Em 2017, escrevi um post chamado Imagens que contam a história de Cruz Alta sobre as casas antigas da cidade e explicava que muitas dessas casas haviam sido demolidas para dar lugar à prédios mais "modernos". Do ponto de vista histórico isso é considerado um prejuízo para a memória e identidade de uma cidade. Porém não foi somente contra o patrimônio histórico da cidade que houve prejuízo, em termos ambientais também houve danos irreversíveis.
Vou lhes contar que havia uma lagoa no lugar onde eu moro, que era chamada de "Lagoa do Cemitério" por estar, obviamente, próxima ao cemitério municipal. Segundo relatos das pessoas mais antigas, inclusive de meu pai, a lagoa tinha uma certa profundidade, havia peixes e era o local onde os animais vinham beber água, principalmente os cavalos, meio de transporte na época. Era, inclusive, um local turístico onde as pessoas que podiam captavam as imagens da lagoa através de fotos. Levando-se em conta que fotografias nos anos 1940 não eram tão comuns assim, imagino que esse lugar deveria ser muito bonito, uma paisagem que valia à pena ser retratada. Pois essas fotografias só puderam ser feitas até a década de 1940, quando, por determinação de um prefeito da época, a lagoa foi drenada e posteriormente aterrada e se tornou algumas das tantas ruas da minha cidade.
Meu pai, Samuel Araújo, comprou em 1951 um desses terrenos originados do aterramento da lagoa, sendo o primeiro morador da rua.
Hoje, sabe-se que drenar e aterrar uma lagoa é considerado um crime ambiental. Porém, na década de 1940 não havia essa consciência...Parecia um bom lugar para colocar à venda terrenos, mesmo que para isso tivesse que sacrificar um bem natural, no caso uma lagoa... Um fato curioso é que além desse lugar ser muito úmido (principalmente no inverno), verte água com muita facilidade...Basta cavar um buraco com cerca de 50 cm de profundidade e parece que uma nova lagoa está querendo surgir...
Às vezes começo a imaginar como seria esse lugar esse lugar antes da lagoa ser drenada...Será que seria um ponto de encontro para a comunidade se reunir, tomar chimarrão nos finais de tarde, a gurizada se banhar no calorão do verão? Ficam as perguntas sem respostas...Ainda bem que ainda temos algumas velhas imagens...preciosas imagens!!!
A foto que ilustra o início desse texto mostra um antes e um depois. A primeira foto não sei a data, mas é de uma jovem na beira da lagoa e ao fundo aparece o casarão dos Viecili, construído em 1923. A segunda foto eu fiz em 2017 mostrando a minha rua e, ao fundo, o mesmo casarão dos Viecili. Abaixo, mais imagens.
Imagem: Reprodução
Registro da lagoa pelo retratista
Imagem: Reprodução
As pessoas gostavam muito de fotografar junto da lagoa.
Ao fundo o casarão dos Viecili.
Quais as diferenças entre lago e lagoa?
É comum confundir os termos lago e lagoa. Vamos ver, então, quais são as diferenças... Segundo os geólogos, a diferença entre lago e lagoa está no tamanho. As lagoas são menores e costumam ser resultado de fenômenos localizados. Uma lagoa é um acúmulo de água com pouco fluxo, mas geralmente sem água estagnada, podendo ser natural ou feita pelo homem (artificial).
As lagoas Mirim e Mangueira podem ser considerados lagos devido à sua extensão.
(Mundo Estranho, Mundo Educação e Wikipédia)
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Fonte (internet):
http://www.unimedplanaltocentralrs.com.br/cruz-alta/
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http://cruzaltino.blogspot.com/2010/12/lenda-da-lagoa-do-cemiterio.html
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