19 de outubro de 2020

A situação do emprego no Brasil


Imagem: Reprodução

Nos anos 1990, as taxas de desemprego aumentaram significativamente em razão da abertura econômica e da concorrência dos produtos importados, que provocaram a falência ou a queda de produção de muitas empresas brasileiras. Outros fatores que provocaram desemprego foram a política de juros altos e os baixos investimentos do Estado em infraestrutura e em outros setores da economia. Contribuíram, também, a automação e a robotização na produção de mercadorias e serviços.

Na primeira década dos 2000, ocorreu uma melhoria na renda de uma parcela significativa da população brasileira, que migraram das classes pobre e extremamente pobres, classificadas como D e E, para integrarem a classe C (com capacidade de consumo além dos produtos básicos de sobrevivência).

O Brasil retomou o crescimento econômico favorecido pelo dinamismo da economia mundial e especialmente da China. Priorizou investimentos em programas sociais (como o Bolsa Família) e melhorou a distribuição de renda, o que foi fundamental para diminuir as taxas de desemprego.

A melhora das condições de vida promoveu a ampliação da capacidade de consumo e a expansão do mercado interno e das atividades produtivas.

A crise financeira global de 2007/2008 enfraqueceu o ritmo de crescimento econômico, embora as taxas de desemprego tenham permanecido em queda até metade de 2014. A crise mundial foi enfrentada através da desoneração de impostos a determinados setores produtivos e mantido investimentos e gastos públicos e programas sociais. As despesas superaram as receitas federais e as finanças públicas deterioraram-se rapidamente. Contribuíram para a crise financeira a desaceleração da economia chinesa (nossa principal parceira comercial) e a queda do valor das commodities, os produtos que mais vendemos no mercado mundial. A partir de 2015 a crise estava instalada e o desemprego aumentou em ritmo acelerado.

A recessão dos anos 2015 e 2016 eliminou quase 3,5 milhões de empregos, sendo que parte deles nunca mais voltou a ser ofertada. O Brasil, que chegou a ter uma taxa de desemprego de 4,8% em 2014, voltou ao patamar de 12%.

A pandemia do novo coronavírus só agravou a situação. Apenas em abril, 1,4 milhão de postos fecharam, segundo um acompanhamento do Ministério da Economia. A expectativa é que outros 8 milhões de pessoas percam o emprego até o fim do ano como reflexo da crise econômica prolongada, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas.

Fonte: LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Lazaro Anselmo; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2017.
https://exame.com/revista-exame/um-brasil-desempregado/


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Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa