14 de novembro de 2020

Paisagem

Imagem de Poswiecie por Pixabay
A Geografia é uma ciência social, ou seja, é dedicada ao estudo da sociedade. Estudar Geografia é analisar a paisagem e pensar a respeito do espaço produzido pela sociedade. Para fazer isso, é preciso empregar algumas ferramentas que nos auxiliam a organizar o pensamento. Na linguagem da ciência, essas ferramentas são os conceitos.

O conceito de paisagem relaciona-se ao conjunto de objetos sociais construídos em diversos momentos históricos (como estradas, pontes, fábricas e edifícios) e de objetos naturais (como rios, montanhas e oceanos, muitas vezes já transformados pelos homens), que podemos captar por meio dos nossos sentidos, principalmente a visão, mas também a audição, o tato e o olfato. Quantas vezes nos lembramos de alguém, de algum lugar ou acontecimento ao sentirmos um aroma ou ouvirmos uma música? Que sensações nos trazem o perfume das flores, cenas de filme, o barulho das ondas na praia ou batendo contra as rochas, por exemplo?

Na vida cotidiana utilizamos nossa capacidade de observar e perceber as paisagens, ampliando nosso conhecimento da realidade que nos cerca. É por isso que as paisagens revelam a maneira como percebemos o mundo e expressam a intervenção das sociedades sobre a superfície terrestre.

(...) A paisagem, assim como o espaço, altera-se continuamente para poder acompanhar as transformações da sociedade. A forma é alterada, renovada, suprimida, para dar lugar a uma outra forma que atenda às necessidades novas da estrutura social. 'A história é um processo sem fim, mas os objetos mudam e dão uma geografia diferente a cada momento da história', dizia Kant, o filósofo e geógrafo.

                                                  SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem.


Fonte: TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.
SILVEIRA, Emerson Lizandro Dias. Paisagem: um conceito-chave na geografia. Disponível em http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Teoriaymetodo/Conceptuales/23.pdf

13 de novembro de 2020

A Geografia no século XX

Imagem: https://www.wikiwand.com/fr/Paul_Vidal_de_La_Blache

No século XX, vários geógrafos realizaram novos trabalhos. A chamada Escola Francesa assumiu papel importante nessa tarefa. Entre seus representantes estão: Paul Vidal de La Blache (1845-1918), Jean Brunhes (1869-1930), Emmanuel de Martonne (1873-1955), Pierre Deffontaines (1894-1978), André Cholley (1866-1968) e outros.

Jean Brunhes acrescentou mais dois princípios ao método de estudo geográfico - o Princípio da Atividade ou da Evolução e o Princípio da Conexão ou Coexistência ou ainda da Interação.

Princípio da Atividade ou da Evolução. Todo fato geográfico se modifica através do tempo. Por isso, devemos estudar os fatos atuais e procurar as suas ligações ao longo do tempo: o que foi, o que é, possivelmente o que será, procurando, portanto, as suas fases evolutivas.

Princípio da Conexão ou Coexistência ou ainda da Interação. Estabelece que os fatos geográficos, físicos ou humanos, nunca aparecem isolados e estão sempre interligados por elos de relacionamentos. As relações existentes devem ser identificadas e analisadas.

A importância da geografia humana no século XX

A Geografia na Idade Contemporânea

 

Imagem: Reprodução (Humboldt e Ritter)

A partir do conhecimento descritivo do mundo conhecido, dois cientistas alemães - Carl Ritter (1779-1859) e Alexander von Humboldt (1769-1859) - passaram a procurar explicações para o que já se conhecia como paisagem descritiva, tentando explicar a relação entre natureza e vida humana. Com seus ensinamentos a geografia se firmou como ciência.

Ritter procurou explicar as relações existentes entre o meio físico e a vida humana, dando maior ênfase à geografia humana. Determinou, assim, o papel da geografia entre as demais ciências. Humboldt procurou integrar outra vez as distintas disciplinas que estudam o meio natural. Esses dois cientistas também procuraram explicar as causas dos fenômenos naturais e sociais, suas diferenças e semelhanças.

Humboldt e Ritter estabeleceram dois princípios que fizeram da geografia uma ciência original. Mais tarde, o geógrafo francês Emmanuel De Martonne (1873-1955) chamou esses princípios de Princípio da causalidade e Princípio da geografia geral ou da analogia.

Princípio da causalidade procura explicar as causas que produzem um fato ou fenômeno geográfico.

Princípio da geografia geral ou da analogia procura comparar fenômenos e fatos similares que ocorrem em lugares diferentes da superfície da Terra. Esse princípio se baseia na suposição de que um mesmo fenômeno pode se apresentar em outro lugar da Terra se houver condições naturais análogas.

12 de novembro de 2020

A Geografia na Idade Moderna

Com o passar do tempo, o mundo conhecido foi-se expandindo e os conhecimentos geográfico se tornaram mais amplos. Dois acontecimentos marcaram a geografia na Idade Moderna

  • o Renascimento (séculos XIII a XVIII); 
  • e as Grandes Navegações e Descobrimentos (séculos XV e XVI). 

Com o Renascimento, houve a procura de uma explicação científica para fenômenos da natureza. Com as Grandes Navegações, ampliaram-se os horizontes geográficos e foi descoberto o Novo Mundo, o continente americano. Também foram realizadas as viagens de Vasco da Gama para a Índia (1498), através da costa africana, e de Fernão de Magalhães, que deu a volta ao mundo, na chamada viagem de circum-navegação (1519).

Imagem: Reprodução

"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa