21 de dezembro de 2020

Classificação do relevo brasileiro

Apresentamos aqui o trabalho feito por três importantes geógrafos brasileiros que realizaram pesquisas para classificar o relevo do Brasil, cada um deles utilizando  recursos técnicos que estavam à disposição na época.  A primeira classificação foi proposta pelo geógrafo e professor Aroldo de Azevedo, em 1940. Em 1960, foi proposta a segunda classificação, reelaborada pelo também geógrafo e professor Aziz Ab'Saber. Em 1989 foi a vez de Jurandyr Ross, outro geógrafo e professor, propor uma nova classificação do relevo brasileiro.

Com o desenvolvimento e utilização de modernas técnicas de sensoriamento remoto e de imagem de satélites foi possível ter uma visão mais detalhada do território brasileiro e de sua geologia e ¹hipsometria.

Classificação de Aroldo de Azevedo
Imagem: Reprodução

A primeira classificação foi elaborada, na década de 1940, pelo professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) Aroldo de Azevedo (1910-1974).

Nessa classificação Aroldo de Azevedo emprega termos geomorfológicos para denominar as divisões gerais (planaltos e planícies), e critérios geológicos para classificar as subdivisões, que foram definidas em uma segunda etapa do trabalho. Ele usou o critério de altimetria, estabelecendo o limite de 200 metros para diferenciar planaltos de planícies.

Na classificação de Aroldo de Azevedo, o território brasileiro foi dividido em oito unidades de relevo.

Classificação de Aziz Ab'Saber
Imagem: Reprodução

Em 1960, o também professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) Aziz Ab'Saber (1924-2012), usando o critério morfoclimático, que explica as formas de relevo pela ação do clima, ampliou a classificação de Aroldo de Azevedo, acrescentando novas unidades ao relevo brasileiro. Em sua classificação, o Brasil apresenta dez unidades de relevo.

Ab'Saber baseou-se nos processos de sedimentação e erosão para diferenciar planalto de planície, sem mencionar o nível altimétrico de Aroldo de Azevedo. Segundo Aziz Ab'Saber, todas as superfícies onde predominam os agentes de erosão são considerados planaltos, e as superfícies onde a deposição de sedimentos é maior que a erosão são classificadas como planícies.

Classificação de Jurandyr Ross
Imagem: Reprodução

Em 1989, outro professor do Departamento de Geografia da USP, Jurandyr Ross, com base nos estudos de Aziz Ab'Saber, propôs uma nova divisão do relevo brasileiro, mais detalhada graças às modernas técnicas cartográficas, como sensoriamento remoto e imagens de satélites, obtidas em 1970 e 1985 pelo Projeto Radambrasil, que garantiu um levantamento preciso das características geológicas, geomorfológicas, hidrográficas, de solo e de vegetação, além de possibilitar um mapeamento completo e minucioso do país. Por meio dele, foi possível chegar a uma classificação das formas de relevo mais próximas da realidade.

Na nova classificação são consideradas três principais formas de relevo: planaltos, planícies e depressões. Planaltos estão presentes na maior parte do Brasil e são consideradas formas residuais, isto é, constituídas por rochas que resistiram à erosão. Planícies são áreas planas onde predomina a deposição de sedimentos recentes, com origem no período Quaternário. Depressões são áreas rebaixadas, formadas principalmente na Era Cenozoica, por processos erosivos nas bordas das bacias sedimentares.

1. Hipsometria: representação das altitudes no mapa.

Fonte: ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o espaço brasileiro natureza e trabalho. São Paulo: Ática, 2017

20 de dezembro de 2020

Abalos sísmicos

Os abalos sísmicos ou terremotos são causados pela ruptura das rochas, provocadas por acomodações geológicas de camadas internas da crosta terrestre, ou pela movimentação de placas tectônicas, que produzem ondas vibratórias que se espalham em várias direções, dando origem aos sismos. O ponto onde o terremoto se origina recebe o nome de centro ou foco. E o ponto da superfície terrestre situado diretamente acima do centro é o chamado epicentro, onde o terremoto é sentido com maior intensidade.

Imagem: Reprodução

O sismógrafo é o instrumento usado para captar a energia liberada durante um terremoto ou sismo e sua intensidade é medida pela Escala Richter. Quanto maior a quantidade de energia liberada, maior a intensidade do terremoto, correspondendo a números maiores na escala. Diariamente ocorrem centenas de terremotos em várias partes do mundo, sendo grande parte de baixa intensidade, imperceptíveis aos seres humanos.

Imagem: Sismógrafo (reprodução)

Escala Richter

Imagem: Reprodução

De modo geral, as consequências de um terremoto são mais graves quando atingem países mais pobres. Alguns fatores, como falta de recursos, má distribuição de renda, governos corruptos e indicadores sociais baixos resultam em ausência ou ineficácia  de infraestrutura  para a prevenção desses tremores, baixa assistência às vítimas, trabalhos de reconstrução demorados. A destruição provocada pelos terremotos agrava a situação de pobreza desses países, como é o caso do Haiti,  que em janeiro de 2010 foi atingido por um terremoto de magnitude 7, que devastou o país e matou cerca de 300.000 pessoas. Confira na imagem abaixo a destruição.
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Terremoto e maremoto (tsunami) no Japão - março de 2011

Fonte:
ALMEIDA, Lúcia Marina; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado.. São Paulo: Ática, 2017. 
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.
TERREMOTO que matou 300 mil no Haiti faz 10 anos. Agência Brasil. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-01/terremoto-que-matou-300-mil-no-haiti-faz-10-anos

Vulcanismo

Vulcanismo são os "fatos e fenômenos geográficos relacionados com as atividades vulcânicas, em que o magma do interior da Terra chega à superfície. A manifestação típica do vulcanismo é o cone vulcânico e o amontoado de pó, cinzas e lavas formado pelas erupções", de acordo com Almeida e Rigolin, (2017, p.93).

O termo vulcanismo é utilizado para indicar uma série de fenômenos e elementos vulcânicos. São classificados em vulcanismo primário e vulcanismo secundário. O primeiro se refere ao evento vulcânico principal, associado aos vulcões. Já o segundo se refere a outras manifestações vulcânicas, tais como gêiseres, nascentes termais e outros.

Imagem: Reprodução
O vulcanismo é um processo resultante das características de pressão e temperatura do subsolo. Diretamente abaixo da crosta está localizado o manto, camada da estrutura da Terra ainda quente, devido à formação do planeta há aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Quando as pedras do manto se derretem, se transformam em magma, que, por sua vez, alcança a superfície terrestre e libera os gases contidos. Os vulcões entram em erupção quando a pressão é muito forte, fazendo com que as rochas rachem e o magma escape pela superfície. As erupções são frequentes quando a quantidade de magma que sai da terra é relativamente constante; mas, em alguns vulcões, o magma sobe em um intervalo de 100 ou até 1000 anos. (SILVA)
Grande parte dos vulcões localiza-se próximo dos limites das placas tectônicas. São os vulcões de limite de placas. Entretanto, alguns vulcões localizam-se no interior de uma placa tectônica, sendo chamados de vulcões intraplacas, que alinham-se no "encontro" das placas tectônicas, em uma área chamada de Círculo de Fogo. Veja no mapa abaixo.
Imagem: Reprodução
Para finalizar, apesar de seu poder destrutivo, as atividades vulcânicas propiciam benefícios à população que reside nas áreas próximas a vulcões. Os solos originados de materiais vulcânicos contêm nutrientes minerais que os tornam muito férteis. A energia térmica do vulcanismo também está sendo muito útil nas regiões mais frias da Terra, como a Islândia, onde grande parte das residências é aquecida por água quente, encanada a partir de fontes quentes.

Fatos sobre vulcões

Fonte:
ALMEIDA, Lúcia Marina; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado.. São Paulo: Ática, 2017.
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006.
SILVA, Débora. Vulcanismo. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/vulcanismo.
VULCANISMO e vulcões. Secretaria da Educação do Paraná. Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=282

Círculo de fogo

 Círculo do fogo ou anel de fogo do Pacífico é uma área de instabilidade geológica e de intensa atividade sísmica. Isso se deve ao fato de ser área de contato ou de limite entre placas tectônicas. Tem mais de 40 mil quilômetros. É responsável por cerca de 90% dos terremotos e por 50% dos vulcões da Terra. 

O fato importante que devemos considerar, é que essa é uma das áreas mais densamente povoadas do planeta. Portanto, milhões de pessoas estão sujeitas aos terremotos e maremotos (tsunamis) que acontecem ali. O Japão, por exemplo, passou por um terremoto seguido por tsunami em 2011, que trouxe devastação e mortes ao país. 

Imagem: Reprodução

Fonte:
ALMEIDA, Lúcia Marina; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado.. São Paulo: Ática, 2017.
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006. 
PENA, Rodolfo F, Alves. "Círculo de Fogo do Pacífico"; Mundo Educação. Disponível em: 
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/circulo-fogo-pacifico.htm
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa