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2 de novembro de 2020

Favela

Imagem: NakNakNak por Pixabay - Rio de Janeiro
Segundo o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN - Habitat), quase um bilhão de pessoas no mundo vive em favelas.

Não há um conceito único único para favela; a publicação Sluns of the Wold da UN-Habitat apresenta descrições e definições para trinta cidades espalhadas pelo mundo. A agência da ONU reconhece que o termo inglês "slum" é utilizado para definir uma grande diversidade de assentamentos urbanos espalhados por vários países. De acordo com a UN-Habitat, uma ou mais das seguintes características define favela: condições inseguras de habitação, acesso inadequado a saneamento básico (não há água tratada nem coleta de esgoto e lixo), baixa qualidade estrutural das construções e moradias apertadas e superlotadas. Outra característica da favela é que, em geral, se trata de uma ocupação irregular, isto é, as pessoas ocupam terrenos dos quais não possuem título de propriedade. 

1 de novembro de 2020

Urbanização brasileira

 De modo geral, o processo de urbanização no Brasil apresenta características próprias do padrão de urbanização dos países em desenvolvimento. Veja algumas delas:

  • foi marcado pela formação de algumas cidades, que concentram parcela significativa das riquezas e também da população, responsável por um processo de metropolização;
  • ocorreu com expressivo crescimento de atividades terciárias, incluindo as do setor formal e do setor informal da economia;
  • se deu em ritmo acelerado, principalmente entre as décadas de 1950 e 1990, e sem planejamento adequado;
  • apresenta padrão periférico de crescimento, com a formação de amplas manchas urbanas e a população de baixa renda sendo empurrada para áreas distantes do centro.
Imagem aérea da Represa Billings, rodeada por construções, no bairro do Grajaú.
A ocupação das margens da represa coloca em evidência um problema social (moradia) e um ambiental (ocupação das áreas de mananciais)

A urbanização brasileira intensificou-se a partir dos anos 1940/1950. Decorreu do êxodo rural e do desenvolvimento industrial, que impulsionou grandes deslocamentos populacionais para as cidades e dinamizou as atividades comerciais e de serviços nesses espaços. No entanto, a urbanização foi mais intensa que a industrialização: não gerou os empregos necessários para receber o grande número de migrantes que deixaram o espaço rural rumo às cidades.

Entre o final dos anos 1960 e o final da década de 2000, mais de 40 milhões de brasileiros deixaram o campo e se dirigiram para as cidades.

O setor terciário da economia foi responsável por grande parte dos empregos gerados nas cidades e pelo expressivo aumento do trabalho informal, responsável pela absorção de parcela significativa da população.

A urbanização brasileira teve um caráter concentrador e excludente, com boa parte da sociedade ficando à parte de seus benefícios, o que se observa principalmente na paisagem das grandes cidades. A velocidade com que se processou a urbanização no país criou dificuldades para o poder público suprir o espaço das cidades, especialmente das maiores, com infraestrutura e serviços sociais necessários ao bem-estar da população. Isso foi agravado em razão das políticas de planejamento urbano estarem voltadas, prioritariamente, para as classes média e alta, resultando em uma estrutura social fragmentada e segregada espacialmente, com a expansão das periferias urbanas, sobretudo, nos grandes centros urbanos.

Fonte: LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2017.


"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa