Nas relações internacionais, considera-se uma situação hegemônica aquela em que há grande disparidade em favor de um Estado, o qual tem imensa capacidade para impor-se diante de concorrentes no sistema. Controla o acesso às matérias primas, recursos naturais, capitais e mercados, apresenta vantagens competitivas na produção de bens de alto valor agregado, gera uma ideologia aceita por outros Estados.
6 de novembro de 2020
Hegemonia
Nas relações internacionais, considera-se uma situação hegemônica aquela em que há grande disparidade em favor de um Estado, o qual tem imensa capacidade para impor-se diante de concorrentes no sistema. Controla o acesso às matérias primas, recursos naturais, capitais e mercados, apresenta vantagens competitivas na produção de bens de alto valor agregado, gera uma ideologia aceita por outros Estados.
Geopolítica
A geopolítica estuda as relações entre espaço geográfico e poder. O termo foi utilizado pela primeira vez pelo cientista político sueco Rudolf Kjellen (1864-1922) no início do século XX quando se consolidou como campo de estudo, com base na disputa de poder e da hegemonia entre Estados, através das estratégias políticas e militares utilizadas para a segurança nacional, expansão das fronteiras e domínios de outros territórios. Nesse sentido, a geopolítica sempre existiu, embora o termo tenha sido utilizado pela primeira vez há pouco mais de um século. A geopolítica global surgiu com o mundo moderno, a formação dos Estados nacionais europeus, a expansão mercantilista e as conquistas territoriais marcadas pelas Grandes Navegações.
Existem diferenças entre o conceito de geopolítica e o de geografia política. A geopolítica é um saber prático, comprometido com as estratégias de poder dos Estados em sua dimensão espacial. Já a geografia política é um ramo da ciência geográfica que estuda a distribuição dos Estados no planeta, a organização dos territórios e as fronteiras.
Foi, sobretudo, a partir do século XXI que os conhecimentos acerca dos territórios e de seus recursos naturais passaram a legitimar a ação dos Estados. Conhecer os fatores econômicos, demográficos e territoriais que podem influenciar as relações internacionais tornou-se cada vez mais importante. Assim, a geopolítica constitui-se como um campo de estudos e práticas úteis aos Estados nacionais no estabelecimento de seus interesses territoriais e estratégias diplomáticas ou de guerra.
No século XX, com duas guerras mundiais e a Guerra Fria, mostrou que o caminho para o consenso geopolítico é difícil e que as soluções encontradas em longas negociações podem não agradar a todos os países envolvidos.
Durante a Guerra Fria, havia a grande rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética pela hegemonia mundial. A queda do muro de Berlim e o fim da União Soviética marcaram o fim dessa lógica bipolar, mas não geraram um sistema de Estados mais estável. O mundo contemporâneo é palco de uma multiplicidade de conflitos nacionais e civis, que desafiam os equilíbrios de poder regionais e as fronteiras políticas, além de atingir duramente a economia dos países afetados e colocar em risco a vida de milhões de pessoas.
Fonte:
BALDRAIA, André; SAMPAIO, Fernando dos Santos; SUCENA, Ivone Silveira. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.
LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2017.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.
Nação
O conceito de nação está ligado à identidade, à cultura e aos aspectos históricos.
A população de um país é formada por diversos grupos. Quando partilham a mesma origem, língua, tradições, costumes e cultura esses grupos formam uma nação. As nações antecedem o Estado e tem um caráter mais subjetivo e humano. Significa uma união entre um mesmo povo com um sentimento de pertencimento e de união entre si.
Um Estado pode ser formado por diversas nações, assim como uma nação pode estar dividida em diversos Estados. O Brasil, por exemplo, abriga diversas nações indígenas, que, por se localizarem no território brasileiro, respondem aos desígnios do Estado nacional brasileiro.
A Espanha é exemplo de Estado com diversas nações. Existem os catalães, os bascos, navarros, entre outros. A maior parte dessas nações reivindica a criação de seus Estados independentes, com a delimitação de seus respectivos territórios, algo ainda não conseguido.
Nação sem território
Os bascos
Os bascos são considerados como uma nação, composta pelo seu próprio idioma (o basco) e os seus próprios valores culturais e de pertencimento, mas sem possuírem o seu próprio Estado independente constituído.
Ocupam uma região localizada ao sul da França e ao norte da Espanha, com registros históricos de ocupação datados de mais de cinco mil anos. No local hoje residem mais de 2,5 milhões de pessoas.
A luta separatista é mais intensa na porção espanhola de sua ocupação, enquanto na França a convivência é mais pacífica.
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/diferencas-entre-estado-pais-nacao-territorio.htm
Território
O conceito de território é um dos conceitos-chave da Geografia. O território faz parte da esfera da política, já que é sempre expressão de uma relação de poder que delimita determinadas porções do espaço. A origem desse conceito pode ser encontrada na obra do geógrafo alemão Friedrich Ratzel, considerado o fundador da Geografia Política. Para Ratzel, o território delimitado por fronteiras políticas, ou seja, o Estado, deveria ser o principal objeto de estudo da Geografia, já que a construção de um território estatal era vista por ele como a mais importante conquista cultural da humanidade.
Uma determinada área, em qualquer ponto do espaço geográfico, pode ser definida por seu tipo de governo, sua cultura, seu sistema econômico e outros agentes que influenciam a sua organização e a individualizam nesse espaço. Essa área, delimitada no espaço geográfico, pode ser considerada um território. No entanto, por ser fruto do trabalho de uma sociedade no decorrer de sua história, um território apresenta grande complexidade econômica e cultural. A noção de poder, domínio ou influência de vários atores (políticos, econômicos e sociais) e a forma como eles moldaram a organização desse território no espaço geográfico expressam uma determinada territorialidade. Por esse motivo, não só os Estados exercem a territorialidade. Outros atores, como as metrópoles mundiais, os organismos econômicos mundiais (FMI, Bird), grandes empresas transnacionais e até mesmo organizações criminosas exercem a territorialidade, ou domínio, em várias frações ou porções do espaço geográfico.
O território é uma dimensão analítica da Geografia Política indissociavelmente ligada à ideia de poder. Na Geografia, não se concebe o território meramente como uma extensão de terras, algo puramente físico, mas também o uso humano e político que dele se faz.
O território nacional é a área apropriada, controlada e administrada por um Estado, na qual este exerce sua soberania e à qual se limita o exercício da lei. A soberania consiste na liberdade de um Estado exercer poder político sobre seu território, sem intervenção de outros países ou grupos. As leis são aplicadas aos indivíduos que se encontram nos limites territoriais de cada Estado.
Portanto, quando falamos em “território brasileiro” estamos falando de seu espaço delimitado correspondente, delimitação essa exercida por meio de um domínio que é reconhecido internacionalmente. Podemos entender que o Brasil é soberano sobre o seu território, exercendo sobre ele a sua vontade.
Fonte:
ALMEIDA, Lúcia Marina; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado. São Paulo: Ática, 2017.
BALDRAIA, André; SAMPAIO, Fernando dos Santos; SUCENA, Ivone Silveira. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.
SILVA, Edilson Adão Cândido da; JÚNIOR, Laercio Furquim. Geografia em rede. São Paulo: FTD, 2016.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa