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9 de dezembro de 2020

Transgênicos

Na metade da década de 1990, um ramo da biotecnologia - a pesquisa genômica - passou a lidar com um novo campo que gerou e continua gerando muita controvérsia: a produção de organismos geneticamente modificados (OGMs), mais conhecidos como transgênicos. No caso das plantas, estas podem se tornar resistentes à ação de pragas ou de herbicidas. Outras modificações genéticas mais antigas, como melhoramento de sementes ou o aumento na proporção de nutrientes dos alimentos foram menos criticadas.

Essa nova tecnologia apresenta vários aspectos positivos e negativos, o que tem gerado muita polêmica. Entre os positivos destacam-se a elevação nos índices de produtividade, a redução do uso de agrotóxico e a consequente redução dos custos de produção e das agressões ambientais, além da criação de plantas resistentes a vírus, fungos e insetos, bem como de variedades resistentes a secas e solos ácidos. Quanto aos aspectos negativos, aponta-se a falta de conclusões confiáveis sobre os eventuais impactos ambientais do seu cultivo em grande escala, além dos possíveis efeitos danosos à saúde humana. Outro aspecto duramente criticado é o monopólio de empresas no controle das sementes.

No Brasil, a regulamentação e fiscalização do uso de alimentos transgênicos ficou a cargo da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

A Lei de Biossegurança (Lei 1105, de 24 de março de 2005) obriga a explicitação no rótulo na embalagem de alimentos que contenham produtos transgênicos para que os consumidores tenham opção de escolha na compra. O símbolo adotado é um triângulo amarelo, com a letra T dentro (e em preto sobre fundo branco, quando a embalagem não for colorida). Ele deve constar no painel principal da embalagem, para assegurar a sua visibilidade pelo consumidor.

Em 2017, aprovou o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 34/2015 que reduzia exigências para a identificação de alimentos transgênicos. Segundo esse Projeto de Lei, a proposta desobrigava a indústria de informar a existência de organismos geneticamente modificados no rótulo dos produtos, caso a concentração fosse inferior a 1%. Os fabricantes só deveriam informar caso a concentração fosse maior, mas sem a letra "T".

Em novembro de 2019, a Comissão do Senado rejeitou o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 34/2015, que prevê o fim da rotulagem com o conhecido "T". Entretanto, o projeto pode ser votado no plenário a qualquer momento.

Imagem: Reprodução

Alimentos transgênicos

Conforme o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) alimentos transgênicos são assim definidos:
Os transgênicos são alimentos modificados geneticamente com a alteração do código genético. Ou seja, quando são inseridos no organismos genes proveniente de outro. Esse procedimento pode ser feito até mesmo entre organismos de espécies diferentes (inserção de um gene de um vírus em uma planta, por exemplo) e realizado com plantas, animais e micro-organismos.
De acordo com o IDEC, são vários e graves os riscos potenciais, tendo os cientistas apontado como os principais deles: aumento das alergias, aumento de resistência aos antibióticos, aumento das substancias tóxicas, maior quantidade de resíduos de agrotóxicos.


Imagem: Fabiano dos Santos
http://fabianocartunista.blogspot.com/2015/08/charge-alimentos-transgenicos.html

Fonte:
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.
LEI 1105, de 24 de março de 2005. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Disponível em: http://ctnbio.mctic.gov.br/leis
COMISSÃO aprova fim do selo "T" em produtos que contêm transgênicos. Gazeta do Povo. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/agricultura/comissao-aprova-fim-do-selo-t-em-produtos-que-contem-transgenicos-f4thvxw99aq4y2uosphj9lgw8/
COMISSÃO do Senado rejeita proposta que dificulta identificação de transgênicos. Instituto Socioambiental.  Disponível em: https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/comissao-do-senado-rejeita-proposta-que-dificulta-identificacao-de-transgenicos
SAIBA o que são os alimentos transgênicos e quais os seus riscos. Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).  Disponível em: https://idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos?

30 de novembro de 2020

Do meio natural ao artificial

Nova York antes da urbanização (gerado por computador) 
Imagem: Reprodução

Ao longo da história, o ser humano foi transformando gradativamente a natureza com o objetivo de garantir a ¹subsistência do grupo social a que pertencia e melhorar suas condições de vida Com isso, o espaço geográfico foi sendo produzido, ficando cada vez mais artificializado. Pela ação do trabalho humano, novas técnicas foram desenvolvidas e gradativamente incorporadas ao território. De um meio natural, as sociedades avançaram para um meio técnico, a partir da Primeira Revolução Industrial.

Um dos pensadores que abordam a relação, no capitalismo, entre ciência e técnica é o filósofo alemão Jürgen Habermas. Ele mostra que, já no final do século XIX, no contexto da Segunda Revolução Industrial, esse sistema econômico começou a mobilizar a ciência para a criação de novas técnicas. No atual momento do capitalismo, em que ocorre uma revolução técnico-científica, ou revolução informacional, a ciência vem sendo ainda mais mobilizada para a criação de técnicas de produção e de circulação cada vez mais eficientes. A incorporação dessas técnicas ao território, com a intenção de aumentar a produtividade econômica e acelerar a circulação por redes que abrangem o espaço nacional, regional e mundial, produziu o que Milton Santos chamou de meio técnico-científico-informacional. Esse conceito busca definir o meio geográfico que dá sustentação à globalização, o atual período de expansão do capitalismo.

Poucas áreas da superfície terrestre ainda não sofreram transformações ²antrópicas, e mesmo aquelas aparentemente intocadas, como muitas no interior da floresta Amazônica ou do continente antártico, o território está delimitado e sujeito à soberania nacional ou a acordos internacionais. Portanto, mesmo em um meio natural, aparentemente intocado, existem relações políticas e econômicas, que nem sempre são visíveis na paisagem. Além disso, no interior da floresta Amazônica (ou de outras florestas tropicais) existem diversas sociedades indígenas, algumas ainda isoladas da sociedade moderna, que embora vivam bastante integradas ao meio natural, causam alguma transformação antrópica, produzindo, dessa forma, seu espaço. 

Para melhor compreender as relações sociedade-sociedade e sociedade-natureza, que estão materializadas no espaço geográfico, é  muito importante estudar seus conceitos-chave (paisagem, lugar, território e região) e as escalas geográficas (local, regional e global).

Os conceitos-chave dão identidade à Geografia como uma ciência humana e, ao mesmo tempo, permitem compreender o mundo sob a ótica dessa disciplina.

1.Subsistência: estado das pessoas ou coisas que subsistem, que se mantêm; existência, permanência.
2. Antrópico: do grego anthropos, "homem", como espécie. Assim, uma transformação antrópica na natureza é provocada pela espécie humana vivendo em sociedade.

Atividades

1. (UNESP) Observe as figuras.


Faça uma análise espaço-temporal da paisagem, identificando as transformações feitas pelo homem. 

2. “O espaço geográfico é fruto de um processo que ocorre ao longo da história das diversas sociedades humanas; dessa forma, representa interesses, técnicas e valores dessas mesmas sociedades, que o constroem segundo suas necessidades. Então, é possível dizer que ele reflete o estágio de desenvolvimento dos meios técnicos de cada sociedade”. (SILVA, A. C. et. al. Geografia contextos e redes 01. 1º ed. São Paulo: Moderna, 2013. p.19).

No trecho acima, observa a noção de espaço geográfico vinculada:
a) ao emprego aleatório de ferramentas desprovidas de seus contextos.
b) à ideia de que a sociedade é o reflexo do meio onde vive e que nele se reproduz.
c) à história da humanidade, limitando esse conceito às justaposições do passado.
d) aos interesses da sociedade, em uma perspectiva totalitária e sem subjetividades.
e) à utilização das técnicas para a produção da sociedade e suas espacialidades.

3. Assinale, a seguir, a alternativa que melhor indica o conceito atual de espaço geográfico:
a) Compreende o substrato superficial onde habitam os seres vivos terrestres.
b) Abrange o meio físico da Terra e suas dinâmicas naturais, tais como o clima, o relevo e a vegetação.
c) É o resultado da interação mediada pelas técnicas entre as práticas humanas e suas sociedades com a superfície terrestre e seus elementos.
d) É tudo aquilo que pode ser contemplado pela visão em um ambiente imediatamente próximo.
e) É o “palco” das práticas sociais, caracterizando-se por ser um receptáculo das ações antrópicas.


Fonte:
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.
https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-geografia/exercicios-sobre-espaco-geografico.htm
http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=capitulo_1_a_geografia_na_era_da_informacao
https://languages.oup.com/google-dictionary-pt/

Meio técnico-científico-informacional

 Atualmente, vivemos em um meio técnico-científico-informacional, caracterizado pela utilização de tecnologias da informação e de comunicação. Outros segmentos tecnológicos deram suporte a elas, como: a microeletrônica, que reduz determinados componentes eletrônicos em escala microscópica; os cabos de fibra óptica, que transportam dados através da luz e fazem as conexões dos diversos aparelhos da comunicação entre si e seus provedores; e os satélites de comunicação.

Desde 1957, quando a ex-União Soviética lançou ao espaço o primeiro satélite artificial, milhares de satélites foram lançados com as mais diferentes funções: espionagem, previsão meteorológica, monitoramento ambiental, pesquisa de recursos naturais, navegação aérea e marítima, telefonia móvel, transmissão de TV, entre outras.

No meio técnico-científico-informacional, os fluxos de informações são instantâneos. A informação é o elemento fundamental para imprimir agilidade aos processos de uma empresa, elevando sua competitividade. No meio geográfico atual, os negócios expandiram-se pelos continentes e elevou-se o volume de mercadorias e de investimentos no mercado internacional.

O meio geográfico da Era da Informação modificou as relações sociais e o modo de vida, criou relações de trabalho, introduziu formas de lazer, de entretenimento e de convívio social.

Fonte: LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2017.


"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa