14 de outubro de 2020

O comércio brasileiro no contexto internacional

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O Brasil pertence à Organização Mundial do Comércio (OMC) e realiza suas trocas comerciais no comércio multilateral (com países isoladamente), como também se relaciona com blocos econômicos, fazendo ou não parte deles.

Na realização dessas duas formas de comércio, mesmo tendo uma balança comercial com superávit por muitos anos e sendo importante fornecedor de commodities agrícolas e minerais no mercado internacional, as exportações brasileiras representaram pouco mais de 1% das exportações mundiais, segundo dados da OMC.

Em 2015, os principais destinos das exportações brasileiras foram China, Estados Unidos, Argentina, Holanda, Venezuela, Alemanha, Japão, Chile, Índia e Itália. Os países de origem de grande parte das importações eram China, Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Japão e Nigéria.

O comércio exterior brasileiro modificou-se intensamente após a década de 1970, impulsionado pela modernização e pela industrialização do país, que tem exportado cada vez mais produtos industrializados e semimanufaturados, embora nos últimos anos as commodities tenham voltado a se destacar em nossa pauta de exportações.

Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), os principais produtos exportados pelo Brasil em 2014 foram: minério de ferro, complexo soja, óleo bruto de petróleo, complexo carne(frango e bovina), automóveis e máquinas industriais.

Já entre os principais produtos de importação, destacavam-se: combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, elétricos e eletrônicos, automóveis e peças automotivas, produtos químicos, plásticos, farmacêuticos e fertilizantes.

De todos os países membros da OMC, o Brasil foi o 22º que mais exportou no mundo e o 21º que mais importou mercadorias. No que se refere aos serviços comerciais entre as nações, o Brasil ocupou a 31ª posição entre os países exportadores e a 17ª posição entre os importadores de serviços.

Há alguns anos a China é o principal parceiro comercial do Brasil. A segunda maior economia do mundo ocupa este posto desde o ano de 2009.

Situação atual (2019/2020)

O comércio exterior brasileiro encerrou 2019 com números abaixo do potencial do país. Para 2020, cenário é de cautela especialmente para manter o país longe das conturbadas relações entre Estados Unidos, China e Irã.

Em 2019 o Brasil exportou cerca de 224 bilhões de dólares e importou pouco mais de 177 bilhões de dólares. Perfazendo uma corrente de comércio – somatório de importações e exportações – de 401,3 bilhões de dólares.

Pandemia

Devido à pandemia, a OMC prevê que o que o comércio mundial deve cair até 32% neste ano, dependendo da duração da pandemia e da efetividade das políticas adotadas.

Fonte: ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o espaço brasileiro natureza e trabalho. São Paulo: Ática, 2016.
Fonte (Web):
https://www.comexdobrasil.com/levantamento-da-omc-indica-participacao-de-apenas-116-do-brasil-nas-exportacoes-mundiais/https://www.remessaonline.com.br/blog/desafios-para-o-comercio-exterior-brasileiro-em-2020/
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52754077

Mercosul

 

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Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi criado em 1991 pelo Tratado de Assunção, assinado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Nos termos desse tratado, em 1995 instalou-se na região uma zona de livre-comércio. A partir de então, grande parte das mercadorias produzidas nos quatro países passou a ser comercializadas internamente sem a cobrança de tarifas de importação.

O passo seguinte foi a união aduaneira entre os países-membros, que significou a padronização das tarifas externas para muitas mercadorias (TECs). Isso significa que os integrantes do Mercosul importam produtos e serviços de terceiros pagando tarifas iguais.

A partir de 2012, a Venezuela também tornou-se membro efetivo do bloco. Desde dezembro de 2016, a Venezuela encontra-se suspensa de membro do Mercosul por descumprir obrigações com as quais se comprometeu em 2012. Em agosto de 2017 recebeu uma nova punição por "ruptura da ordem democrática".

Classificação dos países que fazem parte do Mercosul
Países-membros: são os países que fundaram o Mercosul ou aqueles que ingressaram após a criação do bloco. São eles: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela (suspensa).
Países associados: países que assinaram tratados de livre comércio com o Mercosul a fim de estimular suas economias e trocas comerciais, mas não possuem as mesmas vantagens que os membros. Nesse grupo, enquadram-se Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.
Países observadores: países autorizados a apenas acompanhar as reuniões. Esses países participam de eventos para ver o andamento das negociações, mas não possuem direito a veto ou de opinar em alguma cláusula. México e Nova Zelândia são esses países.

Imagem: Brasil Escola - mapa de localização dos países do Mercosul

Fonte:
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização. Vol. 2. São Paulo: Editora Ática, 2017.
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil; espaço geográfico e globalização. Vol, 2. São Paulo: Editora Scipione, 2017. 
VIEIRA, Bianca Carvalho et.al. Ser protagonista: geografia. 3 ed. São Paulo: Edições SM, 2016. 
Fonte (Web):
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/paisesmembros-mercosul.htm
https://g1.globo.com/mundo/noticia/mercosul-suspende-direitos-politicos-da-venezuela-por-ruptura-da-ordem-democratica.ghtml
https://www.fazcomex.com.br/blog/mercosul-o-que-e/

12 de outubro de 2020

Comércio Global: mercadorias e serviços


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Na segunda metade do século XX, o comércio internacional apresentou um crescimento significativo. Nesse período, instituições de âmbito global, como Banco Mundial, FMI e Gatt, atuaram no sentido de estruturar as relações financeiras, estimular e estabelecer regras para o comércio mundial. A capacidade de produção continuou a ser ampliada de forma expressiva nos Estados Unidos, no Japão, nos países da Europa Ocidental e naqueles que se industrializaram mais intensamente a partir dos anos 1950/1960 (Brasil, Argentina e México), 1960/1970 (Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong) e 1980/1990 (China). As empresas multinacionais tiveram importante papel nessa ampliação da capacidade de produção.

Atendendo aos interesses das empresas multinacionais, os governos dos países desenvolvidos, em especial os Estados Unidos, passaram a apregoar que a abertura econômica ao capital estrangeiro (produtivo ou especulativo), a redução das barreiras comerciais e as privatizações eram o melhor caminho para superar o endividamento externo e aumentar o crescimento econômico.

Comércio de mercadorias

Em 2014, as transações comerciais movimentavam cerca de 18,5 trilhões de dólares, no caso das exportações, e 18,6 trilhões de dólares, aproximadamente, no caso das importações. Quase a metade desse volume de comércio está concentrada entre os países do G8 e a China.
Os chineses têm ampliado cada vez mais sua participação no comércio internacional. Em 2014, a China era a maior potência comercial do mundo, tendo superado os Estados Unidos. Enquanto os Estados Unidos movimentavam 4 trilhões de dólares em comércio exterior, com 1,6 trilhão de dólares em exportações e 2,4 trilhões de dólares em importações, a China movimentou 4,3 trilhões de dólares, sendo 2,3 trilhões de dólares de exportações e 2 trilhões de dólares em importações, segundos dados da OMC (Organização Mundial do Comércio).

Maiores exportadores do mundo (2018)

 1. China - US$ 2,494 trilhões
 2. Estados Unidos - US$ 1,665 trilhão
 3. Alemanha - US$ 1,556 trilhão
 4. Japão - US$ 738,1 bilhões
 5. Coréia do Sul -  US$ 605,1 bilhões
 6. Holanda - US$ 585,6 bilhões
 7. Hong Kong - 569,1 bilhões
 8. França -  US$ 568,9 bilhões
 9. Itália - US$ 543,4 bilhões
10.Reino Unido - US$ 487 bilhões 


Comércio de serviços

O comércio internacional de serviços perfaz atualmente uma parcela considerável do comércio entre países. Em 2014, correspondia a aproximadamente 9,7 trilhões de dólares, somadas as exportações e as importações. Esse comércio é representado por fretes de transportes, turismo global, serviços de informática, atividades culturais e desportivas, prestação de serviços a empresas (telemarketing, call center, contabilidade, consultoria), atividades auxiliares de intermediação financeira, agências de notícias, entre outros.
O comércio de serviços está concentrado em países desenvolvidos, que abarcam cerca de 60% do total mundial. Os Estados Unidos são os maiores exportadores e importadores mundiais e mantêm superavit nesse setor: em 2014, o saldo positivo foi de aproximadamente 236 bilhões de dólares, concentrando cerca de 14% das exportações mundiais e 9% das importações.

Internamente, os serviços e o comércio têm participação importante na composição do PIB dos países desenvolvidos (cerca de 80% do total das riquezas geradas em um ano nesses países).

As facilidades proporcionadas pela telemática, com os avanços nas tecnologias de comunicação e informação, têm propiciado o deslocamento e a terceirização de diversas tarefas não relacionadas diretamente à produção, como atendimento e suporte ao cliente; serviços contábeis e fiscais e venda por telefone ou internet. Muitas dessas tarefas foram deslocadas e terceirizadas para países emergentes onde a mão de obra e os custos operacionais são mais baratos.

Impactos do COVID-19 no comércio internacional

O comércio internacional será fortemente abalado pela pandemia do novo Coronavírus em 2020. Com as economias mundiais desaquecidas, as limitações de transporte entre países e o aumento nas restrições ao comércio, crescem os obstáculos para que empresas de diferentes lugares comprem e vendam bens entre si, aumentando os impactos no comércio mundial.


Fonte (livro): LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro: MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

Fonte (web): https://www.fazcomex.com.br/blog/maiores-exportadores-do-mundo/
https://www.thomsonreuters.com.br/pt/tax-accounting/comercio-exterior/blog/efeitos-do-coronavirus-comercio-internacional.html
http://www.desenvolvimento.mg.gov.br/assets/projetos/1084/b05cf54720dced23a0e709690e37580e.pdf

O fluxo de informações do Brasil

 
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A globalização gerou o desencadeamento de uma rede de fluxos de informações e serviços que interliga vários pontos do globo entre si. 

As informações podem circular por diversos veículos de comunicação: jornais, revistas, rádio, televisão, etc. Porém, o veículo de difusão de informações e de conhecimento que mais tem crescido é a internet, um dos principais símbolos da atual revolução técnico-científica ou informacional. A internet aumentou as possibilidades de acesso a diferentes serviços, como troca de e-mails, pesquisa em banco de dados, comércio eletrônico e estudo a distância. A internet mudou até mesmo as concepções de tempo e espaço.

O geógrafo britânico David Harvey criou um dos mais importantes conceitos do pensamento geográfico: a compressão espaço-tempo. É uma reflexão sobre a mudança na percepção da relação entre o espaço e o tempo que ocorre em função das transformações tecnológicas no setor de transportes e das comunicações.

A evolução tecnológica favorece o fluxo de informações, pessoas, produtos e a integração do Brasil com outros países e regiões do mundo em uma escala nunca antes atingida, transformando profundamente o espaço nacional.

No início do século XXI, mais de 200 satélites de comunicação estavam funcionando em órbita terrestre, e cada um deles era capaz de transmitir simultaneamente dezenas de milhares de chamadas telefônicas e sinais de diversos canais de televisão. Começaram a ser lançados, então, vários satélites, em órbita baixa, destinados a criar uma rede global de telefonia. Desse aparato tecnológico, oito satélites possuem autorização para operar no Brasil, visando aos serviços de comunicação, como a TV aberta ou por assinatura., ligações telefônicas e banda larga.

Em 2015 o mercado brasileiro era de aproximadamente 180 milhões de acessos de banda larga móvel, o que equivalia a 5,2% do mercado mundial, cujo valor absoluto atingiu 3,459 bilhões de acessos. Isso colocou o Brasil como um dos maiores mercados de telecomunicação móvel de dados em valores absolutos, atrás apenas de EUA, China e Japão. Para a banda larga fixa o Brasil fechou 2015 com aproximadamente 25,48 milhões de acessos o que representa 3,2% dos acessos mundiais.

Outra infraestrutura que integra o território brasileiro aos fluxos de informação digital é a dos cabos submarinos de fibra óptica. Fortaleza, Rio de Janeiro e Santos estão entre as cidades que conectam o Brasil a esse tipo de circuito de tecnologia da compressão digital, tornando possível que o país participe da rede digital que integra os cinco continentes. Com uma extensão de 385 mil quilômetros, mesmo com algumas dificuldades de conexão por diferenças de tecnologia, essa rede forma a infraestrutura da sociedade global da informação.


Fonte: TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.
https://blogdoenem.com.br/comunicacao-no-brasil-geografia-enem/
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa