17 de abril de 2022

Americano ou estadunidense?

 

O ator Chris Evans caracterizado como Capitão América em filme de 2015.

Quando assistimos a filmes ou séries de ação inspirados em quadrinhos, como Super-Homem, Mulher-Maravilha, Capitão-América, nos quais há muita ação, suspense, romance e inimigos perigosos, assimilamos a história como apenas entretenimento e diversão. No entanto, é possível também refletirmos criticamente a respeito desse tipo de produção que circula por grande parte do planeta, a fim de questionarmos o significado de ser um sujeito do século XXI em um mundo cada vez mais conectado.

Americano ou estadunidense?

O Capitão América é um exemplo da generalização feita quando se usa os termos América e americano para se referir exclusivamente ao país Estados Unidos e aos nascidos lá. Suas roupas são uma estilização da bandeira dos Estados Unidos da América, incluindo as cores vermelho, branco e azul e os símbolos como as listras e a estrela no centro. Entretanto, o nome do personagem, Capitão América, busca representar todo o continente americano, que na realidade é plural e diverso, usando um padrão considerado como universal.
Esses elementos padronizados de heroísmo e modelo de país seguem atraindo milhões de pessoas e reforçam e valorizam a narrativa de que americano é apenas o estadunidense.

1. Você, brasileira ou brasileiro, considera-se americano? Sente-se representado na imagem acima?

Expectativa de resposta

1. Resposta pessoal. O personagem Capitão América representa uma visão universal e determinista do que é ser uma pessoa nascida no território americano. Desse modo, todos os habitantes dos países do continente americano poderiam ser assim reconhecidos no personagem. Contudo, o "herói" representa um estereótipo branco, tido como universal, algo muito questionado pelos povos nativos e de descendência africana que construíram e povoaram a América junto com os europeus e em condições desiguais mediante o modelo escravocrata de colonização.

Fonte: MAIDA, Judith Nuria (coord.). Interação humanas: o poder econômico e a construção da autonomia dos povos e países. São Paulo: Editora do Brasil, 2020.

16 de abril de 2022

Impactos da dominação imperialista

 


A imagem que temos de um determinado povo é fruto de uma construção histórica. Africanos, asiáticos e tantos outros povos são pouco lembrados na história por suas próprias perspectivas culturais. Durante séculos, sobretudo entre o XV e o XX, a Europa expandiu sua área de influência por territórios da América, África, Ásia e Oceania. Um conjunto sem fundamento de justificativas legitimaram, aos olhos da comunidade internacional, a incorporação forçada desses povos na rota do capitalismo. Essas justificativas, sempre associando os povos nativos à selvageria e ao exotismo, produziram violências simbólicas que permanecem até os dias atuais.

O auge da ocupação europeia ocorreu entre meados do século XIX até praticamente a Segunda Guerra Mundial, no fenômeno conhecido como imperialismo.

O período imperialista foi justificado por uma série de teorias racistas que colocavam os europeus e estadunidenses em posição de superioridade cultural em relação aos asiáticos e africanos. Um conjunto de ideias baseadas em teorias científicas da época autorizava a dominação europeia sobre estes continentes, partindo do princípio de que se tratava de uma missão civilizatória, abrindo caminho para o avanço e o controle dos territórios colonizados. Desconsiderava, assim, os milênios de ocupação humana do continente, onde se desenvolveram complexas e numerosas civilizações.

Violência simbólica: caracteriza-se pelos mecanismos sutis que emprega e por contar com a cumplicidade de quem sofre a violência e de quem a pratica, muitas vezes sem terem a real consciência disso no processo.


Fonte: MAIDA, Judith Nuria (coord.). Interação humanas: o poder econômico e a construção da autonomia dos povos e países. São Paulo: Editora do Brasil, 2020.

Imagem: http://wagnerbarretos.blogspot.com/2011/07/consequencias-do-neocolonialismo-na.html

14 de abril de 2022

Tempo, território e cultura

 

Territórios e fronteiras se espalham em um mundo marcado por inúmeras culturas construídas ao longo do tempo. E esse deve ser um mundo em que nenhuma cultura se sobrepõe a outra. Viver na diversidade e conviver com adversidades é um ingrediente da vida. E isso também pode ser projetado para a sociedade em que vivemos, para nosso bairro, nossa vila, nossa rua. Boa convivência e diversidade devem sempre coexistir.

1. Você já ouviu falar de regimes em que uma cultura teve a intenção de se sobrepor a outra?

2. Já passou pela experiência de se sentir desconfortável ou já presenciou um grupo cultural sendo desrespeitado?

3. Já conviveu com uma cultura diferente da sua?

Expectativas de respostas

1. Resposta pessoal. Podem ser citados como exemplos o período do imperialismo na África e na Ásia; o nazismo; o fascismo; a colonização da América etc. Em todos esses casos, um grupo se impôs sobre o outro.

2. Resposta pessoal. É importante lembrar que há exemplos de ocorrências no Brasil, seja pelo preconceito racial, seja por desrespeitos a refugiados, ou populações historicamente discriminadas.

3. Resposta pessoal.

Fonte: BOULOS JÚNIOR, Alfredo; ADÃO, Edilson; FURQUIM JÚNIOR, Laércio. Multiversos: ciências humanas: territórios e fronteiras: ensino médio. São Paulo: FTD, 2020.

Imagem: Disponível em: Culturamix.com.

3 de abril de 2022

País

 

Do ponto de vista político, o espaço geográfico é dividido em países que mantêm relações políticas e econômicas entre si. A maioria dos países são Estados Soberanos como o Brasil. Existem dependências, isto é, territórios que dependem de um país soberano. Como exemplos, podemos citar Curaçao e Bonaire – ilhas do Caribe administradas pelos Países Baixos. Um país é independente quando o poder que o Estado exerce sobre a população e sobre o território é reconhecido por outros Estados soberanos. O Estado é soberano no território delimitado pelas fronteiras onde exerce o seu poder a partir de uma cidade, que, por sua vez, abriga os órgãos governamentais, a capital.
Atualmente (2022), existem 195 países, além de vários territórios que não possuem autonomia (Porto Rico, Guiana Francesa, Groelândia, Ilhas Faroe, Hong Kong, entre outros). No entanto, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece apenas 193, excluindo da lista o Vaticano e Taiwan.

Fonte: 
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização. São Paulo: Ática, 2016.
https://unric.org/pt/que-paises-sao-atualmente-membros-das-nacoes-unidas/
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa