o maior povo sem pátria do mundo. Calcula-se que existem cerca de 30 milhões de curdos espalhados pelo mundo, povo que luta a mais de dois séculos por reconhecimento étnico e geográfico. Este povo fez parte do Império Turco-Otomano e não recebeu um território para constituir um país independente após a Primeira Guerra Mundial.
Imagem: Reprodução

Fonte: BALDRAIA, André; SAMPAIO, Fernando dos Santos; SUCENA, Ivone Silveira. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.
https://www.politize.com.br/estado-pais-nacao-diferencas/
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/diferencas-entre-estado-pais-nacao-territorio.htm
https://www.preparaenem.com/geografia/questao-basca.htm
https://www.politize.com.br/curdos/
https://www.todamateria.com.br/curdos/
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa