2 de dezembro de 2015

O desastre ambiental de Mariana/MG

Imagem: Reprodução
A barragem que rompeu foi a do Fundão, que acabou danificando a barragem de Santarém, ambas ficam no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro do município de Mariana, cidade histórica mineira a 124 km de distância de Belo Horizonte.

As barragens pertencem à mineradora Samarco, empresa fundada em 1977 que produz pequenas bolas de minério de ferro usadas na produção de aço. A Samarco é controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. Ela opera em Minas Gerais e no Espírito Santo. Após a tragédia, a empresa suspendeu as atividades de mineração na região.

As barragens se romperam na tarde do dia 5 de novembro. A barragem do Fundão, que é maior, se rompeu e transbordou para a de Santarém, na mesma região. De acordo com o Ibama, o volume extravasado foi estimado em 50 milhões de metros cúbicos, quantidade que encheria 20 mil piscinas olímpicas. O subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, foi tomado pela lama que saiu das barragens e ficou devastado. A avalanche destruiu a maioria dos imóveis. Mais de 600 pessoas ficaram desabrigadas e foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Eles abandonaram as casas e fugiram para partes altas do distrito, mas afirmaram que nenhum sinal de alerta foi emitido. A Samarco admitiu que avisou moradores somente por telefone. Ainda assim na lista havia apenas telefones públicos, nenhum de morador, e muitos desatualizados. O governo federal liberou o saque do FGTS aos atingidos pelo desastre.

Os rejeitos da Mina de Germano, no município de Mariana (MG), formarão um “tapete mortal” no fundo do Rio Doce e seus afluentes. Podem penetrar no solo e infiltrar no lençol freático, inviabilizando o plantio e o uso da água de poços.

O futuro da vida e a saúde humana na região afetada pelos rejeitos da mineradora Samarco será muito complexo, porque não é uma lama normal, mas sim um rejeito de mineração, provavelmente rica em ferro, mas há outros elementos. Dependendo do processo de mineração, os rejeitos contêm substâncias que modificam o pH do solo e da água, que pode ser tornar muito básico ou muito ácido em função do que se usa para extrair o ferro. Isso afeta as espécies, mas a natureza consegue se reequilibrar. O problema é que o tipo e o teor dos resíduos de metais pesados que podem estar nessa lama ainda não é conhecida com precisão, atrasando a adoção de medidas para lidar com o impacto ambiental.

O distrito da cidade de Mariana, Bento Rodrigues, provavelmente irá se acabar. Porque, economicamente, é quase impossível remover toda a camada de lama que ficou e fazer os testes necessários para saber se será possível continuar vivendo ali.
Por sua extensão e pela magnitude do impacto sobre a economia e os ecossistemas afetados, o acidente em Minas Gerais têm maiores proporções do que o ocorrido pela contaminação por Césio em Goiânia.

Fonte:
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/11/06/o-que-se-sabe-sobre-o-rompimento-das-barragens-em-mariana-mg.htm http://brasileiros.com.br/2015/11/mariana-e-o-maior-desastre-ambiental-ocorrido-no-pais/

26 de novembro de 2015

Bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul

Imagem: Reprodução
Em uma bacia hidrográfica existem várias sub-bacias ou áreas de drenagem de cada contribuinte. Estas são as unidades fundamentais para a conservação e o manejo, uma vez que a característica ambiental de uma bacia reflete o somatório ou as relações de causa e efeito da dinâmica natural e ação humana ocorridas no conjunto das sub-bacias nela contidas. A bacia hidrográfica serve como unidade básica para gestão dos recursos hídricos e até para gestão ambiental como um todo, uma vez que os elementos físicos naturais estão interligados pelo ciclo da água. 


Para o Rio Grande do Sul, de acordo com a Lei 10.350/1994, foi determinada a existência de três Regiões Hidrográficas, as quais foram subdivididas em bacias hidrográficas, totalizando, até o presente momento, 25 unidades. Para cada uma destas está previsto a formação de um comitê para a gestão integrada dos seus recursos hídricos.

As bacias hidrográficas se agrupam por três regiões hidrográficas, a região do rio Uruguai que coincide com a bacia nacional do Uruguai, a região do Guaíba e a região do Litoral, que coincidem com a bacia nacional do Atlântico Sudeste.

Bacias Hidrográficas do RS

Cada uma das regiões hidrográficas abaixo são formadas por várias bacias hidrográficas. 
*Região Hidrográfica do Guaíba
*Região Hidrográfica do Litoral
*Região Hidrográfica do Uruguai

A Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí situa-se na porção centro-norte do Estado do Rio Grande do Sul. Abrange as Províncias Geomorfológicas Planalto Meridional e Depressão Central. Possui área de 12.985,44 km², abrangendo municípios como CarazinhoCruz AltaPasso FundoSobradinho e Tupanciretã, com população estimada em 366.628 habitantes. Os principais cursos de água são os rios Jacuí, Jacuí-mirim, Jacuizinho, dos Caixões e Soturno. Os principais usos da água se destinam a irrigação, para consumo animal e humano.

Bacia do Alto Jacuí apresenta maiores volumes de agrotóxicos por área cultivada
A Secretaria Estadual da Saúde realizou um levantamento do uso de agrotóxicos e o seu impacto na qualidade da água dos mananciais gaúchos. O estudo apontou que muitos tipos de químicos não fazem parte da lista de produtos que têm limites aceitáveis normatizados pelo Ministério da Saúde. 

Apesar deles serem eliminados no tratamento antes do consumo humano, garantindo a sua potabilidade, o estudo propõe que esses outros pesticidas também passem a ter sua concentração na água verificada nas análises laboratoriais feitas rotineiramente.

O estudo - realizado entre 2009 e 2010 - foi coordenado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e abrangeu as 24 bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul. Através da aplicação de questionários com agricultores de 72 cidades gaúchas (três por bacia hidrográfica), ele levantou dados sobre o tipo e volume dos agrotóxicos utilizados em 15 diferentes culturas. Também foram analisadas as características físicas-químicas dos agrotóxicos em uso.

A região Noroeste do Estado foi a que apresentou os maiores volumes de agrotóxicos por área cultivada, chegando a 919 litros por quilômetro quadrado ao ano na Bacia do Alto Jacuí. A região é grande produtora de milho, soja e trigo. A estimativa do uso de agrotóxicos no RS para a safra 2009/2010 teve, de acordo com a análise, média de 320,2 L/Km2/ano. Com base nos cálculos, foram identificado os compostos mais utilizados no Estado, destacando-se o glifosato, amplamente utilizado em diferentes culturas por ser um herbicida sistêmico não seletivo. Entre os dez compostos mais usados, ele é o único que consta na atual norma nacional de controle.

Microbacia hidrográfica do Lajeado da Cruz

A microbacia hidrográfica do Lajeado da Cruz encontra-se inserto na Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí, na região hidrográfica do Guaíba.

Esta área é predominada por lavouras e pastagens e a área com matas ciliares é de cerca de 8%, sendo uma microbacia que sofre com o desmatamento, com o lixo em suas margens, com a lavagem e descarte de produtos utilizados na lavoura como embalagem de inseticidas e herbicidas.

É importante ressaltar o conflito socioambiental existente entre os produtores rurais situados às margens do arroio Lajeado da Cruz e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí (COAJU), devido a inadequada utilização da microbacia, o que vem causando a degradação ambiental do arroio.

A microbacia hidrográfica do Arroio Lajeado da Cruz situa-se em área de característica eminentemente rural no Município de Cruz Alta – RS, sendo utilizada para o cultivo agrícola, como o plantio de trigo, soja, milho e azevém, com importância estratégica por constituir-se em ponto de captação da água fornecida ao município de Cruz Alta – RS.

A microbacia do Lajeado da Cruz é Área de Proteção Ambiental (APA).

Fonte: Secretaria do Meio AmbienteABES-RS, CBHPFEco AgênciaPro Guaíba.     Monitoramento da Qualidade Ambiental na Microbacia do Lajeado da Cruz,  A mediação como exercício da cidadania na solução dos conflitos socioambientais: o caso dos produtores rurais situados às margens da microbacia hidrográfica do arroio Lajeado da Cruz

25 de novembro de 2015

Bacias hidrográficas do Brasil

Divisão Hidrográfica Nacional (mapa)
Pela Resolução Nº 32, de 15 de outubro de 2003, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, "Considera-se como região hidrográfica o espaço territorial brasileiro compreendido por uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e econômicas homogêneas ou similares, com vistas a orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos". 
Bacias hidrográficas são áreas da superfície terrestre  separadas topograficamente entre si pelos divisores de água.
Em função da sua grande extensão territorial, o Brasil possui 12 grandes bacias hidrográficas. Abaixo as características de cada uma.

24 de novembro de 2015

O que é uma nascente e como deve ser protegida

A nascente é o afloramento da água subterrânea que forma um curso d´água, como os rios, córregos e reservatórios. Toda nascente necessita que a vegetação nativa (mata ciliar) do seu entorno, ou seja, aquela natural da região, seja protegida. Essa proteção é obrigatória num raio de 50 metros. Em diversas propriedades rurais, as nascentes vêm diminuindo suas vazões ou, em muitos casos, até secando. Os córregos, rios e demais cursos d'água também sofrem os mesmos problemas, pois dependem das nascentes para sua manutenção e sobrevivência.Além da importância vital das nascentes, é imprescindível reconhecer a sua fragilidade diante das agressões às quais estão sujeitas, especialmente em decorrência das atividades humanas. As queimadas, os desmatamentos, a erosão do solo e o pisoteio de animais são alguns exemplos dessas agressões. As nascentes precisam ser adotadas, protegidas e recuperadas, caso isso seja necessário.
Solo-cimento é uma técnica simples e de baixo custo que protege as nascentes por tempo indeterminado
Fonte: Ciflorestas, Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, Tudo Santa Tereza
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa