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16 de dezembro de 2020

Rochas sedimentares

 

Imagem: Reprodução

"As rochas sedimentares formaram-se a partir da compactação de sedimentos procedentes da erosão, do transporte e da deposição de minerais pela água, pelo vento, por reações físicas e químicas e pela ação dos seres vivos", conforme Almeida e Rigolin (2017).

A explicação de Terra, Araujo e Guimarães amplia o assunto:

As rochas sedimentares se formam pela deposição dos detritos de outras rochas, pelo acúmulo de detritos orgânicos ou de precipitados químicos. Esses detritos acumulam-se no fundo dos oceanos, rios, lagos ou de outras camadas de detritos. são consolidados por cimentação natural, compactação por pressão ou reações químicas. Esse conjunto de processos que transforma sedimentos inconsolidados em rocha sedimentar é conhecido como diagênese. As rochas formadas pelo acúmulo de fragmentos de outras rochas são denominadas sedimentares clásticas (ou detríticas). Um exemplo é o arenito, formado pela deposição de areia. As que se formam por processos químicos, como as estalactites e as estalagmites de cavernas, são denominadas rochas sedimentares químicas. As que se formam de restos de animais e vegetais, como o carvão mineral, são as rochas sedimentares orgânicas. (TERRA; ARAUJO; GUIMARÃES. 2016, p.179).

O dicionário geológico-morfológico, de Guerra assim define rocha sedimentar:

Resulta da precipitação química, da deposição de detritos de outras rochas ou do acúmulo de detritos orgânicos. A deposição de fragmentos de outras rochas, ou de minerais, quando acumulados os sedimentos, constitui o que denominamos de depósito sedimentar. A deposição se faz em camadas separadas por juntas de estratificação, muito importantes na erosão; daí a denominação de rocha estratificadas. Em geral, a sedimentação se realiza em estratos ou camadas horizontais. Porém, após o depósito toda uma série de fatores pode vir a perturbar a horizontalidade das camadas. [...] Quanto à origem, as rochas sedimentares se dividem em: a) clástica (fragmentada ou detrítica), b) orgânica, c) química [...]. (GUERRA, 2006, p. 564-566). 

Exemplos de rochas sedimentares

 Imagem:  http://www.cientic.com

Fonte:
ALMEIDA, Lúcia Marina; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado. São Paulo: Ática, 2017. 
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006. 
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.

Rocha magmática (ígneas)

Imagem: Blocos de granito (http://ovga.centrosciencia.azores.gov.pt/)

As rochas magmáticas ou ígneas (do latim ignis=fogo) originaram-se do magma, matéria rochosa em estado de ¹fusão. Elas formam a maior parte da crosta terrestre da crosta terrestre e correspondem a cerca de 90% de seu volume, conforme Bourotte.

De acordo com Almeida e Rigolin, "as rochas magmáticas formaram-se pelo resfriamento e solidificação do magma, o material em estado de fusão de que é constituído o manto. A solidificação do magma pode ocorrer no interior ou na superfície da Terra, dando origem a rochas magmáticas intrusivas ou extrusivas".

O granito e o diorito se formaram pelo resfriamento lento nas profundezas da Terra, originando cristais relativamente grandes, são exemplos de rochas magmáticas intrusivas ou plutônica. Já o basalto e a obsidiana, formados pelo magma expelido em erupções são exemplos de rochas extrusivas ou vulcânicas. Nesse caso, não há tempo de formar grandes cristais, já que o resfriamento e a solidificação acontecem de forma rápida. 

Guerra, no dicionário geológico-morfológico, assim explica esse tipo de rocha:

Magmática ou ígnea - produzida pelo resfriamento do material ígneo existente no interior do globo terrestre ao caminhar em direção à superfície. As rochas eruptivas, conforme posição em que se deu o resfriamento, podem ser classificadas, de modo geral, em dois grupos: a0 rochas plutônicas ou plutonito; b) rochas efusivas ou vulcanitos. As primeiras (plutônicas) são as que se cristalizaram a grande profundidade. As efusivas formam a categoria de rochas, cujo resfriamento foi feito superficialmente. A textura da rocha eruptiva está em função da profundidade, da pressão, de temperatura, o que ocasiona um aspecto diferente no arranjo dos minerais entre si, por causa das condições diferenciadas exigidas pelos minerais por ocasião do seu resfriamento. As cristalizadas a grandes profundidades têm textura constituída por cristais grandes, granular, e as resfriadas à superfície têm textura mais fina. [...] (GUERRA 2006, p.237-239).

Imagem: Reprodução
1. Fusão: passagem do estado sólido para o estado liquido. 

Fonte:
ALMEIDA, Lúcia Marina; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Fronteiras da globalização: o mundo natural e o espaço humanizado. São Paulo: Ática, 2017. 
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006. 
BOUROTTE, Cristine, Laure, Marie. Rochas ígneas. e-Disciplinas USP. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5382905/mod_resource/content/1/Rochas%20I%CC%81gneas%20CLMB%20to%CC%81pico%209.pdf

15 de dezembro de 2020

Rocha

 As rochas formam a parte sólida da Terra e são agregados sólidos naturais compostos de um ou mais minerais, conforme Moreira e Sene (2017). Já Terra, Araújo e Guimarães (2016) explicam que os minerais são compostos de elementos químicos que podem ser encontrados na natureza em estado puro, mas em geral eles se combinam formando os minerais. Os agrupamentos de minerais dão origem a uma grande variedade de rochas. A classificação das rochas mais utilizadas é quanto à sua origem: magmáticas (ou ígneas), sedimentares e metamórficas.

Guerra (2006), no dicionário geológico- geomorfológico define rocha:

Conjunto de minerais ou apenas um mineral consolidado. [...] As rochas que afloram na superfície do globo terrestre não apresentam sempre o mesmo aspecto. As suas diferenciações estão ligadas a uma série de fatores, tais como: origem, composição química, estrutura, textura, tipo de clima, declive, cobertura vegetal, tempo geológico etc. Todos estes fatores intervêm em grau maior ou menor nas diferenciações que as rochas superficiais possam apresentar. [...] Quanto à origem podem ser classificadas em três grupos: 1 - magmáticas; 2 - sedimentares; 3 - metamórficas. [...] Não só a coloração, mas todos os detalhes geomorfológicos têm que ser analisados para se chegar a determinar o tipo de rocha. Também as próprias tonalidades de coloração da vegetação podem fornecer indícios para a existência de uma mudança no tipo de solo e, possivelmente, no tipo de rochas. (GUERRA, 2006, p.549-551).
Imagem: Reprodução

Fonte:
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006. 
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.

14 de dezembro de 2020

Chapada

Moreira e Sene (2017)  definiram chapada como um tipo de planalto com topo  aplainado e as encostas escarpadas, sendo também conhecido como planalto tabular

O dicionário geológico-morfológico, de Guerra, dá a seguinte definição para chapada:

Denominação usada no Brasil para as grandes superfícies, por vezes horizontais, e a mais de 600 metros de altitude que aparecem na região Centro-Oeste do Brasil. Também no Nordeste Oriental existem várias chapadas residuais [...].
Do ponto de vista geomorfológico a chapada é, na realidade, um planalto sedimentar típico, pois trata-se de um acamamento estratificado que, em certos pontos, está nas mesmas cotas da superfície de erosão, talhadas em rochas pré-cambrianas. (GUERRA, 2006, p. 134-136).

No Brasil, as chapadas são encontradas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e normalmente essas áreas são transformadas em Parque Nacional para preservação da sua natureza e da sua beleza, como é o caso da Chapada Diamantina.

As principais chapadas do Brasil são: 

  • Chapada Diamantina (Bahia);
  • Chapada dos Veadeiros (Goiás);
  • Chapada dos Guimarães (Mato Grosso);
  • Chapada das Mesas (Maranhão);
  • Chapada do Araripe (Ceará, Pernambuco e Piauí).
Chapada Diamantina (Bahia)
Imagem: Reprodução

Fonte: 
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006. 
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.
Chapada. Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Chapada
Chapada Diamantina. Extreme EcoAdventure. Disponível em: https://www.extremeecoadventure.com.br/chapada-diamantina
As melhores chapadas do Brasil por Desviantes. Desviantes. Disponível em: https://desviantes.com.br/blog/post/as-melhores-chapadas-do-brasil-por-desviantes/

Cuesta

O termo cuesta tem origem mexicana e significa encosta e corresponde aos que os franceses chamam côte e os portugueses chamam de costeira.

Para Moreira e Sene (2017, p. 134) cuesta é "forma de relevo que possui um lado com escarpa abrupta e outro com declive suave. Essa diferença de inclinação ocorre porque os agentes externos atuaram sobre rochas com resistências diferentes."

O dicionário de Guerra traz uma definição mais completa de cuesta:

Forma de relevo dissimétrico constituída por uma sucessão alternada das camadas com diferentes resistências ao desgaste e que se inclinam numa direção, formando um declive suave no reverso, e um corte abrupto ou íngreme na chamada frente de cuesta. É um tipo de relevo predominante nas bacias sedimentares e nas velhas plataformas, onde aparecem depressões em forma de fundo de canoa nas quais a colmatagem sucessiva acarreta o aparecimento de camada inclinada. [...] As condições necessárias para existência de um relevo de cuesta são: existência de camadas inclinadas, alternância de camadas de dureza diferentes e ataque da erosão fazendo sobressair a frente da cuesta com a sua depressão subsequente. O relevo de cuesta expressa o resultado do trabalho de erosão diferencial. (GUERRA, 2006, p.178).

Cuesta de Botucatu (SP)

Imagem: Reprodução
Imagem: Elementos que caracterizam uma cuesta (reprodução)

Fonte: 
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006. 
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.

Escarpa

Os autores Moreira e Sene (2017, p. 134) trazem a seguinte definição de escarpa: " declive acentuado que aparece em bordas de planalto. Pode ser gerada por um movimento tectônico, que forma escarpa de falha, ou ser modelada pelos agentes externos, que geram escarpas de erosão".

Já Guerra (2006, p. 241-242) dá mais detalhe ao conceito de escarpa explicando o significado de escarpas tectônicas e escarpas de erosão.

Rampa ou aclive de terrenos que aparecem nas bordas dos planaltos, serras, testemunhos (butte temoin) etc.
De modo genérico podemos distinguir os seguintes tipos de escarpas do relevo brasileiro:
a) Escarpas tectônicas, isto é, abruptas, produzidas por forças endógenas. No caso das escarpas do "Planalto Atlântico", são frentes dissecadas, cujos escarpamentos foram provocados por deslocamentos epirogênicos.
b) Escarpas de erosão - são aquelas cujos abruptos foram escavados pelos agentes erosivos. Como exemplo podemos citar as frentes das cuestas da bacia sedimentar do Paraná, a Ibiapaba na fronteira do Ceará com o Piauí, ou ainda as escarpas dos chapadões sedimentares do Centro-Oeste, ou mesmo os abruptos das chapadas residuais do Nordeste, como a do Araripe etc.

Escarpa da cuesta de Botucatu (SP) 

Imagem: @psykpta - Botucatu (Wikipédia)

No esquema acima a escarpa na borda do planalto
 Imagem: ADAS, Melhem. Panorama geográfico do Brasil.

Fonte: GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006. 
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.

Intemperismo

 Para Guerra (2006) intemperismo é o "conjunto de processos mecânicos, químicos e biológicos que ocasionam a desintegração e decomposição das rochas." (p. 354).

Os autores Moreira e Sene explicam como as rochas sofrem o processo do intemperismo.

Intemperismo: é o processo de desagregação (intemperismo físico) e decomposição (intemperismo químico) sofrido por rochas. O principal fator de intemperismo físico é a variação da temperatura (dia e noite; verão e inverno) o que provoca dilatação e contração das rochas, fragmentando-as em formas e tamanhos variados. Outro exemplo é o congelamento da água nas fissuras das rochas, fato comum em regiões polares e de altitudes elevadas - ao congelar, a água dilata as fissuras das rochas e provoca sua fragmentação. Já o intemperismo químico resulta sobretudo da ação da água sobre as rochas, provocando, com o passar do tempo, uma lenta modificação na composição química dos minerais. O intemperismo físico e o intemperismo químico atuam ao mesmo tempo, mas dependendo das características climáticas um pode atuar de maneira mais intensa que o outro. Por exemplo, em regiões onde há escassez de água, as rochas sofrem mais intemperismo físico do que químico.

Intemperismo físico em regiões polares 

Intemperismo físico que ocorre em regiões polares e de altitudes elevadas,
quando congelamento da água quebra a rocha.
Imagem: Reprodução
O resultado é a rocha fragmentado pela ação do intemperismo físico em áreas muito frias.
Imagem: Reprodução


Fonte: GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006.
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.

13 de dezembro de 2020

Depressão

 O conceito de depressão, segundo Guerra (2006, p. 191-193)

Área ou porção do relevo situada abaixo do nível do mar ou abaixo das regiões que lhe estão próximas. As depressões do primeiro tipo, isto é, abaixo do nível do mar, são denominadas depressões absolutas (mar Morto ou lago Asfaltite), e as do segundo tipo, depressões relativas.
Depressão é, por conseguinte, uma forma de relevo que se apresenta em posição altimétrica mais baixa que as porções contíguas. As depressões podem ter dimensões, formas e origens bem variadas. [...]
Imagem: Reprodução

As depressões absolutas estão situadas abaixo do nível do mar, como o Mar Morto, situado na Ásia, a 395 metros abaixo do nível do mar.

Imagem: Mar Morto (reprodução)

Os autores Terra, Araujo e Guimarães destacam o aspecto da altitude para explicar o conceito de depressão, fazendo a localização de algumas das depressões relativas do Brasil, já que no nosso país não existem depressões absolutas. 

As depressões relativas são superfícies formadas por processos erosivos, apresentando altitudes mais baixas do que o relevo que está ao redor. Variam de 100 a 500 metros de altitude e possuem suave inclinação. No Nordeste do Brasil temos como exemplo a Depressão Sertaneja, cercada pelos planaltos das bacias do Parnaíba e da Borborema. No Norte do Brasil, destaca-se a Depressão da Amazônia Ocidental, formada por uma extensa área sedimentar com altitudes em torno de 200 metros e cortada pelo rio Amazonas. No Brasil Central, localiza-se a Depressão do Araguaia e, na Bacia do Paraná, a Depressão Periférica da borda Leste.

Observem no mapa do professor Jurandyr Ross a localização das depressões existentes no Brasil.
Imagem: Reprodução

 Depressão Sertaneja (região Nordeste)
Imagem: Reprodução

Fonte:
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.


Planície

Guerra (2006, p. 492-494) assim define planície:

Extensão de terreno mais ou menos plano onde os processos de agradação superam os de degradação. É necessário salientar que existem planícies que podem estar a mais de 1.000 metros de altitude, que constituem as chamadas planícies de nível de base local, ou planícies de montanha.
Nas áreas de planícies, a topografia é caracterizada por apresentar superfícies pouco acidentadas, sem grandes desnivelamentos relativos.

Os autores Terra, Araujo e Guimarães explicam o conceito de planície: "As planícies são formadas em áreas onde predomina o processo de sedimentação, que ocorre constantemente por movimentos das águas do mar, de rios etc."

Imagem: Reprodução

"A maior parte das planícies se situa em baixas altitudes (até 100 m), mas podem existir em altitudes maiores. São exemplos as planícies litorâneas, a Amazônica, a da Sibéria, na Ásia, e a Central da América do Norte".

As áreas próximas aos oceanos formam as planícies litorâneas (ou costeiras).

"Quando as planícies são formadas por depósitos de rios, denominam-se planícies fluviais. As que foram fundos de lagos ancestrais soterrados ou resultam de sedimentos depositados por lagos nas várzeas ao redor, em períodos de enchentes, são chamadas planícies lacustres".

Recorremos ao mapa do professor Jurandyr Ross para a localização das planícies do Brasil.

Imagem: Reprodução

Imagem: Reprodução

Planície do Pantanal
Imagem: Reprodução

Fonte:
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.

Planalto

Imagem: Serra do Mar (reprodução)

Planalto é assim definido por Guerra (2006 p.489-491)

Extensão de terrenos mais ou menos planos, situados em altitudes variáveis. Em geomorfologia usa-se, às vezes, este termo como sinônimo de superfície pouco acidentada, para designar grandes massas de relevo arrasadas pela erosão, constituindo uma superfície de erosão. Diz-se, então, que a superfície do planalto é muito regular.
[...] O termo planalto é usado para definir uma superfície elevada mais ou menos plana delimitada por escarpas íngremes onde o processo de degradação supera os de agradação.

Para Terra, Araujo e Guimarães os planaltos são superfícies onde predomina um intenso processo de erosão que supera o processo de ¹agradação. Situam-se entre 200 e 2000 m e podem apresentar forma aplainada ou então morros e serras ou elevações íngremes de topo plano (as chapadas).

Imagem: Reprodução

Nas bordas de um planalto podem aparecer superfícies íngremes, as escarpas, já citadas na definição de Guerra. No Brasil, cadeias de morros, escarpas de planaltos, entre outros acidentes geográficos, são denominados serras, como a Serra do Mar e a Serra Geral.

Imagem: mapa Serra do Mar (reprodução)
No mapa do professor Jurandyr Ross podemos localizar os planaltos brasileiros.
Imagem: Reprodução

1. Agradação: construção de um relevo por deposição de sedimentos. 

Fonte: 
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006. 
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.

Montanha

 Montanha, de acordo com Guerra (2006 p. 436-438)

Grande elevação natural do terreno com altitude superior a 300 metros e constituída por um agrupamento de morros. A orogênese é o ramo da geologia que estuda a origem e a formação das montanhas.

As montanhas podem ser classificadas segundo diversos critérios: a) quanto à origem: 1 - montanhas de dobras, 2 - montanhas de falhas, 3 - montanhas vulcânicas, 4 - montanhas de erosão; quanto à idade: 1 - montanhas novas, 2 - montanhas velhas, 3 - montanhas rejuvenescidas. [...]

A montanha típica é uma grande elevação de terreno, que foi formada por forças tectônicas, isto é, orogênese. Estas forças são desenvolvidas no interior da crosta terrestre, sendo capazes de amarrotar as camadas formando dobras, ou provocar fraturas que podem ser acompanhadas de desnivelamento entre as camadas, isto é, falhas.

Imagem: Reprodução

 As montanhas que se originaram em períodos geológicos mais recentes, como o Paleogênico são consideradas montanhas jovens, apresentando as maiores altitudes. São exemplos as cordilheiras dos Andes e do Himalaia. Por estarem sujeitas a processos de erosão relativamente recentes, são constituídas de vales profundos e altos picos pontiagudos (cristas). O ponto culminante da Terra é o monte Everest, na cordilheira do Himalaia, na fronteira entre a China (Tibete) e o Nepal, com 8.848 m. As cadeias de montanhas ou de morros constituem as serras.

As montanhas velhas se formaram em eras mais remotas. Tendo sido muito trabalhadas pela erosão, apresentam altitudes mais moderadas e formas mais suaves e arredondadas, como colinas e morros. 

Monte Everest, a montanha mais alta do mundo
Imagem: Wikipédia
Imagem: cordilheiras da Terra (reprodução)

Fonte: 
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006. 
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.


12 de dezembro de 2020

Relevo

O conceito de relevo segundo Guerra  (2006, p. 526-536):

Diversidade de aspectos da superfície da crosta terrestre, ou seja, o conjunto dos desnivelamentos da superfície do globo: microrrelevo, mesorrelevo e macrorrelevo. Compreende as formas do relevo emerso e as formas do relevo submerso, com dimensões muito variadas. Assim, os pequenos sulcos e pequenas formas com um metro ou menos constituem as microformas do relevo, enquanto as extensas cadeias de dobramentos fazem parte das macroformas.

Em topografia o relevo é sempre definido como a diferença de cota ou altitude existente entre um ponto e outro, porém na geologia e morfologia é um termo descritivo sujeito a explicação e interpretação. Usa-se a expressão como sinônimo de diferentes tipos de paisagens.[...]

O relevo é o resultado da atuação de dois grupos de forças que podem ser sucessivas ou simultâneas: endógenas (dobras, falhas, mantos de charriage, vulcões, terremotos) e exógenas (desgastes e acumulação). [...]

Os autores Terra, Araujo e Guimarães explicam que as formas de relevo criadas pelas forças do interior da Terra (endógenas) são constantemente modificadas pela atuação de agentes externos do relevo (exógenos). Também destacam que os principais agentes externos do relevo são a água (rios, mares, chuvas, geleiras), o vento e os seres vivos; que esses processos envolvem a destruição do relevo e a construção de novas formas de relevo.

Imagem: ADAS, Melhem. Panorama geográfico do Brasil.

Considerando elementos como a dinâmica tectônica, os processos erosivos, a estrutura geológica (constituição das rochas, a idade de formação) e a altitude, entre outros, podemos classificar as formas de relevo mais comuns em: montanhas, planaltos, planícies e depressões

Imagem: Domínio público - NASA/USGS (Wikipédia)

Fonte:
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Beltrand Brasil, 2006. 
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.

11 de dezembro de 2020

Slow Food

 Para impedir que o patrimônio cultural gastronômico de várias regiões do mundo seja destruído pela ação dos alimentos industrializados, enlatados, congelados e sem personalidade, em 1986 surgiu na Itália o movimento Slow Food (em inglês "comida lenta"). O movimento e a organização não governamental fundados por Carlo Petrini tem como objetivo promover uma maior apreciação da comida, melhorar a qualidade das refeições e uma produção que valorize o produto, o produtor e o meio ambiente. O movimento é mais uma reação à massificação e globalização da culinária representada pelas cadeias industriais de fast-food.

 O Slow Food valoriza o processo cultural que determinou a receita de cada alimento, de cada prato, dissemina o respeito pela qualidade dos ingredientes e desenvolve nos consumidores a percepção de que cada ambiente natural deixa sua marca nos produtos alimentícios. O símbolo do movimento Slow Food é o caracol, um bichinho lento, porém determinado.

Imagem: Reprodução
Fonte:
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.
SLOW Food. Wikipédia a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Slow_food

10 de dezembro de 2020

Segurança alimentar

"A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis". (II Conferência Nacional de SAN, 2004; LOSAN, 2006).

Segurança alimentar refere-se ao direito de todos ao acesso a alimentos de qualidade que sejam produzidos de forma sustentável, econômica e socialmente. A fome, a má alimentação, a subnutrição e os preços abusivos são alguns dos fatores que indicam a falta de segurança alimentar.

O aumento do consumo de produtos industrializados, assim como de congelados, com baixo valor nutritivo e grande quantidade de açúcar, gorduras e alto teor calórico, tem sido um dos principais responsáveis pelo crescimento do número de pessoas obesas no mundo, sobretudo entre crianças e adolescentes. Esses novos padrões de consumo contribuem para a "insegurança alimentar", na medida em que se constata um significativo aumento de várias doenças associadas à ingestão desequilibrada de nutrientes, como doenças cardíacas, hipertensão e diabetes.

A Organização Mundial da Saúde tem proposto restrições às propagandas desses tipos de alimento dirigida às crianças, por considerar que estas são mais suscetíveis aos apelos comerciais.
Imagem: Reprodução

Fonte: 
VIEIRA, Bianca Carvalho et al. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.
SOBERANIA alimentar e segurança alimentar e nutricional. Centro de Referência em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (CERESAN). Disponível em: http://www.ceresan.net.br/quem-somos/o-que-entendemos-por-ssan/

Soberania alimentar

Suprir as necessidades alimentares da população com base em suas próprias potencialidades técnicas e naturais confere aos países a possibilidade de preservar com mais facilidade os aspectos culturais relacionados à alimentação. Se um país consegue, a partir da sua capacidade produtiva e com recursos próprios, abastecer a população sem depender totalmente dos mercados internacionais, está a caminho de atingir a soberania alimentar.

Soberania alimentar é o direito de os povos produzirem e comercializarem localmente alimentos vinculados à sua cultura e ao seu modo de vida, com uma produção sem o uso de agrotóxico e tendo por objetivo a manutenção do equilíbrio ambiental.

A padronização alimentar  modifica profundamente a forma da preparação da comida, empobrecendo o perfil alimentar da população e comprometendo os diferentes modos de viver e a preservação das culturas locais.

É por isso que a decisão de que alimentos devem ser colocados no prato, assim como o controle da origem dos produtos e das condições em que são feitos, não podem ser delegados apenas a um seleto grupo de empresários. Cada país necessita manter o controle dos próprios hábitos alimentares, o que compete ao âmbito da soberania alimentar.

A soberania alimentar é alcançada quando o sistema de produção também é sustentável, com uso cada vez menor de agrotóxicos, substituição de modelos de produção de monocultura, e quando o país decide a sua própria política agrícola, ou seja, o que deve cultivar, como e quando comercializar, como atender os mercados interno e externo, etc.

No entanto, a soberania alimentar de um país é ameaçada pela presença de empresas estrangeiras em seus territórios. Grandes importadores e suas multinacionais do ramo alimentício expandiram-se em países agroexportadores e os transformaram em extensões de suas áreas produtivas.

Um exemplo disso é o impacto da produção de óleo de palma. A aquisição de terras de comunidades locais por grandes empresas para intenso aproveitamento do cultivo da palma provocou o esgotamento de solos e recursos hídricos e a destruição de florestas, colocando em risco a produção de alimentos de países como a Indonésia, Malásia e Honduras, grandes produtores de óleo de palma.

Em contraposição ao mercado global, que absorve grande parte da produção dos países, os sistemas produtivos locais - como a agricultura familiar no Brasil - são uma das principais garantias de soberania alimentar, pois abastecem os mercados internos.

"[…]. A soberania alimentar é a via para se erradicar a fome e a desnutrição e garantir a segurança alimentar duradoura e sustentável para todos os povos". (Fórum Mundial sobre Soberania Alimentar, Havana, 2001).

Imagem: Reprodução

Fonte:
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2016.
VIEIRA, Bianca Carvalho et al. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.
SOBERANIA alimentar e segurança alimentar e nutricional. Centro de Referência em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (CERESAN). Disponível em: http://www.ceresan.net.br/quem-somos/o-que-entendemos-por-ssan/

Fronteira agrícola

 Fronteira agrícola é a área de um país onde ocorre o avanço das atividades agropecuárias. As zonas de fronteira agrícola estenderam-se por florestas, matas e campos naturais, drenaram pântanos e alagadiços, dando lugar a plantações e pastagens, criaram milhares de represas e açudes para a irrigação de lavouras. No caso do Brasil, o avanço da fronteira agrícola ocorreu, principalmente sobre áreas dos biomas Cerrado e Amazônia,  respectivamente nas regiões Centro-OesteNorte de país.

Na história do Brasil, a fronteira agrícola se expandiu em função do crescimento da atividade econômica. Nos tempos da colonização a Mata Atlântica foi sendo destruída na costa nordestina para dar lugar ao cultivo de cana-de-açúcar, utilizada na produção de açúcar destinado à exportação. A cafeicultura, desenvolvida na região Sudeste, também contribuiu para o processo de destruição da Mata Atlântica. No século XIX e início do século XX, as plantações de café, que ocupavam inicialmente terras localizadas no Rio de Janeiro, foram espalhando-se por Minas Gerais e estendendo-se pelo interior de São Paulo. À medida que os solos foram se esgotando, a produção agrícola avançou para áreas de florestas em novas propriedades rurais.

A partir da década de 1970, juntamente com a implantação de ¹tecnologia no campo, o movimento da fronteira agrícola passou para os estados do Centro-Oeste, com o cultivo da soja.

Nas últimas décadas, a expansão da fronteira agrícola tem significado o desmatamento de grandes áreas da floresta Amazônica, comprometendo a manutenção da biodiversidade, destituindo povos indígenas, ribeirinhos e seringueiros de suas terras e comprometendo o modo de vida dessas comunidades. A expansão da fronteira agrícola permitiu que o Brasil se tornasse um dos maiores exportadores mundiais de soja e carne, mas tem causado graves prejuízos à natureza e à sociedade.

1. Tecnologia no campo: a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vinculada ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tem como objetivo desenvolver inovações tecnológicas para a agropecuária brasileira.

 Região aproximada sob influência da fronteira agrícola Amazônica
Imagem: Inkscape., CC BY-SA 3.0

Fonte:
BOLIGIAN, Levon; ALVES, Andressa. Geografia espaço e identidade. São Paulo: Editora do Brasil, 2016.
VIEIRA, Bianca Carvalho et al. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.

9 de dezembro de 2020

Transgênicos

Na metade da década de 1990, um ramo da biotecnologia - a pesquisa genômica - passou a lidar com um novo campo que gerou e continua gerando muita controvérsia: a produção de organismos geneticamente modificados (OGMs), mais conhecidos como transgênicos. No caso das plantas, estas podem se tornar resistentes à ação de pragas ou de herbicidas. Outras modificações genéticas mais antigas, como melhoramento de sementes ou o aumento na proporção de nutrientes dos alimentos foram menos criticadas.

Essa nova tecnologia apresenta vários aspectos positivos e negativos, o que tem gerado muita polêmica. Entre os positivos destacam-se a elevação nos índices de produtividade, a redução do uso de agrotóxico e a consequente redução dos custos de produção e das agressões ambientais, além da criação de plantas resistentes a vírus, fungos e insetos, bem como de variedades resistentes a secas e solos ácidos. Quanto aos aspectos negativos, aponta-se a falta de conclusões confiáveis sobre os eventuais impactos ambientais do seu cultivo em grande escala, além dos possíveis efeitos danosos à saúde humana. Outro aspecto duramente criticado é o monopólio de empresas no controle das sementes.

No Brasil, a regulamentação e fiscalização do uso de alimentos transgênicos ficou a cargo da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

A Lei de Biossegurança (Lei 1105, de 24 de março de 2005) obriga a explicitação no rótulo na embalagem de alimentos que contenham produtos transgênicos para que os consumidores tenham opção de escolha na compra. O símbolo adotado é um triângulo amarelo, com a letra T dentro (e em preto sobre fundo branco, quando a embalagem não for colorida). Ele deve constar no painel principal da embalagem, para assegurar a sua visibilidade pelo consumidor.

Em 2017, aprovou o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 34/2015 que reduzia exigências para a identificação de alimentos transgênicos. Segundo esse Projeto de Lei, a proposta desobrigava a indústria de informar a existência de organismos geneticamente modificados no rótulo dos produtos, caso a concentração fosse inferior a 1%. Os fabricantes só deveriam informar caso a concentração fosse maior, mas sem a letra "T".

Em novembro de 2019, a Comissão do Senado rejeitou o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 34/2015, que prevê o fim da rotulagem com o conhecido "T". Entretanto, o projeto pode ser votado no plenário a qualquer momento.

Imagem: Reprodução

Alimentos transgênicos

Conforme o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) alimentos transgênicos são assim definidos:
Os transgênicos são alimentos modificados geneticamente com a alteração do código genético. Ou seja, quando são inseridos no organismos genes proveniente de outro. Esse procedimento pode ser feito até mesmo entre organismos de espécies diferentes (inserção de um gene de um vírus em uma planta, por exemplo) e realizado com plantas, animais e micro-organismos.
De acordo com o IDEC, são vários e graves os riscos potenciais, tendo os cientistas apontado como os principais deles: aumento das alergias, aumento de resistência aos antibióticos, aumento das substancias tóxicas, maior quantidade de resíduos de agrotóxicos.


Imagem: Fabiano dos Santos
http://fabianocartunista.blogspot.com/2015/08/charge-alimentos-transgenicos.html

Fonte:
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2017.
LEI 1105, de 24 de março de 2005. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Disponível em: http://ctnbio.mctic.gov.br/leis
COMISSÃO aprova fim do selo "T" em produtos que contêm transgênicos. Gazeta do Povo. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/agricultura/comissao-aprova-fim-do-selo-t-em-produtos-que-contem-transgenicos-f4thvxw99aq4y2uosphj9lgw8/
COMISSÃO do Senado rejeita proposta que dificulta identificação de transgênicos. Instituto Socioambiental.  Disponível em: https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/comissao-do-senado-rejeita-proposta-que-dificulta-identificacao-de-transgenicos
SAIBA o que são os alimentos transgênicos e quais os seus riscos. Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).  Disponível em: https://idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos?

Agroindústria

As agroindústrias, um híbrido entre a moderna produção agropecuária e a transformação da matéria-prima por ela produzida em ¹insumos na cadeia produtiva que atinge o consumidor: a indústria produz máquinas para o campo; a agricultura produz matéria-prima para a indústria. 

Normalmente, é o campo que fornece os alimentos in natura (em sua forma natural) para o consumo e os produtos para as indústrias de transformação. Com a modernização, as atividades agrícolas se tornaram mais integradas aos processos industriais, utilizando insumos produzidos pela indústria e fornecendo produtos para o processamento por grandes empresas agroindustriais. 

A formação de um complexo sistema agroindustrial envolveu a especialização da produção. A agroindústria de processamento transforma os produtos vindos da agropecuária em bens de consumo. São exemplo disso o setor têxtil e de vestuário. As agroindústrias de bens de capital respondem pela produção de insumos e instrumentos, como a produção de tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas.

1. Insumo: fertilizantes, implementos agrícolas (plantadeiras, colheitadeiras, arados, pulverizadores) e defensivos (agrotóxicos, inseticidas, herbicidas, vermífugos).

SILVA, Edilson Adão Cândido da; JÚNIOR, Laercio Furquim. Geografia em rede. São Paulo: FTD, 2016.
VIEIRA, Bianca Carvalho et al. Ser protagonista: geografia. São Paulo: Edições SM, 2016.

7 de dezembro de 2020

Revolução Verde

Imagem: Reprodução
O conjunto de mudanças técnicas introduzidas na produção agropecuária ficou conhecido por Revolução Verde e consistia na modernização das práticas agrícolas (utilização de adubos químicos, inseticidas, herbicidas, sementes melhoradas geneticamente) e na mecanização do preparo do solo, do cultivo e da colheita, visando a aumentar a produção de alimentos. 

A partir da década de 1950, os Estados Unidos e a ONU incentivaram a implantação de mudanças na estrutura fundiária e nas técnicas agrícolas em vários dos então chamados países subdesenvolvidos, muitos dos quais ex-colônias recém-independentes. Em plena Guerra Fria, a intenção dos norte-americanos era evitar o surgimento de focos de insatisfação popular por causa da fome. Eles temiam pela instalação de regimes socialistas em alguns países do então chamado Terceiro Mundo. Além do mais, a indústria química, que se desenvolveu voltada para o setor bélico, apresentava certa ¹capacidade ociosa nesse período.

Foi na década de 1960 que esse processo ficou conhecido como Revolução Verde. O programa foi financiado pelo grupo Rockefeller com um discurso ideológico de "aumentar a produção de alimentos para acabar com a fome no mundo".

Os Estados Unidos ofereceram aos países em desenvolvimento financiamentos para a importação dos insumos, maquinaria e capacitação de técnicos e professores para as faculdades e cursos técnicos agrícolas. Os países pobres que adotaram os preceitos da Revolução Verde passaram a promover pesquisa e divulgação de técnicas de cultivo entre os agricultores e a fornecer créditos subsidiados.

O resultado desse processo foi a imposição gradativa do mesmo padrão de cultivo em todas as regiões do planeta, o que desconsiderou a variação das condições naturais e as possibilidades dos agricultores. Essas inovações acabaram causando graves impactos ambientais e socioeconômicos

Apesar de terem proporcionado aumento de produtividade por área cultivada e crescimento considerável da produção de alimentos, isso ficou restrito às grandes propriedades que possuíam terras em condições ideais para a modernização - relevo plano para possibilitar a mecanização e condições climáticas favoráveis, por exemplo. 

A monocultura acarretou graves desequilíbrios ambientais, e a modernização substituiu as inúmeras variedades vegetais por algumas poucas. Grandes indústrias passaram a controlar a pesquisa e a venda das sementes geneticamente modificadas. Como essas sementes não são férteis, os agricultores passaram a ser obrigados a comprar novas sementes a cada safra. Isso se tornou um obstáculo para os pequenos agricultores pela necessidade de comprar e repor constantemente as sementes e os fertilizantes que melhor se adaptam melhor a elas.

Atualmente, a maior parte das calorias consumidas pela população mundial origina-se de um número limitado de plantas que se destacam no comércio mundial: trigo, arroz, milho, batata, batata-doce e mandioca. 

1. Capacidade ociosa: termo usado para indicar quando uma empresa não está utilizando totalmente sua capacidade instalada de produção. Por exemplo, se uma fábrica tem maquinário que lhe permite fabricar 100 unidades de algum produto por dia e está produzindo somente 60, apresenta uma capacidade ociosa de 40 unidades por dia.

Fonte: 
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. Vol. 3. São Paulo: Editora Scipione, 2017.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. Vol. 2. São Paulo: Editora Moderna, 2016.
https://www.significados.com.br/revolucao-verde/
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/a-revolucao-verde.htm

6 de dezembro de 2020

Latifúndio

Latifúndio é a extensa propriedade rural, geralmente não exploradas economicamente, sendo consideradas terras improdutivas. Nas terras que são aproveitadas, geralmente se faz o cultivo de uma só espécie, a monocultura com produção destinada para a exportação.

Uma das principais características do latifúndio é a concentração das propriedades nas mãos de poucos proprietários rurais, famílias ou empresas. Essa concentração fundiária está associada a diversos conflitos e lutas por terra no Brasil.

A origem do latifúndio está ligada ao processo de ocupação do Brasil após a chegada dos portugueses. Desde o Brasil-Colônia, as “plantations” (latifúndios monocultores com a produção voltada à exportação) se expandiram muito, tanto que a nossa história está dividida de acordo com os ciclos econômicos da cana-de-açúcar, da mineração, do algodão, do café, etc.

Fonte:
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-latifundio.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/latifundio.htm
https://reporterbrasil.org.br/2006/07/especial-latifundio-concentracao-de-terra-na-mao-de-poucos-custa-caro-ao-brasil/
"A atitude do educador diante do mundo deve ser sempre investigativa, questionadora e reflexiva, pois os conhecimentos com os quais ele lida em seu exercício profissional estão em permanente mutação."
Lana de Souza Cavalcanti - Geógrafa