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10 de novembro de 2020

Max Weber

 

Imagem: Reprodução

O sociólogo, historiador e economista alemão Max Weber (1864-1920) desenvolveu o método de análise conhecido como sociologia compreensiva. Sua metodologia utiliza-se do tipo ideal, um modelo conceitual acentuado e abstrato daquilo que se observa na realidade. Weber exerceu papel destacado na constituição de uma Sociologia com base histórica e pautada na análise qualitativa dos fenômenos sociais. ele afirma que, ao recordar o objeto de pesquisa, o cientista estabelece critérios para definir o que é mais relevante no universo temático ao qual se dedica. Tal escolha se dá com base em valores. Admitir que o cientista social estabelece um recorte é admitir que o objeto de estudo é lapidado pelo cientista que o observa. Assim, o objeto de estudo não é uma "coisa" independente do olhar do cientista, como proposto por Durkheim.

Obras - A ética protestante e o espírito do capitalismo (1905), Economia e sociedade (1910), A ciência como vocação (1917); após a sua morte, sua esposa Marianne Schnitger Weber foi responsável pela publicação póstuma do segundo volume de Economia e sociedade (1921), A metodologia das ciências sociais (1922) e História econômica geral (1923).

Fonte: SILVA, Afrânio et al. Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016.
https://brasilescola.uol.com.br/biografia/max-weber.htm

26 de outubro de 2020

O Estado segundo Weber

Utilizamos o conceito de Estado para definir uma forma como as sociedades se organizam no aspecto jurídico, econômico e político.

O sociólogo Max Weber afirmou que o Estado podia ser caracterizado por dois elementos principais: "o aparato administrativo destinado à prestação de serviços e o exercício do monopólio legítimo da força." O que ele queria dizer com isso?

O que significa falar em "aparato administrativo destinado à prestação de serviços"? Weber está se referindo a todo o corpo de funcionários que trabalham nas instituições pertencentes ao Estado, assim como ao conjunto de prédios e repartições públicas, às leis que regem o funcionamento dessas instituições e ainda aquelas que são vigentes em uma determinada nação. Tudo isto forma um "aparato administrativo", com suas normas e rotinas de funcionamento. Como faz parte do Estado, esse aparato precisa estar disponível a todas as pessoas, sem distinção.

Por que "o exercício do monopólio legítimo da força"?

Não basta a existência de uma lei ou norma, para que ela seja de fato obedecida pela maioria da população. É só pensarmos em certas regras presentes no nosso cotidiano, por exemplo, as que são comuns a quem frequenta espaços públicos, "não pise na grama" ou "não jogue lixo na praia". Sem algum tipo de coerção mais efetiva, essas regras não são cumpridas. Há algumas décadas as pessoas fumavam em ambientes fechados, como ônibus, lojas e bares, sem preocupação com quem estava ao seu lado e não queria aspirar a fumaça. Regras mais rígidas foram implantadas, com multas tanto para os estabelecimentos que permitiam este hábito para não perder seus clientes fumantes...como para o fumante. O mesmo vale para a prática de ingerir bebida alcoólica e depois dirigir. Isto foi muito comum, até o momento em que, em função da associação direta entre álcool e acidentes graves de trânsito, elaborou-se uma legislação que passou a punir com rigor os motoristas que bebiam.

Tendo em vista essa conceituação apresentada por Max Weber, é que a aplicação das leis em geral, para que sejam obedecidas por todos, pressupõe algum tipo de coerção por parte do Estado sobre todas as pessoas. Essa coerção é exercida pelo Estado através, num primeiro momento, da legislação; num segundo momento, da força policial. Somente o Estado é "autorizado" a fazer isso; é o Estado que detém o monopólioque não pode ser executado por qualquer outro grupo ou instituição.

O Estado, portanto, é a única instituição social reconhecida por todos como "legítima" no sentido de aplicar a lei ou, se esta não for obedecida, a força.

Segundo Weber, era necessário que o Estado tivesse legitimidade para governar e, assim, exercer o seu poder. A legitimidade do Estado seria dada através das leis elaboradas por suas instituições políticas.

O poder do Estado é definido por Weber como legítimo, exercendo uma forma de dominação legal, pois sua autoridade e seu poder são reconhecidos por aqueles que se submetem a ele, com seu aparato de leis e normas, sustentadas pela burocracia.

Para o sociólogo Julien Freund, estudioso da teoria de Weber, a dominação é a expressão prática e empírica do poder, ou seja, é através da dominação que o poder é exercido de fato. No caso da dominação legal, a desobediência às leis significaria, como reação imediata, a autorização para uso legítimo da força por parte do Estado.

Fonte: OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; COSTA, Ricardo Cesar Rocha da. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.

26 de abril de 2016

Exercícios sobre a questão do trabalho em Marx, Weber e Durkheim

Trabalho e sociedade: explicando as bases da sociedade de classes
A questão do trabalho em Marx, Weber e Durkheim

Imagem: Reprodução
Para a Sociologia, a vida cotidiana é marcada profundamente pela maneira como as relações de trabalho se apresentam em determinado momento histórico.
Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim dedicaram uma parte central de suas teorias à reflexão sobre o mundo do trabalho capitalista. De formas diferentes, esses expoentes do pensamento socioeconômico elaboraram análises que ainda hoje ajudam a compreender a sociedade em que vivemos.

1) Quais são os três elementos que Karl Marx identifica no processo de trabalho?
Marx identifica três elementos no processo de trabalho: a força de trabalho (o potencial humano), o objeto de trabalho (aquilo que será modificado pela atividade humana) e o meio de trabalho (os instrumentos utilizados para produzir ou mesmo o espaço onde se produz).

2) Segundo Marx, o principal mecanismo utilizado pelos donos dos meios de produção para se obter lucro é a mais-valia. Como isso acontece?
A mais-valia é o excedente de valor obtido pela exploração do trabalho. Como isso acontece? A transformação de uma matéria-prima agrega valor ao produto. O trabalho por si só gera valor. A força de trabalho, sendo pensada como uma mercadoria, que pode ser vendida e comprada, quando empregada na transformação de um objeto de trabalho, acrescenta valor ao produto. Esse valor que é acrescido ao produto, no entanto, não é repassado ao trabalhador, mas é apropriado pelos donos dos meios de produção.

3) Quais são as duas formas de se obter a mais-valia?
Há duas formas de se obter a mais-valia. A primeira está relacionada ao aumento de horas trabalhadas, o que permite ao burguês se apropriar do aumento de riqueza gerada pelo proletariado, já que ele passa mais tempo trabalhando e aumenta a produção. Essa é a mais-valia absoluta.
A segunda forma é aquela que deriva da incorporação de tecnologia ou de organização do trabalho que aumenta a produtividade do trabalhador. Ele não tem a sua jornada de trabalho aumentada, mas produz mais riqueza no mesmo período de tempo. Essa é a mais-valia relativa.

4) Para Marx, como acontece a exploração do trabalhador?
Para Marx, a exploração do trabalhador começa com a expropriação dos meios de produção sofrida por ele. Do processo de trabalho no qual os homens coletivamente transformam e produzem restou ao trabalhador somente a força de trabalho, que é vendida ao capitalista como uma mercadoria. O proletariado é explorado pela burguesia quando esta se apropria do excedente da produção, o que configura uma forma de desigualdade social.

5) Max Weber ao analisar o tema trabalho partiu de pontos de vista diferente ao de Karl Marx. Explique a visão religiosa de Weber sobre o trabalho.
Para Weber o capitalismo industrial tem a sua origem na ideologia puritana e calvinista.
Havia presença muito significativa de protestantes entre os empresários e os trabalhadores qualificados nos países capitalistas mais industrializados. Weber imaginou que deveria existir uma relação entre certos valores calvinistas e protestantes e a origem do capitalismo moderno.
apontando as conexões entre as mudanças na esfera religiosa e as transformações na economia - o que Max Weber chama de espírito do capitalismo - haveria uma associação entre trabalho e a possibilidade de salvação espiritual.

6) Como Weber explica a existência de ricos e pobres?
Weber afirma que, para os protestantes, é a partir do sucesso profissional que o indivíduo recebe a indicação da salvação: o sucesso do seu trabalho é o sinal divino de que a pessoa será salva. Com isso "explicaria" a existência de ricos e de pobres, os ricos seriam, então, disciplinados e imbuídos de espírito empreendedor, ao passo que os pobres se deixariam levar pela imprevidência e pela preguiça, motivo pelo qual não teriam prosperado. Assim, Deus abençoaria seus escolhidos por meio do sucesso do seu trabalho.

7) Émile Durkheim argumenta que o trabalho representa uma esfera primordial para a existência da solidariedade em uma comunidade. Explique o que isso significa.
Durkheim argumenta que a intensa Divisão Social do Trabalho se consolida como um dos fatores que possibilitam a existência de coesão social.
O trabalho representa uma esfera primordial para a existência da solidariedade em uma comunidade. Diferentemente do senso comum, que costuma definir tal conceito como sinônimo para ações altruístas, Durkheim desenvolve a ideia que representa todo tipo de elemento ou característica que explica a harmonia entre os indivíduos de uma sociedade.

8) Quais os dois tipos de solidariedade gerada pela especialização da divisão do trabalho?
A solidariedade mecânica é típica das sociedades pré-capitalistas, nas quais a coesão social se constrói a partir da forte identificação dos indivíduos com as tradições e costumes culturais da comunidade, pois a divisão do trabalho pouco influencia nas relações. Nesses casos, a consciência coletiva produz intenso poder de coerção nas ações individuais.
A solidariedade orgânica existe nas sociedades capitalistas, caracterizadas pelo alto grau de divisão do trabalho e maior heterogeneidade cultural. A grande diversidade de funções e trabalhos produzidas nessas sociedades faz com que se fortaleça a interdependência entre seus integrantes.

Fonte: Vários autores. Sociologia em movimento. 1 ed. São Paulo, Moderna, 2013.
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa