14 de dezembro de 2020

Escarpa

Os autores Moreira e Sene (2017, p. 134) trazem a seguinte definição de escarpa: " declive acentuado que aparece em bordas de planalto. Pode ser gerada por um movimento tectônico, que forma escarpa de falha, ou ser modelada pelos agentes externos, que geram escarpas de erosão".

Já Guerra (2006, p. 241-242) dá mais detalhe ao conceito de escarpa explicando o significado de escarpas tectônicas e escarpas de erosão.

Rampa ou aclive de terrenos que aparecem nas bordas dos planaltos, serras, testemunhos (butte temoin) etc.
De modo genérico podemos distinguir os seguintes tipos de escarpas do relevo brasileiro:
a) Escarpas tectônicas, isto é, abruptas, produzidas por forças endógenas. No caso das escarpas do "Planalto Atlântico", são frentes dissecadas, cujos escarpamentos foram provocados por deslocamentos epirogênicos.
b) Escarpas de erosão - são aquelas cujos abruptos foram escavados pelos agentes erosivos. Como exemplo podemos citar as frentes das cuestas da bacia sedimentar do Paraná, a Ibiapaba na fronteira do Ceará com o Piauí, ou ainda as escarpas dos chapadões sedimentares do Centro-Oeste, ou mesmo os abruptos das chapadas residuais do Nordeste, como a do Araripe etc.

Escarpa da cuesta de Botucatu (SP) 

Imagem: @psykpta - Botucatu (Wikipédia)

No esquema acima a escarpa na borda do planalto
 Imagem: ADAS, Melhem. Panorama geográfico do Brasil.

Fonte: GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006. 
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.

Intemperismo

 Para Guerra (2006) intemperismo é o "conjunto de processos mecânicos, químicos e biológicos que ocasionam a desintegração e decomposição das rochas." (p. 354).

Os autores Moreira e Sene explicam como as rochas sofrem o processo do intemperismo.

Intemperismo: é o processo de desagregação (intemperismo físico) e decomposição (intemperismo químico) sofrido por rochas. O principal fator de intemperismo físico é a variação da temperatura (dia e noite; verão e inverno) o que provoca dilatação e contração das rochas, fragmentando-as em formas e tamanhos variados. Outro exemplo é o congelamento da água nas fissuras das rochas, fato comum em regiões polares e de altitudes elevadas - ao congelar, a água dilata as fissuras das rochas e provoca sua fragmentação. Já o intemperismo químico resulta sobretudo da ação da água sobre as rochas, provocando, com o passar do tempo, uma lenta modificação na composição química dos minerais. O intemperismo físico e o intemperismo químico atuam ao mesmo tempo, mas dependendo das características climáticas um pode atuar de maneira mais intensa que o outro. Por exemplo, em regiões onde há escassez de água, as rochas sofrem mais intemperismo físico do que químico.

Intemperismo físico em regiões polares 

Intemperismo físico que ocorre em regiões polares e de altitudes elevadas,
quando congelamento da água quebra a rocha.
Imagem: Reprodução
O resultado é a rocha fragmentado pela ação do intemperismo físico em áreas muito frias.
Imagem: Reprodução


Fonte: GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006.
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.

13 de dezembro de 2020

A Geografia na...música!

Morro Dois Irmãos

Chico Buarque

Dois Irmãos, quando vai alta a madrugada
E a teus pés vão-se encostar os instrumentos
Aprendi a respeitar tua prumada
E desconfiar do teu silêncio

Penso ouvir a pulsação atravessada
Do que foi e o que será noutra existência
É assim como se a rocha dilatada
Fosse uma concentração de tempos

É assim como se o ritmo do nada
Fosse, sim, todos os ritmos por dentro
Ou, então, como uma música parada
Sobre uma montanha em movimento

Depressão

 O conceito de depressão, segundo Guerra (2006, p. 191-193)

Área ou porção do relevo situada abaixo do nível do mar ou abaixo das regiões que lhe estão próximas. As depressões do primeiro tipo, isto é, abaixo do nível do mar, são denominadas depressões absolutas (mar Morto ou lago Asfaltite), e as do segundo tipo, depressões relativas.
Depressão é, por conseguinte, uma forma de relevo que se apresenta em posição altimétrica mais baixa que as porções contíguas. As depressões podem ter dimensões, formas e origens bem variadas. [...]
Imagem: Reprodução

As depressões absolutas estão situadas abaixo do nível do mar, como o Mar Morto, situado na Ásia, a 395 metros abaixo do nível do mar.

Imagem: Mar Morto (reprodução)

Os autores Terra, Araujo e Guimarães destacam o aspecto da altitude para explicar o conceito de depressão, fazendo a localização de algumas das depressões relativas do Brasil, já que no nosso país não existem depressões absolutas. 

As depressões relativas são superfícies formadas por processos erosivos, apresentando altitudes mais baixas do que o relevo que está ao redor. Variam de 100 a 500 metros de altitude e possuem suave inclinação. No Nordeste do Brasil temos como exemplo a Depressão Sertaneja, cercada pelos planaltos das bacias do Parnaíba e da Borborema. No Norte do Brasil, destaca-se a Depressão da Amazônia Ocidental, formada por uma extensa área sedimentar com altitudes em torno de 200 metros e cortada pelo rio Amazonas. No Brasil Central, localiza-se a Depressão do Araguaia e, na Bacia do Paraná, a Depressão Periférica da borda Leste.

Observem no mapa do professor Jurandyr Ross a localização das depressões existentes no Brasil.
Imagem: Reprodução

 Depressão Sertaneja (região Nordeste)
Imagem: Reprodução

Fonte:
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.


"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa