6 de novembro de 2020

Território

Imagem: Reprodução

O conceito de território é um dos conceitos-chave da Geografia. O território faz parte da esfera da política, já que é sempre expressão de uma relação de poder que delimita determinadas porções do espaço. A origem desse conceito pode ser encontrada na obra do geógrafo alemão Friedrich Ratzel, considerado o fundador da Geografia Política. Para Ratzel, o território delimitado por fronteiras políticas, ou seja, o Estado, deveria ser o principal objeto de estudo da Geografia, já que a construção de um território estatal era vista por ele como a mais importante conquista cultural da humanidade.

Uma determinada área, em qualquer ponto do espaço geográfico, pode ser definida por seu tipo de governo, sua cultura, seu sistema econômico e outros agentes que influenciam a sua organização e a individualizam nesse espaço. Essa área, delimitada no espaço geográfico, pode ser considerada um território. No entanto, por ser fruto do trabalho de uma sociedade no decorrer de sua história, um território apresenta grande complexidade econômica e cultural. A noção de poder, domínio ou influência de vários atores (políticos, econômicos e sociais) e a forma como eles moldaram a organização desse território no espaço geográfico expressam uma determinada territorialidade. Por esse motivo, não só os Estados exercem a territorialidade. Outros atores, como as metrópoles mundiais, os organismos econômicos mundiais (FMI, Bird), grandes empresas transnacionais e até mesmo organizações criminosas exercem a territorialidade, ou domínio, em várias frações ou porções do espaço geográfico.

O território é uma dimensão analítica da Geografia Política indissociavelmente ligada à ideia de poder. Na Geografia, não se concebe o território meramente como uma extensão de terras, algo puramente físico, mas também o uso humano e político que dele se faz.

O território nacional é a área apropriada, controlada e administrada por um Estado, na qual este exerce sua soberania e à qual se limita o exercício da lei. A soberania consiste na liberdade de um Estado exercer poder político sobre seu território, sem intervenção de outros países ou grupos. As leis são aplicadas aos indivíduos que se encontram nos limites territoriais de cada Estado.

Portanto, quando falamos em “território brasileiro” estamos falando de seu espaço delimitado correspondente, delimitação essa exercida por meio de um domínio que é reconhecido internacionalmente. Podemos entender que o Brasil é soberano sobre o seu território, exercendo sobre ele a sua vontade.

Fonte:
ALMEIDA, Lúcia Marina; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado. São Paulo: Ática, 2017.
BALDRAIA, André; SAMPAIO, Fernando dos Santos; SUCENA, Ivone Silveira. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.
SILVA, Edilson Adão Cândido da; JÚNIOR, Laercio Furquim. Geografia em rede. São Paulo: FTD, 2016.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.

5 de novembro de 2020

Espaço geográfico

Rio Grande (RS) - Imagem Reprodução
A Geografia é uma ciência social. Estudar Geografia é analisar a paisagem e pensar a respeito do espaço produzido pela sociedade. Para fazer isso, é preciso empregar algumas ferramentas que nos auxiliam a organizar pensamento. Na linguagem da ciência, essas ferramentas se chamam conceitos.

O conceito de espaço geográfico é central para a produção de um saber geográfico que seja capaz de explicar a sociedade. Ele é o fio condutor que integra os diversos temas estudados pela Geografia.

Entre as definições possíveis desse conceito complexo e abrangente, podemos considerar espaço geográfico a combinação entre elementos naturais (fixos) e as pessoas, mercadorias, finanças e informações (fluxos).

O espaço geográfico é, portanto, o conjunto de elementos materiais (naturais e construídos) em movimento permanente. A ação da sociedade sobre ele o modifica e organiza de acordo com as necessidades e características econômicas, políticas e culturais existentes e em seu processo de evolução histórica.

A análise dos elementos materiais  permite entender  como os grupos sociais operam na paisagem, desenvolvem relações de trabalho e interagem entre si, com outros grupos e com o ambiente. A Geografia dedica-se ao estudo dessas relações e de seu papel na construção e transformação do espaço.

Segundo o geógrafo Jacques Levy (1935-2004), a distância é o elemento central do espaço geográfico. A distância aqui mencionada não é a física (aquela medida por algum instrumento), mas sim uma dimensão ampliada, em que ocorrem as relações estabelecidas entre os grupos sociais. Dependendo da maior ou menor capacidade desses grupos sociais em percorrer ou diminuir as distâncias entre seus indivíduos e outras coletividades, mais ou menos complexas vão ser as interações entre esses grupos. Daí a grande importância dos meios de comunicação modernos e atualizados.

Para Milton Santos (1926-2001), o espaço geográfico é um conjunto de sistemas de objetos e ações, isto é, os itens e elementos artificiais e as ações humanas que manejam tais instrumentos no sentido de construir e transformar o meio, seja ele natural ou social.

O conhecimento da organização do espaço geográfico é fundamental para a compreensão do mundo de hoje, pois suas várias etapas e transformações explicam os atuais sistemas econômicos, sociais e culturais.

O conceito de espaço geográfico envolve não somente a combinação de objetos sociais e de objetos naturais, mas as ações humanas decorrentes da organização do trabalho, das relações familiares e cotidianas, da produção e do consumo. Isso significa que a sociedade produz o espaço no qual vive, estuda, trabalha e se diverte, mas é também, em certa medida, fortemente influenciada pelas características desse espaço.

Um edifício, por exemplo, é apenas um objeto material, mas adquire um conteúdo social completamente diferente quando usado por uma escola ou por uma fábrica. Da mesma maneira, quando uma construção onde funcionava um cinema passa a ser utilizada como um templo religioso, a paisagem pouco se modifica, mas o sentido e o conteúdo social desse componente do espaço se transformam completamente.

Fonte: 
ALMEIDA, Lúcia Marina; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o espaço geográfico globalizado. São Paulo: Ática, 2017.
LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2017.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/espaco-geografico.htm

Densidade demográfica


Imagem: CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=670091

Densidade demográfica ou densidade populacional corresponde à distribuição da população em uma determinado território. Também chamado de população relativa, esse índice demográfico representa uma média entre a área de um determinado lugar e o total de habitantes que nela se encontram.

O resultado obtido por meio do cálculo da densidade demográfica permite analisar a população de um determinado lugar, a sua distribuição e quais são os fatores que influenciam os níveis de concentração de indivíduos nas regiões avaliadas. Esse índice é expresso em habitantes por quilômetro quadrado (hab/km²).

Para fazer o cálculo da densidade demográfica de uma determinada região precisamos ter dois dados: a população absoluta (o número total de habitantes do local) e a área ocupada por esse mesmo contingente populacional.

Segundo estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui uma população de 211 755 692 habitantes (2020) em uma área de 8 515 767,049 km², resultando em uma densidade demográfica de 24,9 habitantes por quilômetro quadrado.
Fonte: IBGE
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Densidade_populacional
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/densidade-demografica.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/densidade-demografica.htm


4 de novembro de 2020

Megacidades

 

Imagem de xegxef por Pixabay - Tóquio (Japão)

Algumas cidades atingiram dimensões gigantescas, abrigando uma população superior à de alguns países e criando um novo fenômeno urbano: as megacidades. Segundo a ONU, trata-se de aglomerações com mais de 10 milhões de habitantes, a maior parte situada em países emergentes e em desenvolvimento.

A proliferação de megacidades é um dos resultados mais espetaculares do processo acelerado de urbanização em curso. Em 1990, havia no mundo 10 megacidades, que juntas abrigavam 153 milhões de pessoas. Em 2014, o número de megacidades passou para 28, com 453 milhões de habitantes, o que representava 12% da população urbana global. De acordo com as projeções realizadas pela ONU, em 2030, serão 41 megacidades, abrigando cerca de 9% da população mundial.

As megacidades reúnem migrantes de diversas procedências e muitos deles formam grupos formados por diversas etnias. Dessa forma, além de serem centros de economia dinâmica e crescimento, as megacidades são territórios de grande diversidade cultural. Por outro lado, elas também são pontos de concentração de desigualdades sociais e de degradação ambiental.

Como se trata de um fenômeno relativamente novo, o crescimento das megacidades, principalmente nos países em desenvolvimento, exige formas de gestão igualmente inovadoras, que possam garantir infraestrutura, habitação e inclusão social para um número cada vez maior de pessoas. A experiência dos países desenvolvidos e suas megacidades mostra que não há um limite de tamanho a partir do qual é impossível administrar os problemas gerados por essas aglomerações. Pelo contrário, no mundo inteiro, as grandes cidades são os principais redutos de geração de riqueza.

A maior aglomeração urbana do mundo é Tóquio (Japão), com 38,5 milhões de habitantes, seguido de Jacarta (Indonésia), com 34,3 milhões, Deli (Índia), com 28,1 milhões, Manila (Filipinas) com 25 milhões e Seul (Coreia do Sul), com 24,3 milhões de habitantes.

Fonte:
LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2017.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.
https://www.maioresemelhores.com/maiores-cidades-do-mundo/
https://querobolsa.com.br/enem/geografia/megacidades

"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa