2 de novembro de 2020

Favela

Imagem: NakNakNak por Pixabay - Rio de Janeiro
Segundo o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN - Habitat), quase um bilhão de pessoas no mundo vive em favelas.

Não há um conceito único único para favela; a publicação Sluns of the Wold da UN-Habitat apresenta descrições e definições para trinta cidades espalhadas pelo mundo. A agência da ONU reconhece que o termo inglês "slum" é utilizado para definir uma grande diversidade de assentamentos urbanos espalhados por vários países. De acordo com a UN-Habitat, uma ou mais das seguintes características define favela: condições inseguras de habitação, acesso inadequado a saneamento básico (não há água tratada nem coleta de esgoto e lixo), baixa qualidade estrutural das construções e moradias apertadas e superlotadas. Outra característica da favela é que, em geral, se trata de uma ocupação irregular, isto é, as pessoas ocupam terrenos dos quais não possuem título de propriedade. 

Função urbana

A cidade é um fenômeno antigo e passou por um longo período de transformações. As primeiras cidades surgiram na região da Mesopotâmia e também no Egito, há cerca de três mil anos a.C. Porém, durante a era do Capitalismo Industrial, esse processo de ocupação e organização do espaço se tornou acelerado, o que propiciou a difusão da urbanização por todo o planeta.

Algumas cidades se especializam, desempenhando um papel econômico chamado de função urbana. Podemos destacar alguns tipos de funções exercidas pelas cidades:

Cidades político-administrativas - são cidades onde se localizam importantes sedes administrativas de governos e parlamentos. Costumam ter oferta de empregos no setor público e estratégica função política. Exemplos: Brasília (Brasil), Washington (EUA), Camberra (Austrália), Ottawa (Canadá) etc.

Brasília - DF - Brasil

Cidades religiosas - são cidades que estão centradas em algum tipo de atividade religiosa, que atrai um grande número de fiéis. Como exemplo temos: Aparecida do Norte (Brasil), Meca (Arábia Saudita), Jerusalém (Israel), Fátima (Portugal), entre outras.

Cidades turísticas - são cidades que possuem grande atrativo turístico e de lazer. Podemos citar: Ouro Preto (Brasil), Veneza (Itália), Las Vegas (EUA), Toledo (Espanha) e muitas outras.

Cidades portuárias - exercem importante função econômica no país a que pertencem, onde acontecem as importações e exportações através de seus portos. Como exemplos temos: Santos (Brasil), Roterdã ( Holanda), Liverpool (Reino Unido), Le Havre (França) etc.

Cidades industriais - são cidades que se caracterizam por centrarem a maioria de suas atividades no setor industrial. Temos como exemplos: Cubatão (Brasil), Pittsburgh (EUA), Manchester (Reino Unido) e Colônia (Alemanha), entre outras.

Cidades múltiplas - são cidades que se caracterizam significativo dinamismo e elevado peso econômico, além de uma grande população. São exemplos: São Paulo (Brasil), Nova York (EUA), Londres (Reino Unido), Tóquio (Japão) etc.

Fonte:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/funcao-das-cidades.htm
https://blog.enem.com.br/urbanizacao-entenda-os-conceitos-de-funcao-urbana-hierarquia-urbana-e-rede-urbana/

1 de novembro de 2020

Rede e hierarquia urbana brasileira

Imagem: joelfotos por Pixabay - São Paulo

O espaço geográfico abrange as redes formadas pelos complexos sistemas de fluxo de pessoas, bens, serviços, capitais e informações que caracterizam a sociedade contemporânea. A rede urbana é um conjunto de núcleos urbanos articulados entre si. Nessa rede, as cidades desempenham a função de nós, ou vértices, e as linhas representam os fluxos. A centralidade de cada uma delas se define pelo acúmulo de funções centrais para a economia e pela presença da infraestrutura necessária para abrigar atividades inovadoras.

Segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estabelecida no estudo "Regiões de influência das cidades", fazem parte da rede urbana brasileira: 12 principais centros urbanos, que são as metrópoles, e 70 capitais regionais; além de 169 centros sub-regionais e centros de zona e os centros locais.

O estudo está fundamentado na estruturação das zonas de influência dos principais centros urbanos no território brasileiro, mostrando as redes que eles formam e os diversos aspectos considerados na estruturação dessas redes.

Urbanização brasileira

 De modo geral, o processo de urbanização no Brasil apresenta características próprias do padrão de urbanização dos países em desenvolvimento. Veja algumas delas:

  • foi marcado pela formação de algumas cidades, que concentram parcela significativa das riquezas e também da população, responsável por um processo de metropolização;
  • ocorreu com expressivo crescimento de atividades terciárias, incluindo as do setor formal e do setor informal da economia;
  • se deu em ritmo acelerado, principalmente entre as décadas de 1950 e 1990, e sem planejamento adequado;
  • apresenta padrão periférico de crescimento, com a formação de amplas manchas urbanas e a população de baixa renda sendo empurrada para áreas distantes do centro.
Imagem aérea da Represa Billings, rodeada por construções, no bairro do Grajaú.
A ocupação das margens da represa coloca em evidência um problema social (moradia) e um ambiental (ocupação das áreas de mananciais)

A urbanização brasileira intensificou-se a partir dos anos 1940/1950. Decorreu do êxodo rural e do desenvolvimento industrial, que impulsionou grandes deslocamentos populacionais para as cidades e dinamizou as atividades comerciais e de serviços nesses espaços. No entanto, a urbanização foi mais intensa que a industrialização: não gerou os empregos necessários para receber o grande número de migrantes que deixaram o espaço rural rumo às cidades.

Entre o final dos anos 1960 e o final da década de 2000, mais de 40 milhões de brasileiros deixaram o campo e se dirigiram para as cidades.

O setor terciário da economia foi responsável por grande parte dos empregos gerados nas cidades e pelo expressivo aumento do trabalho informal, responsável pela absorção de parcela significativa da população.

A urbanização brasileira teve um caráter concentrador e excludente, com boa parte da sociedade ficando à parte de seus benefícios, o que se observa principalmente na paisagem das grandes cidades. A velocidade com que se processou a urbanização no país criou dificuldades para o poder público suprir o espaço das cidades, especialmente das maiores, com infraestrutura e serviços sociais necessários ao bem-estar da população. Isso foi agravado em razão das políticas de planejamento urbano estarem voltadas, prioritariamente, para as classes média e alta, resultando em uma estrutura social fragmentada e segregada espacialmente, com a expansão das periferias urbanas, sobretudo, nos grandes centros urbanos.

Fonte: LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2017.


"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa