8 de novembro de 2020

Sistema internacional

 

Imagem: Reprodução

Chamamos de sistema internacional o conjunto de Estados existentes. Os Estados estão organizados em territórios delimitados por fronteiras, onde exercem soberania e não obedecem a nenhuma instância de poder.

No âmbito externo às fronteiras dos Estados, não existe uma entidade soberana que detenha o monopólio do poder mundial, uma única voz que se projete sobre o sistema internacional.

Embora muitos atribuam à Organização das Nações Unidas (ONU) esse papel, a função e os objetivos da ONU são outros, embora a entidade seja muito importante na manutenção da paz mundial. A ONU, em tese, não tem o poder de interferir nos assuntos internos de um Estado. Além disso, um Estado pode optar por não pertencer à ONU.

Uma vez que não há uma entidade soberana que exerça o domínio sobre o poder mundial, torna-se necessário que os Estados busquem a coexistência pacífica. A necessidade de convivência em uma sociedade global deu origem ao termo comunidade internacional. No entanto, nem sempre se alcança êxito na busca da coexistência pacífica por meio do diálogo entre as nações. O conflito de interesses entre elas pode levar a guerras.

No estudo das Relações Internacionais há correntes teóricas que entendem o sistema internacional de forma distinta, entre as quais se destacam duas escolas. A realista entende-o como um campo conflituosos no qual as relações não permitem maiores cooperações entre os Estados, uma vez que estes estão sempre em busca de poder. Nessa perspectiva, todo Estado tem dois objetivos: primeiro, a autodefesa, ou seja, garantir a sobrevivência; segundo, sobrepor-se aos demais Estados. 

Já a escola neoliberal entende o sistema internacional como passível de cooperação entre os Estados, em que o aspecto econômico pode preponderar sobre o político-militar. Ou seja, os neoliberais têm uma perspectiva cooperativa do sistema internacional, ao passo que os realistas o entendem como em permanente conflito.

Esse é o debate central vigente nas relações internacionais: um mundo que flutua entre a paz e a guerra, entre o conflito e a cooperação.

Fonte: SILVA, Adão Cândido da; JÚNIOR, Laercio Furquim. Geografia em rede. São Paulo: FTD, 2016.

ROTEIRO DE ESTUDO - Revisando

1. Por que dizemos que o tema "internacional" é hoje mais presente na vida das pessoas?

2. Como a Geografia pode contribuir para uma melhor compreensão do espaço mundial?

3. Você entende que há uma voz soberana no sistema internacional que detenha o monopólio da autoridade? Justifique.

4. Uma das escolas expoentes de interpretação das Relações Internacionais é o realismo. O que diz o realismo sobre o sistema internacional?

5. No estudo das Relações Internacionais, outra corrente teórica que analisa o sistema internacional é o neoliberalismo. O que defende a prerrogativa neoliberal para o sistema internacional?

Estado-nação

"Um Estado-nação é uma área histórica que pode ser identificada como possuidora de uma política legitimada, que pelos próprios meios, constitui um governo soberano. Enquanto um estado pode ser definido como uma entidade política e geopolítica, já nação é uma unidade étnica e cultural. O termo "estado-nação" implica uma situação onde os dois são coincidentes (...)".

Quando uma nação é organizada politicamente e exerce soberania sobre um território, é um Estado-nação. Um Estado-nação é resultado de uma série de processos históricos através dos quais uma sociedade estabelece uma organização política e uma organização jurídica. A organização política implica a criação de um governo que tenha poder sobre toda a sociedade e que administre o Estado. A organização jurídica é o conjunto de normas que permitem que o Estado seja administrado.

Um Estado-nação é formado por cidadãos que se consideram parte de uma mesma nação. Sob essa ótica, todas as sociedades modernas são Estados-nações, uma vez que estão organizadas sob o comando de um governo instituído que controla e impõe suas políticas.
Imagem: Reprodução


Fonte: ALMEIDA, Lúcia Marina; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o espaço geográfico globalizado. São Paulo: Ática, 2017. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado-nação
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/conceito-estado-nacao.htm

7 de novembro de 2020

Fronteiras

O mapa-múndi mostra os vários países do mundo. As linhas que delimitam esses países são as fronteiras. Elas dão aos países a forma representada nos mapas, podendo ser naturais (uma cordilheira ou um rio, por exemplo) ou artificiais (uma construção humana).

As fronteiras definem a extensão geográfica da soberania do Estado. No espaço que delimitam, ou seja, no território nacional, o poder do Estado é soberano. É ele que estabelece as divisões internas, realiza os censos, organiza as informações sobre a população e as atividades econômicas e formula estratégias de desenvolvimento ou de proteção desse território.

Embora as fronteiras pareçam elementos fixos, a realidade da divisão política demonstra o contrário. Por serem estáticos, os mapas passam essa falsa impressão de fixidez, mas basta nos lembrarmos das guerras para contradizê-la.

Em geral, após o término dos conflitos, as partes que estavam em guerra negociam um acordo de paz. Muitas vezes, impõe-se ao perdedor alguma sanção relativa a seu território, que pode ser subdividido ou até perdido em benefício das partes vencedoras. O território do antigo Império Austro-Húngaro, por exemplo, foi desmembrado após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) em três Estados independentes: a Áustria, a Tchecoslováquia e a Hungria.

A questão das fronteiras é muito complexa e não se restringe à linha que demarca os territórios. Em regiões de fronteira, é comum as línguas, os costumes, e até as moedas se misturarem. Diversos estados brasileiros apresentam essas regiões fronteiriças em que a linha divisória dos países permite o fluxo diário de pessoas, mercadorias e dinheiro de um lado para o outro.

Imagem: Tríplice fronteira: Brasil, Argentina e Paraguai
(Reprodução)
Fonte:
BALDRAIA, André; SAMPAIO, Fernando dos Santos; SUCENA, Ivone Silveira. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.

Sociedades sedentárias

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"Na antropologia evolucionária, sedentarização é um termo aplicado à transição cultural da colonização nômade para a permanente. Na transição para o sedentarismo, as populações seminômades possuíam um acampamento fixo para a parte sedentária do ano. O sedentarismo se tornou possível com novas técnicas agrícolas e pecuárias. O desenvolvimento do sedentarismo aumentou a agregação populacional e levou à formação de vilas, cidades e outras formas de comunidades".

A transição do Paleolítico para o Neolítico poderia ter sido muito mais complexa do que uma simples mudança no padrão das ferramentas de pedra.

A agricultura foi um dos mais importantes avanços na história da humanidade, embora não se possa afirmar com precisão afirmar com precisão quando e onde os homens começaram a cultivar plantas.

"A transição da caça nômade para a agricultura sedentária foi uma das alterações comportamentais mais importantes desde o aparecimento dos seres humanos na África há cerca de 200.000 anos atrás. Essa transição levou a mudanças profundas nas sociedades, incluindo uma maior densidade de população, novas doenças, desigualdade social, vida urbana e, em última análise, o surgimento de civilizações antigas".

A domesticação dos animais foi outro significativo avanço da humanidade que chegou depois da agricultura, onde caprinos, bovinos, suínos e alguns tipos de aves foram sendo domesticadas assegurando um abastecimento de carne, leite e ovos.

A Revolução Neolítica também foi marcada pelo desenvolvimento de outros tipos de tecnologia, como a cerâmica e a tecelagem. O desenvolvimento da cerâmica foi a solução encontrada para suprir as necessidades de cozinhar e armazenas alimentos, atividades que foram se tornando comuns ao longo da vida sedentária. A cerâmica, que era produzida a partir do aquecimento da argila moldada, resistia ao calor do fogo e podia conter líquidos e outros objetos. Já o desenvolvimento da tecelagem acontece à medida que os seres humanos vão se estabelecendo em moradias fixas e ficando cada vez mais ligados às atividades agropastoris. O vestuário passa a ser feito com o algodão das plantações.

Conforme as atividades agropastoris se tornavam consolidadas, as sociedades neolíticas passaram a ficar cada vez mais tempo em um único território e as aldeias agrícolas e pastoris foram surgindo. A população se tornava maior, principalmente por causa da maior oferta de alimentos. A vida social foi se tornando mais complexa, com as pessoas se especializando em determinados ofícios, como plantar, fazer cerâmica, confeccionar roupas, etc. Quem plantava o milho poderia trocar por cerâmica ou roupas, por exemplo. Todas estas mudanças levaram ao desenvolvimento de aldeias e pequenas cidades, dando origem a um governo estabelecido em um determinado território.

Os primeiros núcleos populacionais que praticaram este tipo de atividade, provavelmente estavam localizados nas regiões que compreendem a Mesopotâmia, o Egito e a área habitada pelos Hebreus, que atualmente, corresponde ao Oriente Médio há cerca de 8000 a.C. A partir desses primeiros núcleos surgiram as primeiras civilizações.

Fonte:
https://www.webartigos.com/artigos/da-pre-historia-as-primeiras-sociedades/28483/
https://www.agrozapp.pt/artigos/Estudos/onde-e-como-se-originou-a-agricultura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sedentarização

BNCC
- Identificar os processos de formação das culturas e dos povos, relacionando-os com o espaço geográfico ocupado. (EF05H101)
- Identificar, contextualizar e criticar as tipologias evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras) e as oposições dicotômicas (cidade/ campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.), explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.(EM13CHS105)
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa