A saída da população das zonas rurais para as zonas urbanas, chamada de êxodo rural, é o principal movimento populacional interno brasileiro.
As difíceis condições dos moradores das áreas rurais, como a concentração de terras, superexploração da mão de obra, poucas oportunidades de trabalho para os jovens, secas prolongadas, baixos salários, mecanização de algumas lavouras e, principalmente, a industrialização que se acentuou após a Segunda Guerra Mundial, são as principais causas do intenso êxodo rural brasileiro. A ilusão de melhores condições de vida na cidade, como bons empregos nas indústrias e nos serviços, salários mais altos, maior acesso à assistência médica e educação, também foi um atrativo que provocou a mudança de populações do campo para a cidade.
O êxodo rural, a partir das décadas de 1950 e 1960, deu início ao intenso processo de urbanização, que se caracterizou pelo grande crescimento da população urbana e a diminuição proporcional da população rural. Outra consequência desse movimento migratório foi o surgimento, nos grandes centros urbanos, de uma vasta massa de excluídos que passou a habitar as periferias das grandes cidades, em bairros desprovidos de infraestrutura, de transportes e de saneamento básico, muitas vezes formando favelas. Houve também os casos dos migrantes que ficaram em pior situação e, sem alternativa, tiveram que viver nas ruas.
Fonte: ALMEIDA, Lúcia Marina; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o espaço geográfico globalizado. São Paulo: Ática, 2017.